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"Sair dos achismos e colocar o dado na essência do negócio", a liderança humanizada em tempos de inteligência artificial
Liderar é um desafio, independentemente de segmento ou área. Mas em um cenário cada vez mais automatizado e impulsionado por tecnologias como a inteligência artificial, gerir equipes se tornou uma tarefa ainda mais complexa. Como se atentar as pessoas, tomar as melhores decisões e, ao mesmo tempo, conduzir negócios? Como unir tecnologia, sensibilidade e propósito para desenvolver uma liderança adaptativa, humana e estratégica em um ambiente cada vez mais automatizado? Decifrar esse contexto foi o tema do painel "Liderança em tempos de IA", no palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week, nesta quarta-feira, 13 de agosto, com a participação de Ricardo Zucollo, vice-presidente de vendas da Unilever, e do jornalista Pedro Dória. IA: um ponto de inflexão "Eu escrevo há anos sobre tecnologia. Tempo o suficiente para ter escrito matéria em jornal explicando o que era e-mail, provedor... E eu te falo que há três anos que eu considero anos-chaves na tecnologia nesse período. Em 1995, quando a internet explodiu. 2007, quando o iPhone apareceu, o primeiro smartphone. E outro é 2022, que de formas diferentes, até o lançamento e desenho do chat GPT, as pessoas olharam pra inteligência artificial e... uau! E eu acho muito incrível que ainda existam momentos-chaves acontecendo. Agora, inteligência artificial, se pro mundo apareceu de repente, para quem trabalha com tecnologia já vem um pouco de antes", ressaltou Pedro Dória. Para Dória, o verdadeiro diferencial da IA está em sua capacidade de identificar padrões, gerar hipóteses e estimular o raciocínio humano: "Muitos usam a ferramenta fazendo uma pergunta, pegando a resposta e pronto. Quando o melhor uso da ferramenta é entrar em um diálogo quase socrático com a ferramenta. E isso é gente. A qualidade do profissional começa a virar a habilidade de ter uma conversa e fazer perguntas inteligentes e saber, a partir das respostas da ferramenta, o que fazer. Então, muda o que se espera de um profissional, mas a pessoa não deixa de estar lá. "Machine learning, o aprendizado de máquina, é essencialmente a primeira geração de inteligência artificial, existe desde 1955, só que só temos a máquina que é potente e com armazenamento suficiente para fazer com que essa tecnologia seja viável muito tempo depois. E a maior parte das empresas só começou a prestar atenção depois de 2010. Aprendizado de máquina é uma maravilha, porque você percebe padrões de comportamento que se repetem. Isso quer dizer que se você é um varejista, por exemplo, você percebe que produto vende mais para que tipo de público, qual é a sazonalidade. Às vezes você tem que botar mais um produto aqui, menos de outro. Às vezes você tem que focar em mulheres, mas você tá focando em homem. Esses dados revelam coisas incríveis que permitem alavancar muitas coisas. dado. E qual é o problema do aprendizado de máquina? Você precisa de dados. Você precisa de cada registro de venda", concluiu Dória. Case Unilever: 10 anos de transformação e construção em parceria fundamental com o varejo O vice-presidente de vendas da Unilever detalhou todo o processo de imersão da empresa no mundo dos dados para desenvolver a melhor estratégia possível, contando com a ajuda de varejistas parceiros: "É um desafio. Em 2015 tivemos esse insight, de que precisaríamos nos preparar. E a matéria-prima disso são os dados, mas naquele momento tínhamos poucos dados. Então, começamos a trabalhar junto com os nossos parceiros comerciais. Uma influência pra mostrar o benefício do compartilhamento, e a confiança que precisaria ser criada nessa relação, para que esses dados fossem usados em prol do negócio e não apenas naquele momento de negociação. Não foi fácil. Em 2015, os dados de mercado que tínhamos cobriam mais ou menos 5% do mercado. Hoje temos 95% de cobertura. 10 anos se passaram e conseguimos evoluir. Como fizemos? A primeira coisa é essa relação de cobertura. Confiança que sempre criamos no varejo brasileiro e mostrando isso de maneira muito prática. No Brasil, naquele momento, não tínhamos tantas iniciativas práticas para convencer os nossos clientes que o compartilhamento de dados poderia ser muito poderoso. Então, o que fizemos? Convidamos um grupo importante de varejistas brasileiros, que acreditávamos que ia nos ajudar nesse processo de influência. Investimos nisso. Contratamos uma empresa voltada para essa questão de evolução de cultura de dados dentro das organizações e fizemos um assessment nas empresas desses varejistas para mostrar qual era o nível de cultura de dados que existia dentro da empresa. Nenhuma grande surpresa, todos eles com o nível baixo de dados. Eles sim ficaram surpresos, porque viram que o nível de cobertura de dados dentro das organizações era praticamente zero". "Começamos com três pessoas e um líder dessa área, que era um profissional que conhecia o negócio, mas ele também conhecia muito sobre tecnologia. Então foi importante ter essa pessoa sendo esse elo de ligação. Começamos pequeno. Queríamos começar rápido e pequeno, para testar, ver como as coisas funcionavam, errar rápido e corrigir isso ao longo do tempo. Então fomos evoluindo nesse processo, convencendo os nossos clientes, capturando mais dados, transformando esses dados em ações, ganhando a confiança deles, e isso foi evoluindo. Uma outra coisa importante, que eu acho que ajudou muito nesse processo, foi a recompensa não vir só no final. Ela também começou a aparecer no curto prazo. Ou seja, também criamos alavancas comerciais dentro da nossa relação com o varejo, onde começamos a criar remuneração para os varejos que compartilhavam os dados conosco. Priorizamos essa alavanca como muito importante, para que o varejo também entendesse que tudo isso não era simplesmente algo pontual ou tático, para mostrar que realmente tinha muito interesse nisso e se acreditava muito nisso. E aí foi um processo de alguns anos para que essa base fosse aumentando e hoje não existe nenhum tipo de negociação, nenhum tipo de discussão que não seja baseado em dados e que não tenha isso no centro da nossa estratégia", prosseguiu Ricardo Zuccollo. Em sequência, afirmou: "Quando olhamos todo esse processo fomos comparando a performance de clientes com os quais tínhamos os dados e clientes com os quais não tínhamos. Começamos a ver que o nível de crescimento dos clientes que estavam conosco nessa agenda era muito superior. Crescíamos a duplo dígito alto com vários clientes que estavam nessa agenda e não crescia na mesma proporção com aqueles que não estavam. O nível da relação, o nível da conversa é outro. Você começa a ter discussões muito mais profundas, muito mais assertivas. Você sai dos achismos, o que realmente coloca o dado na essência do negócio, e ele começou a ver valor. E aí, quando ele começa a ver valor, você começa a conseguir evoluir com mais velocidade". Use a tecnologia, mas envolva pessoas Zuccollo também pontuou que a jornada envolveu assessments de maturidade em dados, criação de incentivos comerciais, desenvolvimento de lideranças tecnológicas e capacitação interna: "Nesse processo, desde o começo, sempre nos preocupamos muito com duas coisas: investir muito na tecnologia por trás disso, mas também investir o mesmo valor no change management, na mudança, na criação de cultura. E, desde o começo, envolvemos as pessoas nesse processo, criando ambientes que propiciassem essa visão de inovação, essa visão de evolução tecnológica. Dentro da empresa tínhamos o que chamávamos de 'garagem de inovação'. Criávamos ali dentro iniciativas onde oferecíamos aos funcionários a possibilidade de trazerem ideias relacionadas ao tema, disponibilizando um valor em dinheiro para que essas pessoas investissem na ideia delas dentro da empresa. O intraempreendedorismo é muito forte para implementar essa cultura empreendedora e de inovação. Criamos um centro de dados, que chamamos de Data Hub, que também usávamos para criar essa cultura, onde as pessoas usavam esse Data Hub para fazer reuniões, em uma sala cheia de telas com os dados aparecendo nas telas. Então, tinha um ambiente propício para aquilo, e usamos aquilo como um ambiente de cultura". "Muita capacitação, muita capacitação. Desde a autoliderança até os executivos. Mas certamente a autoliderança estava muito engajada nesse processo. E fizemos muita questão de que as pessoas entendessem o porquê daquilo. Acho que isso foi fundamental. Mais do que simplesmente implementar uma ferramenta e dizer 'agora você usa isso daqui', foi explicar o porquê e envolver as pessoas desde o início desse processo. Isso fez uma diferença enorme para ir moldando essa cultura. E as pessoas sempre no centro do processo. As pessoas sendo valorizadas a todo momento para trazer ideias novas, para que pudessem dar suas opiniões. Sabemos que isso não é fácil. Também fizemos um trabalho relacionado à criação da segurança psicológica dentro da organização, para que as pessoas pudessem falar, para que pudessem ser elas mesmas, para que pudessem criar junto. Esse termo de segurança psicológica, hoje em dia está até em alta, mas isso vem lá de trás, de um estudo que foi feito no Google no final dos anos 90, começo dos anos 2000. Tem uma pesquisa, 'Organização Sem Medo', da autora Amy Edmondson. Ela estudou o Google para entender por que o Google é uma empresa tão inovadora, por que as ideias surgiam, e a essência do estudo dela mostra que é um lugar onde as pessoas podem ser elas mesmas, onde podem falar, colocar opinião, sem serem julgadas. Pelo contrário, são incentivadas a fazer aquilo. Ela observou que as equipes onde você tinha mais erros eram as equipes com melhor performance. E a hipótese original era outra: que as equipes que erravam mais seriam as equipes com menor performance. Mas não. As equipes que erravam mais eram as que tinham melhor performance, porque aprendiam mais rápido. E isso fazia com que entregassem um resultado melhor. Então, baseado nessa lógica, fizemos isso também dentro da Unilever, para criar esse ambiente propício à inovação, ao engajamento nesse tema que, naquele momento — 2016, 2017 — ainda não era a febre que é hoje. Hoje falamos de inteligência artificial com muita naturalidade. Naquele momento, as pessoas não conseguiam entender ainda o que ia acontecer. Mas já sabiam que esse era um processo no qual precisavam estar envolvidas, e a fomos incentivando esse envolvimento desde o começo", continuou o VP de Vendas da Unilever. Zuccollo ainda frisou, não tenha medo da IA, adapte pessoas. "Isso tudo passa pelas pessoas. Forço muito isso. Se eu pegar o job description de um vendedor há dez anos, e hoje, ele mudou o tipo de atividade que ele faz, mas ele tá lá, e o que cada vez mais é importante, e vai se fortalecendo. Tudo aquilo que puder ser automatizado, vai ser, se já não é, vai continuar sendo. Tudo aquilo que puder ser digitalizado, ninguém tem dúvida que vai ser. Tudo aquilo que puder ser descentralizado, vai ser, e nós estamos nesse processo de descentralizar as decisões, para que as pessoas tenham velocidade e autonomia na ponta para tomar a decisão e resolver o que tem que resolver. Só que as pessoas precisam evoluir no sentido da essência humana, então quais são as habilidades ou as competências que a gente vem ter? Trabalhando e evoluindo muito com a nossa equipe. As relações humanas, a empatia, a intuição, como você faz as coisas e cria conexões verdadeiras, que são coisas que nenhuma inteligência artificial vai conseguir fazer. Então, acho que esse é um processo que agora está fortalecendo muito para que essa relação humana, que tenha a ver muito com autoconhecimento, para que você entenda quem você é, para que você entenda quem é a pessoa que está trabalhando com você, você entenda mais profundamente as relações para que isso de fato seja um diferencial. Porque toda aquela parte técnica, que talvez muitas pessoas ao longo do tempo foram se ancorando por ter conhecimento profundo, a máquina vai fazer muito melhor, a inteligência vai fazer com muito mais velocidade, com muito mais precisão. O importante é você saber usar a inteligência artificial, essa retroalimentação, porque à medida que você faz a pergunta para a inteligência artificial, ela vai te responder. Aí você quer melhorar aquela pergunta. Ela também vai fazer você ter que pensar diferente. Então a consciência vai aumentando de como ter essa relação de tal forma que você vai evoluindo como ser humano. Então eu particularmente acredito muito nisso. Vamos nos obrigar cada vez mais a evoluir como ser humano porque essas são as características que precisaremos ter para se diferenciar no futuro. E é isso que eu falo para o meu time. Não fique com medo, mas avance nesse sentido. Aprenda a evoluir junto com a inteligência tradicional. Essa combinação é muito potente. Porque uma coisa isolada não vai resolver. São as duas coisas juntas que vão trazer o resultado", disse Zuccollo. Lideranças humanas, estratégicas e adaptativas Encerrando o painel, Zuccollo fez um chamado para o futuro da liderança: "Eu acho que lideranças humanas, são lideranças que cada vez mais se preocupam. As pessoas também vão se desenvolvendo nesse sentido. Eu acho que a inteligência artificial vai trazer essa necessidade de você estar evoluindo junto com ela, porque acho que ela vai te desafiando. Porque hoje quando você está no ChatGPT, você faz uma pergunta e ele te responde com uma pergunta. Então uma qualidade do futuro é a curiosidade. Se você não é curioso, se você não quer entender o que está por trás daquilo, você vai ficar para trás. Acho que com curiosidade, com certeza, ter essa relação e essa empatia com as pessoas para que você tenha lideranças cada vez mais humanas, para mim é fundamental. Porque tudo aquilo que é técnico... hoje quando eu vou contratar alguém, eu estou muito menos preocupado a parte técnica, o que a pessoa já fez do ponto de vista operacional, transacional, e estou muito mais preocupado com essas soft skills, que são essas habilidades mais relacionadas ao comportamento humano e tanto que essa pessoa realmente tem isso como um valor. Então, acho que isso para mim é o fundamental".
13 de August, 2025
Inteligência artificial no varejo: oportunidades, riscos e o que você precisa saber agora
No segundo dia do Conecta Varejo, a palestra “IA aplicada ao varejo | O futuro chegou: Os dilemas da IA no mundo corporativo” reuniu líderes do setor para discutir como a inteligência artificial transforma negócios, processos e cultura nas empresas. O debate contou com Alessandra Fu Vivian, diretora de arquitetura da Salesforce, e Renato Rocha, diretor comercial da América Latina e África da Suvinil, com mediação de Cláudia Fernandes, CEO da Radar Consult, sobre os impactos da IA no varejo. Alessandra abriu a conversa destacando a importância de entender a tecnologia como aliada estratégica. “A inteligência artificial não é mais apenas um conjunto de dados, mas algoritmos treinados para gerar funcionalidades que transformam decisões e resultados. Quando pensamos em IA, não estamos no início da revolução, mas apenas no começo da jornada de transformação. O grande desafio é como nós, como pessoas, podemos usar melhor a tecnologia para gerar resultados sem sermos dominados por ela”, afirmou. A diretora da Salesforce ressaltou a necessidade de democratizar a tecnologia. “Não é para o grande ou para o pequeno, não é para quem tem mais ou menos acesso. A tecnologia deve ser para todos. Precisamos discutir como fazer a IA acessível e democrática em todos os níveis do varejo”, disse Alessandra. Para Renato Rocha, o futuro da IA no varejo é agora. “Não é algo do futuro, o futuro é agora. Trabalhamos com parceiros em 90% dos municípios do Brasil, e o desafio é despersonalizar e unificar dados no ponto de varejo. A inteligência artificial permite que qualquer empresa, grande ou pequena, utilize ferramentas avançadas para entender melhor o consumidor e otimizar processos”, destacou. Ele comparou o momento atual com a chegada da internet em meados dos anos 1990: “Estamos vivendo uma transformação tão significativa quanto aquela. Quem não se adaptar, ficará para trás.” A palestra trouxe ainda recomendações práticas sobre como começar a usar IA no varejo. Alessandra explicou a evolução da tecnologia: “A inteligência artificial preditiva já nos ajuda a prever demanda, comportamento do consumidor e padrões de compra. Hoje, com a inteligência artificial generativa, podemos criar soluções personalizadas em escala, desde comunicações individualizadas até otimização logística e produtos sob demanda.” Ela reforçou que a combinação de recursos humanos e computacionais é essencial. “O grande desafio na era da IA é definir uma lógica de trabalho conjunta. A tecnologia funciona rápido, mas precisa da supervisão e da criatividade humana. Quando conseguimos equilibrar isso, vemos resultados concretos que fazem sentido para o negócio e para o consumidor.” Renato complementou com exemplos práticos do varejo: “No nosso setor, usamos IA para previsibilidade de produção e distribuição. Nos Estados Unidos, o Walmart utiliza inteligência artificial para abastecer lojas com itens essenciais antes de tornados ou desastres naturais, garantindo que as regiões críticas estejam preparadas. Isso mostra o poder transformador da tecnologia quando combinada com uma mentalidade aberta e estratégica.” Ele também destacou que a IA não vai tirar empregos, mas transformará quem não se adaptar. “A inteligência artificial vai aumentar a produtividade de quem sabe utilizá-la. O mercado está oferecendo oportunidades para todos os tipos de varejo — do pequeno ao grande — que estejam dispostos a aprender e aplicar essas ferramentas.” Ambos os especialistas reforçaram que o equilíbrio entre tecnologia, cultura e propósito é fundamental. “A IA não é mágica. É matemática aplicada, mas seu impacto depende de uma cultura que valorize experimentação, aprendizado e colaboração”, disse Renato. Alessandra completou: “O futuro pertence às empresas que entendem que a inovação é um processo cultural, apoiado em tecnologia e focado no cliente. Sem isso, a IA não gera resultados sustentáveis.” Limites e dilemas da inteligência artificial: ética, dados e consciência humana Na ocasião, Alessandra Fu Vivian chamou atenção para os limites da inteligência artificial e a importância da consciência humana. “Olhando na tela, você está alinhando o algoritmo sobre o ponto que quer ver. E se você está vendo coisas que talvez não sejam relevantes, isso é um reflexo das suas escolhas. A consciência humana precisa ser protagonista nesse processo”, afirmou. Ela destacou que o que é considerado certo ou errado varia culturalmente e que a IA não substitui julgamentos humanos. “No Japão, por exemplo, é permitido criar imagens inspiradas nos traços dos estúdios Ghibli, mas não comercializá-las. Aqui no Brasil, a lei de direitos autorais impede isso. Portanto, é necessário praticar habilidades humanas que não podem ser ensinadas a uma máquina, como empatia e visão rápida do mundo”, explicou. Alessandra também reforçou a importância da qualidade dos dados. “Se você entra com dados ruins, o resultado será ruim também. A responsabilidade sobre os dados que alimentam os algoritmos é enorme. Devemos ter consciência do que estamos criando e como isso impacta nosso ambiente de trabalho e decisões de negócio”, alertou. Ela citou aplicações práticas, como sensores que capturam informações de clientes ou do clima, e destacou que mesmo dados sintéticos podem carregar preconceitos e vieses, exigindo atenção e ética no uso da tecnologia. Renato Rocha complementou, comparando os dados a um recurso precioso: “Os dados hoje são como um petróleo descoberto. Podem transformar literalmente uma vida. Mas é preciso usá-los com responsabilidade e eficiência para gerar resultados e construir o futuro. A transformação cultural é tão importante quanto a tecnológica. Quem souber aplicar dados de forma ética e estratégica terá vantagem competitiva.” Ambos enfatizaram que a IA é poderosa, mas não é mágica. Alessandra concluiu: “A máquina aprende a partir de algoritmos e dados, mas não substitui a consciência humana. Precisamos refletir sobre o impacto do que estamos criando e como isso influencia nossas decisões, nosso negócio e nossa sociedade.” Renato reforçou a necessidade de adaptabilidade e alfabetização digital. “As transformações acontecem rápido. Não é apenas abraçar a tecnologia, mas entender seu valor, aplicá-la com responsabilidade e educar as pessoas para que possam trabalhar em conjunto com os recursos digitais.” A mensagem final foi clara: o futuro da IA no varejo depende da combinação entre tecnologia avançada, dados de qualidade, ética, consciência humana e cultura organizacional. Empresas que equilibram esses fatores estarão preparadas para inovar, automatizar processos e tomar decisões mais estratégicas, de forma sustentável e responsável.
13 de August, 2025
“Errar não é falhar!”. Fórmula de sucesso das empresas revelada no Conecta Varejo. Vem saber!
No segundo dia do Conecta Varejo, o keynote Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação, trouxe ao público uma reflexão profunda sobre como cultura, inovação e inteligência artificial (IA) podem transformar empresas. “A inovação não depende apenas de tecnologia ou ferramentas, ela começa na forma como pensamos e nos preparamos para o novo”, afirmou durante sua palestra. Para Igreja, criar ambientes férteis para novas ideias é essencial. “Empresas que querem gerar inovação precisam criar espaços que incentivem experimentação, colaboração e troca de experiências. Sem isso, qualquer tecnologia, por mais avançada que seja, não terá impacto real”, explicou. Um ponto central foi a adaptabilidade. “O mercado muda rapidamente. Empresas que não conseguem se adaptar e aprender com os erros ficam para trás. A inovação é tanto uma questão de mindset quanto de recursos”, disse. Uma cultura sólida permite que os colaboradores se sintam encorajados a testar novas soluções e aprender continuamente, transformando desafios em oportunidades. A colaboração também foi destacada: “A inovação não é um esforço individual. Ela nasce do coletivo, da capacidade de integrar diferentes perspectivas e da coragem de experimentar. Uma cultura que valoriza a colaboração transforma ideias em soluções concretas e relevantes”, explicou. Igreja também trouxe à tona a importância de aprender com os erros. “Errar não é falhar; é descobrir novos caminhos e aprimorar soluções. Uma cultura que aceita o erro como parte do processo de inovação cria profissionais mais engajados e criativos”, completou. A inteligência artificial foi apresentada como uma ferramenta estratégica, mas com alertas importantes. “A IA é a interface que nos permite pensar no consumidor de forma mais precisa. Usar IA é ótimo para inovação, mas se a empresa depender dela constantemente, perde sua capacidade cognitiva. Estamos tão produtivos que não temos mais tempo para pensar; funcionamos no piloto automático”, alertou. Ele enfatizou que a IA potencializa a inovação, mas que seu efeito depende da saúde mental das equipes. “Se as pessoas estão com burnout, não adianta tecnologia. Precisamos equilibrar produtividade com espaço para reflexão, caso contrário voltamos a vender produtos mais analógicos”, disse. Outro ponto levantado foi a batalha geracional no ambiente corporativo. “As gerações estão defendendo suas próprias formas de trabalhar, especialmente quando falamos de tecnologia. É preciso entender essas diferenças para criar uma cultura inclusiva e colaborativa”, explicou. Igreja reforçou a necessidade de pragmatismo nas empresas. “As organizações devem ser objetivas no planejamento, focar em resolver problemas de forma rápida e eficiente. Uma cultura prática ajuda a transformar ideias em resultados reais”, completou. Segundo ele, tecnologia, cultura e inovação caminham juntas. “O futuro pertence às empresas que entendem que inovar é um processo cultural: é sobre como as pessoas pensam, colaboram, se adaptam e utilizam ferramentas como IA de forma estratégica. Sem cultura, não há inovação sustentável”, concluiu. O público do Conecta Varejo, formado por líderes, executivos e profissionais do setor varejista, saiu da palestra com insights claros e aplicáveis: inovação nasce da cultura, se fortalece na colaboração, se potencializa com inteligência artificial, precisa de pragmatismo e atenção à saúde mental das equipes, e só se concretiza quando as empresas resolvem seus problemas de forma objetiva. Supermercadista, a cultura da sua empresa está aberta a inovar?
13 de August, 2025
Transformação digital e inteligência artificial: como o varejo pode e deve explorar essas inovações?
A segunda palestra do segundo dia do Conecta Varejo 2025, trouxe Juliana Noronha, Executiva em Estratégia e Inovação pelo MIT Sloan, e Renate Fuchs, Managing Director da Accenture Brasil, duas referências em transformação digital, com mediação de Mariana Castro, Head de Curadoria do Kes. O debate abordou como a inteligência artificial, automação e cultura digital estão moldando o varejo e a experiência do consumidor. Para nós, supermercadistas, papos como esses são fundamentais para entendermos a melhor forma dos nossos negócios e profissionais lidarem com a tecnologia. Renate Fuchs destacou mudanças no comportamento do consumidor frente à tecnologia. “A gente tem menos paciência com a informação. As pessoas buscam respostas rápidas sobre saúde, finanças e felicidade, muitas vezes recorrendo a vídeos curtos ou realizando auto-diagnósticos online. Isso muda a forma como as marcas precisam se relacionar e oferecer experiências”. Ela também comentou sobre os impactos da tecnologia no trabalho e nas relações sociais. “Nos sentimos mais pressionados no trabalho com a entrada das tecnologias, mas é essencial restaurar o contato humano e criar experiências reais. As marcas precisam pensar em como se conectar genuinamente com o consumidor no mundo digital, sem perder a dimensão social e emocional”. Renate ainda exemplificou o uso da inteligência artificial para personalização de produtos e serviços: “A partir de inteligência generativa, podemos oferecer recomendações mais customizadas, seja para compras, receitas ou produtos, tornando a experiência do consumidor mais eficiente e relevante”. Juliana Noronha complementou ressaltando a importância de experiências reais e autênticas para o engajamento das marcas. “As gerações mais jovens querem experiências que possam tocar e sentir, que conectem digital e físico. Para as marcas, isso significa criar experiências sensoriais significativas e personalizadas, que vão além da simples interação online”. Ela também destacou o papel da IA na personalização do atendimento: “É fundamental conhecer o histórico e as interações do consumidor para oferecer uma experiência autêntica e personalizada. A inteligência artificial ajuda a organizar esses dados, mas o toque humano continua essencial. A personalização não pode se tornar robotizada”. Case de varejistas e recomendações práticas de IA Renate Fuchs trouxe um exemplo de aplicação de inteligência artificial em varejo: “Uma empresa francesa de materiais de construção trabalhou por 2,5 anos com IA de duas formas: uma, para ganhar experiência do consumidor, e a segunda, para apoiar os vendedores. Se você quer pintar a sua casa, pode entrar no site, detalhar o que deseja e a plataforma sugere materiais, quantidade necessária, marcas e onde comprar. Mas muitos clientes ainda preferem ir à loja, conversar com o vendedor, e a IA ajuda o profissional a conhecer melhor o cliente, aumentando a capacidade de venda com recomendações mais precisas”. Juliana Noronha complementou com uma recomendação estratégica: “Cada empresa deve entender primeiro o problema de negócio para escolher a ferramenta correta de IA. Não se trata de aplicar tecnologia por aplicar, mas de usar de forma inteligente para gerar valor real ao cliente e à operação”. A palestra reforçou que a reinvenção do varejo passa por equilíbrio entre tecnologia e humanidade, usando dados e automação para aprimorar experiências, mas sem perder autenticidade, empatia e proximidade com os clientes.
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