Tarifaco-Scanntech-2-scaled.png

Tarifas dos EUA pressionam preços de carnes e café no varejo brasileiro. É hora de se planejar!

03/09/2025 • Atualizado pela ultima vez 3 Meses

Economia
Tarifaco-Scanntech-2-scaled.png

Perto de completar um mês de vigência, a política tarifária unilateral imposta pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras, o popular "tarifaço", começa a gerar impactos no varejo supermercadista do país. O redirecionamento da produção, antes destinada ao mercado norte-americano, aumenta a oferta doméstica, o que reflete de forma direta nos preços nas gôndolas, provocando mudanças significativas tanto para produtos, quanto para consumidores. Diante dessa realidade, a Scanntech realizou um levantamento para identificar o desempenho das categorias mais afetadas pelas tarifas: carnes e cafés.

Tarifas Scanntech 1

Segundo a pesquisa, no último mês de agosto, ambos os grupos registraram quedas expressivas nos preços médios. De acordo com os dados, na comparação com julho, o frango arrolou a maior deflação (-5,7%), seguido pela carne suína (-1,3%) e pela carne bovina (-0,8%). A única exceção da categoria foi o peixe, que teve subida de 2%. Já em relação ao café, que tinha alta acumulada de 65% neste ano, o recuo foi de 4,6%.

"A partir da leitura direta dos tíquetes de compra, conseguimos observar que o aumento da oferta interna começa a pressionar os preços no varejo brasileiro. O consumidor sente alívio no curto prazo, mas isso gera uma preocupação em cadeia para produtores e indústrias", explica Thomaz Machado, CEO da Scanntech.

Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ, reforça: "A ASSERJ acompanha de perto os impactos das tarifas internacionais sobre o varejo fluminense. Nosso papel é fornecer dados, análises e orientações que ajudem nossos associados a tomarem decisões ágeis e seguras, protegendo o consumidor e mantendo a saudabilidade do nosso setor. Este momento reforça a importância do planejamento estratégico no varejo supermercadista. Monitorar preços, ajustar estoques e manter uma comunicação transparente com o cliente são medidas essenciais para garantir competitividade e rentabilidade diante de mudanças no mercado internacional. Além disso, é preciso ter sempre em mente que nosso negócio é construído a quatro mãos e é preciso muito diálogo com a indústria e fornecedores para preservar toda a cadeia e entregarmos, juntos, o melhor serviço à população fluminense".

Orientações ao varejo supermercadista

Diante deste momento turbulento, de mudanças rápidas no mercado, é preciso estratégia, análises e muita negociação, para manter a competitividade e preservar a estabilidade dos negócios e dos setores envolvidos:

  • Monitoramento constante de precificação: acompanhar diariamente os reajustes nas categorias mais impactadas, garantindo decisões ágeis sobre promoções e estoque;
  • Planejamento de compras estratégicas: aproveitar períodos de queda de preços para reforçar estoques sem comprometer o fluxo de caixa e evitando rupturas em categorias essenciais;
  • Ajustes de margem e mix: é preciso revisar margens de lucro em categorias mais sensíveis aos impactos do "tarifaço", dando equilíbrio ao portfólio de produtos, mantendo rentabilidade e competitividade;
  • Parcerias saudáveis: negociar com indústrias e fornecedores condições mais flexíveis e alinhadas às novas demandas do mercado, buscando a melhor solução para todos os envolvidos e dando segurança de fornecimento e melhores preços.

"Embora a queda nos preços de algumas categorias traga alívio imediato para os consumidores no curto prazo, o varejo supermercadista precisa se preparar para os possíveis efeitos em cadeia sobre fornecedores e produtores. Estamos comprometidos em apoiar esse equilíbrio entre oferta, demanda e sustentabilidade dos negócios", conclui Queiróz.