
As perguntas que definem se a tecnologia vai vingar na sua loja

No varejo supermercadista, a transformação digital deixou de ser tendência para se tornar condição de sobrevivência. Pressionadas por margens apertadas, alta competitividade e escassez de mão de obra, as redes investem cada vez mais em soluções que prometem automatizar processos, reduzir perdas, melhorar a gestão de loja e liberar tempo para que colaboradores atuem em atividades de maior valor. Mas, segundo especialistas, a adoção tecnológica não depende apenas da compra de sistemas modernos — depende, sobretudo, das pessoas que irão utilizá-los.
Embora 40% dos executivos afirmem que “pessoas são prioridade”, muitas redes ainda sofrem com um problema estrutural: ferramentas que não conseguem ser incorporadas à rotina de loja. A consequência é direta: baixo engajamento, desperdício de investimento e operações que continuam dependentes de processos manuais, mesmo com tecnologia disponível.
Shamus Hines, CEO da Applied Data Corporation — ou, como apresentado em relatórios internacionais, “Shamus Hines is CEO of technology company Applied Data Corporation” — reforça que o verdadeiro retorno sobre investimento em tecnologia está na adoção por parte da equipe. Segundo ele, “mesmo o sistema mais robusto não gera resultados se operadores, repositores e gerentes não conseguem utilizá-lo com fluidez”. Para Hines, “tecnologia só funciona quando é capaz de ampliar a produtividade humana”.
No Brasil, esse alerta é particularmente relevante. Com turnover elevado, dificuldade de contratação de mão de obra qualificada e necessidade crescente de operar com times reduzidos, o varejo supermercadista precisa de ferramentas simples, intuitivas e rápidas de incorporar ao dia a dia da loja.
O primeiro ponto crítico é avaliar se os colaboradores conseguirão adotar a solução rapidamente — e, principalmente, manter o uso no longo prazo. Interfaces simples, fluxos intuitivos e pouca necessidade de treinamento são indispensáveis para operações que contam com perfis variados: desde trabalhadores temporários até terceirizados que visitam a loja apenas alguns dias por semana.
”Em um setor marcado pela presença crescente de funcionários da geração Z, altamente familiarizados com tecnologias interativas, sistemas lentos e pouco amigáveis se tornam, rapidamente, motivo para desistência. Do outro lado, trabalhadores mais maduros, como aposentados que retornam ao mercado em períodos de alta demanda, precisam de plataformas que permitam adaptação imediata, sem complexidade”, ressalta Shamus Hines.
O segundo ponto para o especialsita envolve motivação. A pressão diária por produtividade, somada à rotina intensa de reposição, preparo de alimentos, checagem de validade e atendimento ao cliente, tem deixado o colaborador do varejo exausto. Sistemas que simplificam processos, automatizam tarefas repetitivas e tornam o trabalho mais fluido reduzem esse desgaste. Mas a tecnologia também pode cumprir um papel adicional: servir como estímulo ao desempenho.
“Tendências como a gamificação começam a ganhar força no setor. Elas oferecem ao funcionário indicadores claros de progresso, desafios, metas e recompensas instantâneas — um formato que conversa especialmente com a geração Z, que, segundo estudo da Carson College of Business, espera reconhecimento em tempo real por tarefas bem executadas. Ao transformar processos operacionais em etapas visualmente acompanháveis, as redes conseguem criar um ambiente no qual o colaborador percebe evolução constante, amplia sua sensação de pertencimento e fortalece a permanência na empresa”, explica Hines.
Por fim, a tecnologia precisa apoiar o desenvolvimento da equipe, oferecendo caminhos para expansão de habilidades e domínio de diferentes funções dentro da loja, diz Hines. “Em mercados onde a multifuncionalidade se tornou a base da produtividade, softwares que auxiliam no cross-training e facilitam a transição dos colaboradores entre setores como padaria, FLV, perecíveis e frente de caixa tornam-se essenciais para formar times mais qualificados e resilientes.”
Para o varejo supermercadista, portanto, a decisão de investir em tecnologia não pode se limitar à comparação de funcionalidades ou preços. O principal critério deve ser a capacidade da solução de ser incorporada às operações de loja de forma rápida, motivadora e sustentável. Ferramentas intuitivas, que simplifiquem tarefas e deem autonomia ao colaborador, não apenas aceleram rotinas: elas constroem a base para um varejo mais eficiente, mais humano e mais competitivo.
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