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Fecomércio destaca ASSERJ como exemplo de economia circular no Conecta Varejo / Rio Innovation Week
No último dia do Rio Innovation Week, o palco do Conecta Varejo recebeu a palestra “A experiência do comércio fluminense no uso das novas tecnologias verdes”, conduzida por Vinícius Crespo, diretor executivo da Fecomércio RJ, que abordou as oportunidades da economia circular e os projetos que a instituição possui na área. Na ocasião, Crespo destacou que, apesar da política nacional afastar o país das questões de resíduos, ainda enfrentamos desafios significativos, citando fotos recentes de lixões no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Belém, a menos de 100 dias da COP. Segundo ele, o Brasil recicla apenas 4% dos resíduos gerados anualmente — 82,5 milhões de toneladas — e 72% da população não separa corretamente o lixo, mesmo sabendo que materiais como plástico são recicláveis. "Apesar das dificuldades, o país já apresenta conquistas, como a reciclagem de quase 100% das latas de alumínio, além do potencial em energia limpa, biocombustíveis, biodiversidade e recursos hídricos", afirma. O diretor também apresentou projetos da ASSERJ que vêm transformando a gestão de resíduos e promovendo a economia circular. "Entre eles estão o Programa Repet, que transforma garrafas PET em pontos trocáveis por benefícios do SESC", destacou. Por fim, para Crespo, o comércio fluminense e o Sistema Comércio vêm avançando nessa agenda verde, mostrando que tecnologia, inovação e propósito podem gerar impactos ambientais, sociais e econômicos positivos, transformando desafios em oportunidades para todo o estado do Rio de Janeiro.
15/08/2025
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"Não podemos achar que sabemos tudo, a vaidade trava o crescimento", a mentalidade da construção de grandes negócios em palco com Camila Farani
A mentalidade define um negócio. Seu objetivo, estratégias e trajetória. Mas quais os desafios e decisões que transformam o início de um projeto em um grande empreendimento? Esse foi o tema da palestra "De startup a BigTech", realizada nesta sexta-feira, 15 de agosto, no palco do Conecta Varejo, no último dia do Rio Innovation Week. Com participações de Camila Farani, maior investidora anjo mulher da América Latina, Anderson Chamon, cofundador e vice-presidente executivo de Novos Negócios do PicPay, e Cristina Palmaka, conselheira da Vivo, Eurofarma e C&A, o debate foi repleto de insights e, principalmente, de muito incentivo à inspiração para arriscar e se destacar no mercado, entendendo como grandes empresas nascem, crescem e se mantêm relevantes em um mercado em constante transformação. Criando ecossistemas, acima de negócios Negócios se constroem com várias mãos, assim como nosso setor é erguido com o braço da indústria, por exemplo. Portanto, é importante manter um olhar sempre amplo, como destacou Cristina Palmaka: "Eu já trabalhei em grandes companhias. Sempre fui uma empreendedora dentro das empresas. Trabalhei em companhias bacanas, mas para mim, a parte de ecossistema é uma das mais importantes. Primeiro, porque nenhuma empresa faz nada sozinha. Mesmo as grandes companhias, ao criarem seus produtos, precisam de um ecossistema. Esse aprendizado, de ter uma mente aberta para entender que o seu ecossistema pode vir de parceiros, investidores, depende da sua localização geográfica, mas é essencial. Por exemplo, concorrentes. Em alguns momentos, tivemos concorrentes que faziam parte do nosso ecossistema. Em outras situações, competíamos diretamente com eles. Então, é fundamental ter essa visão aberta: entender onde sou bom, o que preciso do ecossistema como complemento e como criar isso de forma que seja um ganha-ganha. Tem que ser assim para a empresa que está conduzindo e também para o ecossistema. Já ouvi muita gente dizer: 'Vamos montar um ecossistema para tornar tudo mais barato, mais acessível'. Porém, se a matemática não fecha para todos os envolvidos no processo, não funciona". "É importante enxergar todo o ecossistema se retroalimenta. Por exemplo, no ecossistema de startups, quando fazemos um recorte com tecnologia, o que você tem? Você tem os empreendedores, mas os empreendedores não vivem sem os investidores, que, no fim do dia, precisam das aceleradoras, que por sua vez precisam das incubadoras, que dependem do setor público, que dependem do setor privado. Então, é cada vez mais importante entender que você não está sozinho. E buscar, cada vez mais, fortalecer o seu ecossistema, o ecossistema dos seus negócios", frisou Camila Farani. Anderson Chamon também pontuou: "Eu acho que, quando você constrói um produto, uma plataforma sobre a qual novos negócios podem surgir, é aí que você realmente tem um ecossistema. Ou seja, negócios sendo criados por pessoas que vendem para outras empresas em cima do seu produto. E temos vários exemplos. O TikTok é um deles, o Google também. O PicPay nasceu com esse viés. Sempre pensamos assim. Desde o início, experimentamos muita coisa diferente. Essa é a filosofia de um ecossistema". O início da escalada: defina seu mercado e foque em pessoas Oferecendo diversos insights sobre a caminhada de preparar e alavancar negócios, o cofundador e vice-presidente executivo de Novos Negócios do PicPay alertou: "O primeiro passo depende do contexto de cada um, mas existe muita dor quando você escala. Primeiro, é preciso encontrar o product-market fit: o que estamos vendendo? Qual é o nosso produto? Qual é a proposta de valor que estamos oferecendo? Essa fase, no Picpay, foi muito demorada. Levamos muito tempo para encontrar, de fato, o nosso product-market fit. E, como consequência disso, a busca por ele foi constante. É muito diferente construir um negócio que ainda não existe, em comparação com criar algo que já tem um modelo mental estabelecido. Quando você cria algo novo, precisa tomar cuidado para não tentar abraçar o mundo. É preciso focar em características específicas. Primeiro, construir um produto que as pessoas queiram usar. Segundo momento, reter. Depois, foco em receita". "Grandes corporações também precisam fazer market-fit. Porque isso muda, o consumidor muda, os concorrentes mudam. E todo mundo quer crescer, escalar, todos estão tentando encontrar qual é o próximo salto, qual é a próxima grande oportunidade. E, algumas vezes, as grandes companhias ficam esperando, achando que estão seguras, que têm um nome forte, mas elas também podem desaparecer. Acho que manter-se sempre atento ao 'lobo' é fundamental. Se não estiverem, as empresas quebram e somem. Temos vários exemplos por aí, empresas que pareciam intocáveis e desapareceram. Por isso, é essencial pensar nisso como parte do DNA da empresa. E desde o dia um", ressaltou Cristina Palmaka. Camila Farani concluiu: "A ordem é essa: primeiro as pessoas, depois o produto e a tecnologia, e em terceiro lugar observar as culturas, porque culturas diferentes, significam comportamentos de consumo e mentalidades diferentes. Então vejam, estamos falando de prioridades. É preciso olhar para si. De uma forma que seja efetiva, de uma forma que você consiga sentir". Lidar com a frustração: controle suas expectativas, aprenda com erros e tenha humildade Anderson Chamon expôs a necessidade de estar constantemente atento a não se frustar com as próprias expectativas de seu negócio: "Primeiro, isso é o tempo inteiro. Na minha vida, a frustração só vai mudando de patamar. É quase como um videogame. Na primeira fase, o chefe é mais fácil, você vence. Depois vai passando de fase, e os desafios vão ficando mais difíceis. Hoje, as fases são bem mais complexas, mas as frustrações continuam muito parecidas. Como eu lido com isso? Geralmente, quando tenho uma frustração muito grande, algo que eu queria muito fazer, com uma expectativa alta, eu percebo que isso vale para tudo na vida. Na minha opinião, frustração e expectativa são irmãs. A mãe da frustração é a expectativa. Ou seja, quanto mais distante a realidade estiver da minha expectativa, maior será a frustração quando ela bater à porta. Então, na minha vida, eu aprendi a manter minhas expectativas lá embaixo. Nos negócios, levo isso comigo. Várias vezes me peguei frustrado e pensei: 'Minha expectativa estava errada'. Então eu ajusto. Quando levo uma pancada e caio no chão, minha tendência é juntar os cacos, esperar passar, e depois voltar. Eu sempre volto. Sempre penso: 'Como é que eu faço diferente para alcançar aquele objetivo?'. Se algo deu errado, eu busco uma nova forma de chegar lá. Desistir é muito raro para mim. Esqueço a frustração e foco na solução". "Sobre pressão, porque não é só a frustração, tem a pressão também, é até engraçado. A gente vai se acostumando com ela e vai melhorando. Eu brinco que, se pegassem o eu de 2002 e o teletransportassem para hoje, ele não aguentaria. Ao longo da minha jornada, fui aprendendo a lidar com a pressão e com os desafios. Tenho uma analogia que uso bastante: o 'teto'. Às vezes você chega num ponto e pensa: 'Dei teto. Cheguei no meu limite. Não sei o que fazer. Quem me ajuda? Como resolvo isso?'. Mas, com o tempo, você aprende, supera, e percebe que o seu teto aumentou. Você consegue ir mais longe, liderar melhor, tomar decisões melhores", prosseguiu o o cofundador e vice-presidente executivo de Novos Negócios do PicPay. Anderson Chamon finalizou com uma lição pessoal: "Por exemplo: hoje eu lidero pessoas muito mais sérias do que eu. Em outros tempos, eu não saberia como lidar com isso. Mas aprendi. E meu teto aumentou. Hoje eu aguento uma pressão muito maior do que antes. Isso é fruto de um aprendizado contínuo. E acho que tem uma coisa essencial para esse processo acontecer: humildade. Não podemos achar que sabemos tudo. Se eu acredito que já sei tudo, perco a chance de aprender. Isso, para mim, é vaidade. E a vaidade trava o crescimento. Sempre procurei me desprender disso. Um exemplo prático: em 2018, eu era CEO do PicPay. Quando fui para São Paulo, comecei a contactar pessoas e trouxe alguns de Vitória comigo. Naquele momento, eu comecei a perceber e falar pro time: "Talvez o CEO não deva ser eu". A verdade é que eu criei um negócio tão grande, que se eu me candidatasse à vaga de CEO da empresa hoje, eu não seria contratado. Eu só estou aqui porque fui o cara que criou. Mas eu era um teto para empresa. Reconhecer isso foi doloroso. Foi um processo interno difícil. Mas entendi que precisava trazer alguém do mercado, alguém com mais preparo para esse momento. E foi o que eu fiz, no início de 2019. Trouxemos o primeiro CEO externo, e hoje temos um CEO de mercado. Estou super feliz com isso. Aprendo absurdamente com ele. Ele me ajuda demais". Encerrando o painel Cristina Palmaka salientou: "Temos que aceitar que nunca estamos totalmente preparados. Nunca estamos 100% prontos, sempre vai existir alguém bacana, melhor em algo, que pode nos complementar. Eu sempre fui boa em montar 'xadrez de pessoas', como costumam dizer. Gente que me complementa justamente nas partes em que eu tenho alguma debilidade, ou que pode me desafiar. Eu gosto de conversar com quem me desafia. Acho importante respeitar o fato de que nunca vamos saber tudo e, para mim, essa é a parte mais legal. Fico em paz em saber que não sei tudo e que posso continuar aprendendo. Inclusive, hoje aqui, aprendi muito. Quando nos permitimos esse espaço, realmente aprendemos, sem mascarar, sem medo. Não saber não é fraqueza. Não saber não é ter medo. É olhar para situação, correr atrás de alternativas e, de verdade, buscar aprendizado para ir ao próximo nível. Para mim, isso traz habilidade, traz flexibilidade, competências que eu aprendi a desenvolver bem ao longo do tempo".
15/08/2025
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Atualidades
Como o varejo supermercadista pode vender mais com o TikTok?
A força das redes sociais — especialmente dos vídeos curtos — na construção de uma nova jornada de consumo foi o tema da palestra “Vendas | Do entretenimento à compra: O consumidor em movimento nas plataformas digitais”, realizada no palco do Conecta Varejo, no último dia do Rio Innovation Week. O encontro reuniu Monique Lima, CEO e cofundadora da Mimo Live Sales; Silvia Belluzzo, diretora de marketing SMB América Latina do TikTok; em um bate-papo mediado por Daniela Graciar, CEO da Aladas. O ponto central da conversa foi: unir entretenimento, conexão e conversão, uma das estratégias mais poderosas para engajar clientes e impulsionar vendas. E, o varejo supermercadista tem muito espaço para explorar esse potencial. Afinal, um levantamento da FGV, em parceria com a Hotmart, apontou que a criação de conteúdo digital cresceu 30%, em 2024. TikTok como ecossistema de vendas Silvia Belluzzo destacou que o TikTok deixou de ser apenas uma plataforma de entretenimento para se tornar um verdadeiro ecossistema de negócios. Segundo a executiva, na plataforma, a jornada do consumidor poderá ocorrer de ponta a ponta dentro do aplicativo: da descoberta do produto à entrega na casa do cliente, incluindo pagamento, logística e suporte. “O formato de vídeo curto é único para cada usuário, o que garante uma experiência personalizada. Essa segmentação refinada é um diferencial para transformar atenção em conversão”, disse Silvia. Por que o brasileiro ama comprar ao vivo? Segundo Monique Lima, o Brasil já é o segundo maior mercado de live commerce do mundo, atrás apenas da China. Mais de 90% dos brasileiros compram online e metade prefere ter contato com vídeos antes de fechar uma compra. “Não basta foto bonita e descrição técnica. O consumidor quer ver o produto no uso real, na casa de alguém, com luz natural. Ele quer interação e autenticidade”, explica Monique. Silvia complementa: “O brasileiro não entra na live apenas para comprar. Ele quer conversar, ser chamado pelo nome, dar dicas e fazer parte da experiência. É um comportamento que humaniza a relação no digital”. Lições para o varejo supermercadista O formato já está consolidado em segmentos como moda, beleza e tecnologia, mas os supermercados também podem usar a força dos creators e das lives para aumentar vendas. Produtos frescos, lançamentos de marcas, receitas ao vivo e demonstrações de preparo podem gerar desejo imediato e facilitar a conversão. De acordo com ambas as palestrantes, "a chave está em vender como as pessoas querem comprar: de forma visual, interativa e integrada ao ambiente digital que elas já frequentam." O papel dos influenciadores Silvia reforçou que trabalhar com creators — de grandes nomes a microinfluenciadores — amplia alcance e credibilidade. “O importante é deixar o criador se conectar com sua comunidade do jeito dele. Essa autenticidade é o que gera confiança e venda”, afirma. Um exemplo, segundo Monique é a marca de luxo Loewe, que permitiu que criadores contassem sua história de forma livre, gerando conteúdos criativos e engajamento espontâneo. Portanto, no varejo supermercadista, a mesma lógica pode ser aplicada: dar liberdade para influenciadores apresentarem produtos de forma verdadeira, sem roteiro engessado. O futuro é vender enquanto entretém Para o varejo supermercadista, o recado é claro: não basta apenas expor produtos; é preciso contar histórias e criar conexões. Lives, vídeos curtos e integração com plataformas de compra direta podem transformar a experiência de consumo e até aumentar o ticket médio. "Na China, existem locais de venda onde as lives acontecem 24 horas por dia", exemplifica Silvia Belluzzo. "Vamos chegar nesse ponto, mas já podemos explorar o que temos, como gravar diretamente na loja, mesmo que com áudio ambiente. Feito é melhor que perfeito", acrescenta Monique Lima. Como já apontamos na edição de junho da Revista Super Negócios (https://asserj.com.br/portfolio-items/edicao-71a-edicao-junho-2025/), o consumidor de hoje busca conveniência, informação e emoção na mesma experiência — e quem souber entregar tudo isso estará um passo à frente.
15/08/2025
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"Quando falamos de gerações, é preciso lembrar que estamos falando de pessoas", como criar vínculos com públicos diversos
Na sequência do último dia do Conecta Varejo, uma provocação: você já se perguntou que idade tem a sua ideia? Como criar vínculos fortes no consumo? Essas indagações são essenciais para romper barreiras e criar formas eficazes de diálogo com públicos diversos e fidelizar clientes. Como construir pontes e comunicar com empatia e relevância? Para tentar analisar as questões relacionadas ao tema, Iza Dezon, CEO da DEZON, Andrea Bisker, co-CEO do Clube Aladas, e Mariana Fonseca, CEO da Mariposa, subiram ao palco para a apresentação: "Que idade tem a sua ideia? Como romper com rótulos geracionais e criar conexões verdadeiras?". Andrea Bisker, co-CEO do Clube Aladas e mediadora do debate, abriu a palestra destacando a quantidade diversa de gerações existentes no mesmo período de tempo: Quantas gerações temos convivendo hoje? São sete. Mas quais as diferenças entre elas? Temos quem está nascendo agora, que são os Betas. Depois, vêm os Alphas, nascidos a partir de 2010. Temos a Geração Z, que é aquela em que todo mundo está interessado — a geração dos 20 e poucos anos. Tem os Millennials, que têm entre trinta e quarenta e poucos anos. Eles sonhavam em solucionar o mundo, pois não tinham a preocupação de pagar as contas no final do mês, mas, hoje, essa preocupação chegou. Temos a Geração X, que é a minha, de 1965 até os anos 80, a super "Geração Sanduíche", que cuida dos pais e dos filhos. É essa geração que está repensando e revolucionando o que significa amadurecer. Junto com os Boomers, que são a sexta geração. Os Boomers, nascidos antes de 1965, também estão reinventando o que significa amadurecer, porque estamos vivendo muito mais. E temos ainda os filhos dos que têm entre 80 e 100 anos. Ou seja: são sete gerações convivendo ao mesmo tempo. Há muitos estudos que se perguntam: ainda faz sentido pensar em projetos, briefings e comunicações separando essas gerações? Para mim, faz sentido, mas somente se analisarmos todas as variáveis, porque é algo muito complexo. Quando colocamos todo mundo 'no mesmo saco', digamos assim, corremos o risco de perder nuances importantes. Mas o mais importante de tudo, quando falamos sobre gerações, é lembrar que estamos falando de pessoas. E muitas vezes nos esquecemos disso e, com isso, acabamos errando e perdendo grandes oportunidades". Comunique com atenção, não rotule Iza Dezon, CEO da DEZON, alertou sobre os riscos de se apegar a estereótipos geracionais, que podem comprometer estratégias: "As gerações são convenientes, mas não suficientes. Elas marcam uma ideia que, muitas vezes, pode nos confinar. Existem cinco temas estruturantes que conectam as pessoas. Todo mundo aqui busca expressar identidade. Todo mundo, principalmente nesse momento do mundo, busca bem-estar. Tem gente virando de ponta-cabeça, tomando 'shot' de tomate, suco, ficando em jejum, raspando a língua... eu sei que parece loucura, mas todos buscamos bem-estar. Também buscamos crescimento, evolução não tem idade. Temos também os laços afetivos, sejam amorosos, de amizade ou emocionais. Todo mundo busca isso. E pertencimento, comunidade. Isso confirma que estamos indo além do consumo, estamos falando de desejos e estímulos pessoais. A partir daí, claro, podem existir traduções e expressões específicas para certos momentos da vida. Não temos conclusões fechadas, só abrimos várias outras". "Tecnologia e longevidade, saúde e wellness, porque está tudo ficando na mesma caixa. Antes, parecia estranho a ideia de que viveríamos mais. Existia uma visão de que aos 65 anos a pessoa se aposentava, ia para a praia, e acabou o mundo. Mas essa não é mais a realidade, e já não é há muito tempo. Vivemos em um país que já é bastante envelhecido, considerando os padrões de países em desenvolvimento. Temos mais avós do que netos neste país e as pessoas não sabem disso, não falam sobre isso. E a tecnologia também está puxando essa pauta de forma muito intensa. Se você ainda tem dúvidas de que poderá viver muito mais, diminua essas dúvidas, porque, potencialmente, vamos viver muito mais do que imaginamos. E os signos da vida estão mudando muito", ressaltou Mariana Fonseca, CEO da Mariposa. Mariana Fonseca ainda frisou: "Quando comecei a pesquisar sobre o tema, tomei vários sustos vindos do mercado. Porque, quando tentávamos fazer estudos, não existiam dados sobre quem é o público consumidor 60+ no Brasil. Quem consome? O que consome? E aí descobrimos uma caixinha gigantesca: todo mundo acima de 55 anos era jogado dentro de uma única categoria. Não tinha pesquisa, não existiam dados. As pesquisas iam até os 40 anos, porque o mercado não considerava o restante interessante. E estamos falando de uma geração que tem muito dinheiro. Então, por um incômodo técnico, mas também um incômodo real de mercado, percebemos que essa é uma população com dinheiro, com demandas, e que ninguém enxerga. Foi daí que decidimos fazer o primeiro estudo nacional, que é o Tsunami 60+. Rodamos a primeira edição em 2019, e tomamos um susto com o envelhecimento do país, com o poder aquisitivo e de consumo da faixa dos 50+, que não era endereçada por marcas, por empresas. Sem falar nos desafios sociais que vêm junto. Porque o Brasil é o primeiro país, entre os que estão envelhecendo em curva exponencial, que vai envelhecer sendo um país pobre. Não é como o Japão ou os países europeus, que envelheceram sendo desenvolvidos. Nós somos um país pobre que vai envelhecer". O que antes era um olhar geracional, hoje é uma questão de hábito A CEO da Mariposa expôs: "Na prática, por exemplo, o mercado de tecnologia se surpreende muito com o não padrão das gerações no uso da tecnologia. Eu sempre digo que toda tecnologia que você cria só faz sentido depois que o usuário decide o sentido que quer dar a ela. Muita gente já errou achando que estava trabalhando com um target, com uma geração e, na prática, não estava. O TikTok é o maior case que temos hoje. Você vê grandes influenciadores na plataforma, desde os super jovens até influenciadores 60+. E o TikTok não foi pensado, necessariamente, para esse público. Com certeza, não era essa a expectativa, mas essa pessoa está lá e está usando o TikTok ativamente. Então, no olhar da tecnologia, tudo isso é bem transversal. Claro, existe uma fase de letramento, muitas gerações passaram ou ainda estão passando, e isso foi um baque para muita gente. Ainda tem muita gente fora desse mercado, mas, no fim, o que conta é o tempo de vida, o estilo de vida, o que a ferramenta traz ou proporciona. Por isso, acho difícil olhar só por gerações quando falamos de tecnologia. Porém, a gente já tomou muito susto até nas coisas mais básicas". "A longevidade mudou a forma como olhamos para o envelhecimento. Envelhecer era uma preocupação. Mas, quando falamos de longevidade, a preocupação é estar bem no longo prazo, e não só o bem-estar do agora, deste momento. As pessoas começam a se preocupar com isso a partir dos 20 anos. Ou seja, começamos a olhar para a longevidade com outra perspectiva. Isso muda completamente aquela ideia de que o envelhecimento era um assunto só para quem já está envelhecendo. Mas não dá pra negar que a Geração Z, por ter nascido já imersa na internet, por mais discada que ela tenha sido, por ser nativa digital, tem um outro nível de exposição. Então, tem algumas distinções que são importantes para colocarmos todo mundo na mesma página", pontuou Andrea Bisker. Iza Dezon concluiu: "Quem viveu os anos 80 e 90 lembra. As campanhas tinham que ter todas as idades, todas as etnias, todas as expressões de gênero, tudo. Cada campanha era um casting dificílimo e ninguém tomava partido. Acho super legal fazer campanhas diversas, plurais, mas também dá pra tomar uma posição. Coloca, sim, uma mulher mais velha. Coloca uma mulher fora de algum padrão e assim por diante. Então, pra mim, essa primeira tentativa de 'vamos representar todo mundo' não vai funcionar. Porque não dá para representar todo mundo. Por isso, quando olhamos para como a marca quer se posicionar, ela precisa escolher. No nosso estudo, identificamos isso claramente: as cinco marcas mais votadas por todas as gerações correspondiam diretamente aos cinco temas estruturantes que havíamos mapeado: bem-estar; identidade; crescimento; laços afetivos; e comunidade. Quando olhamos para essas marcas, vemos que cada uma tem um desses valores como espinha dorsal. E, a partir disso, encontra muitas maneiras de expressar esse único valor, adaptando conforme as gerações". Conclusão? Estude seu público e comunique comportamentos A CEO da DEZON retificou o alerta inicial da palestra, não foque em rótulos geracionais, mas em hábitos dos consumidores: "Vivemos num mundo em que todo mundo quer abraçar tudo. Se eu apresento cinco tendências, a marca já pergunta: 'Como eu abraço as cinco?' E eu digo: não abrace as cinco tendências, assim como não dá pra abraçar os cinco temas estruturantes ao mesmo tempo. Você precisa escolher o que faz sentido para o DNA da sua marca. E essa deve ser uma pergunta estratégica para qualquer decisão de comunicação, marketing ou posicionamento. O mesmo vale para como falamos com as pessoas. Quando adaptamos os discursos, aí sim conseguimos campanhas mais direcionadas para grupos geracionais, faixas etárias, momentos de vida. A idade hoje significa muito menos". "Ainda existe muita confusão. Então, eu gosto de explicar assim: por exemplo, o meu estudo mais conhecido, que se chama 'A Era da Emoção', eu apresentei em 2017. E agora, só agora, estamos falando sobre emoção de forma absolutamente mais democratizada, mais ampla, entendendo, de fato, aquilo que eu estava falando lá atrás. Quem trabalha com tendências precisa ser paciente. Porque muitas vezes a gente senta hoje e fala: 'Isso vai acontecer ao longo dos próximos 10 anos'. Então, é um processo. Mais do que prever, eu gosto de provocar: que as marcas venham com clareza sobre o que elas querem. Quais são as funções que elas desejam cumprir? Onde querem inovar? O que querem transformar no mundo? Qual é a proposta de existência da marca? A partir disso, olhamos para o mercado, para o contexto, para o poder aquisitivo, e entendemos com quem queremos falar. E aí, sim, podemos ser menos guiados por essa necessidade de 'acompanhar uma geração que está correndo na minha frente', prosseguiu Iza Dezon. Mariana Fonseca retificou: "A questão é a personalização, como é que você vai conseguir de fato, com o uso de tecnologia e ferramentas, personalizar as experiências. E não é personalizar de achar uma caixinha e criar um padrão para aquela caixinha. É entender qual é o desejo que existe ali e esse desejo, com base de tecnologia, de poder ajudar a ser personalizado. As vezes, se organiza caixinhas porque é mais fácil fazer leituras, mas é preciso tomar cuidado porque as coisas estão mudando muito. Se apegar a esses estereótipos é arriscado em muitos casos". Por fim, Andrea Bisker deixou uma mensagem: "O ciclo de vida impacta mais no consumo do que a geração. Não importa a geração que estamos, importa a fase de vida que estamos".
15/08/2025
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IA no Varejo: especialistas apontam riscos, oportunidades e dicas para começar com segurança
No último dia do Rio Innovation Week, o palco Conecta Varejo recebeu a palestra “Futuro Conectado: Inovação, IA e Segurança na Nova Era Digital”, reunindo nomes de peso para debater os desafios e oportunidades da inteligência artificial no ambiente corporativo. O painel contou com Matheus Zeuch, CIO da SAP Labs Latin America; Paulo Pontes, consultor da Petrobras; e Rodrigo Leite, Lead Scientist da Mastercard, com a mediação de Elifas Vargas, coordenador de curadoria do RIW. Logo no início, os especialistas destacaram a importância de tratar com atenção a privacidade e segurança dos dados, peça-chave para qualquer solução baseada em IA. Para Matheus Zeuch, o ponto mais crítico é a confiança nos dados utilizados para treinar e operar os modelos: “Dados são a matéria-prima da inteligência artificial. É preciso garantir que sejam tratados de forma responsável, relevante e segura. Na SAP, trabalhamos há anos com IA e lançamos recentemente o BDC – Instance Data Cloud, pensado justamente para gerenciar dados com confiabilidade.” Paulo Pontes alertou para um risco conceitual: a falta de compreensão sobre o que é IA de fato. “IA é um termo de mercado para técnicas de análise estatística. É preciso consciência sobre onde ela se aplica, entender que os resultados podem variar a cada execução e que existe uma nova camada de gestão de segurança: não basta controlar quem acessa os dados, é preciso controlar como a IA os acessa, para evitar vazamentos.” Já Rodrigo Leite reforçou a necessidade de transparência e rastreabilidade nos sistemas: “O usuário precisa saber em quais momentos pode receber uma resposta imprecisa. Além disso, legislações em andamento vão exigir cada vez mais rastrear cada decisão tomada pelo sistema e explicar como ela foi gerada.” Oportunidades para o varejo O painel também trouxe exemplos práticos do uso da IA no varejo. Paulo Pontes citou sistemas de recomendação, como os da Amazon, que sugerem produtos com base no comportamento de compra: “Hoje, algoritmos conseguem identificar padrões que antes demandariam equipes inteiras de analistas, com custos inviáveis. Isso impacta diretamente o faturamento.” Matheus Zeuch mencionou soluções como previsão de demanda, otimização da cadeia de suprimentos e logística, além de casos premiados, que implantaram precificação inteligente com etiquetas digitais, reduzindo o tempo e o custo para atualizar preços. Rodrigo Leite alertou que, mesmo com ganhos expressivos, é preciso atenção às ambiguidades nas correlações feitas pelos algoritmos, garantindo que as recomendações não gerem riscos para o consumidor. Aspectos legais e arquitetura dos sistemas O debate também abordou a LGPD e legislações futuras específicas para IA, inspiradas no modelo europeu. Pontes destacou que pensar em segurança desde a concepção do produto evita retrabalho e passivos jurídicos. Leite acrescentou que, com direitos como o “direito ao esquecimento”, é necessário desenhar sistemas capazes de excluir ou anonimizar dados de forma efetiva, sem comprometer modelos já treinados. Dicas para quem vai começar a usar IA nos negócios Para quem está iniciando, os especialistas concordam que atualização constante é essencial. “IA muda toda semana. Novos conceitos, produtos e metodologias surgem o tempo todo. É preciso estar pronto para revisar processos e adotar novas ferramentas”, disse Paulo Pontes, citando o exemplo recente do Crew AI, que cria múltiplas IAs para trabalhar de forma colaborativa. Zeuch recomendou buscar parcerias estratégicas com empresas que ofereçam acesso seguro a múltiplos modelos de IA e recursos de teste, como a plataforma BTP da SAP, que integra 35 modelos homologados com camadas de segurança e anonimização de dados. Já Rodrigo Leite ressaltou que, apesar do fácil acesso a tecnologias avançadas, entender os fundamentos técnicos é indispensável: “Ter acesso a uma Ferrari não significa saber dirigir. Sem noções básicas de como os modelos funcionam, aumenta-se o risco de erros e falhas de segurança.” O aprendizado que fica é: devemos nos atualizar sobre o tema, estudar as melhores ferramentas para os negócios e estar sempre atento às opções que surgem no mercado. Afinal, a IA, bem utilizada, traz benefícios incríveis para o varejo e não devemos deixá-la de lado. Pelo contrário, devemos explorar da melhor forma.
15/08/2025
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"Se o usuário final tem tecnologia na vida dele, como o varejo não vai ter?", a importância da IA para o seu negócio
Abrindo o quarto e último dia do Conecta Varejo, no Rio Innovation Week, nesta sexta-feira, 15 de agosto, a inteligência artificial voltou aos holofotes. A ferramenta chegou com força nas empresas de todos os segmentos. A evolução acelerada da tecnologia também gerou outro movimento: a democratização do acesso à inteligência de dados. Como isso tem afetado os resultados? Essa foi a grande questão abordada por Priscila Ariani, diretora de Marketing da Scanntech Brasil, no painel "Tecnologia que transforma, decisões que vendem: como a democratização da inteligência tem transformado o varejo brasileiro". Decisões mais rápidas, assertivas e, principalmente, conectadas ao comportamento do consumidor, impactam em melhor desempenho em vendas e em fidelização. A painelista apresentou todos os pontos, ofereceu insights para o varejo supermercadista e reforçou uma ideia central: não existe varejo sem estudo de tendências e de dados. "O varejo não para. E não está fácil. As mudanças são rápidas, constantes. Por isso, precisamos ter muita atenção aos dados, porque, quando tomamos decisões mais assertivas e direcionadas, o resultado aparece. O que é a IA? Começamos com a evolução. Primeiro, regras e lógicas. Aplicar regras. O que é uma regra? Vamos supor que eu esteja fazendo uma previsão de demanda. Eu preciso descobrir quanto de produto devo trazer para a minha loja. Aí eu penso: 'Toda vez que eu abaixo o preço em 10%, as minhas vendas crescem 15%'. Então, faço uma promoção de 10% e projeto que vou vender 15% a mais. Essa é uma regra. Mas temos o machine learning, onde às vezes eu vendo a preço cheio, outras vezes com 10% de desconto. Quando o produto está para vencer, eu ofereço 20% de desconto. E cada uma dessas ações me dá um retorno diferente. De repente, se eu dou 10% de desconto no final de semana, o meu retorno é maior do que se eu fizer isso durante a semana, porque há mais fluxo de pessoas. Então, o machine learning começa a ter a capacidade de considerar mais variáveis para fazer uma previsão de demanda um pouco mais assertiva. O deep learning vai além. Ele utiliza um repertório de informações ainda maior. Ele começa a identificar, por exemplo: "O preço da carne bovina está baixo. Isso significa que não adianta o frango baixar 10%, pois a carne bovina está mais atrativa'. A correlação de aumento muda bastante. E aí entra a IA generativa. Ela já começa a pegar todos esses recursos, fazer projeções, criar em cima deles e trazer um pouco da nossa criatividade para o processo", destacou Priscila Ariani. A diretora de Marketing da Scanntech Brasil prosseguiu: "Basicamente pegamos dados, analisamos e geramos relatórios. Parece muito simples, mas não é. Ele pode ser uma coisa horrorosa. Quando não colocamos a informação direito, é como se fala: 'entra lixo, sai lixo'. Temos que tomar muito cuidado com a qualidade dos dados que imputamos dentro do nosso sistema. Onde está esse 'lixo' de que estamos falando? Porque a base de dados é diversa. Ela vem de todos os lados, e cada uma tem uma forma diferente de estar formatada. Quem já tentou juntar bases de dados diferentes no Excel? É um pesadelo. Os números não se conversam, você faz um PROCV e o negócio não funciona. Não é só uma questão do PROCV, mas estou usando isso como exemplo, para entenderemos como essa dificuldade também acontece no nível do algoritmo e tudo precisa se integrar. Porque, senão, os dados serão sobrados pelo meio do caminho ou ignorados, e você começa a tomar decisões com base em informações erradas. Mas, a partir do momento que a gente acerta a mágica começa a acontecer". Em sequência, de forma extremamente didática, a palestrante apresentou seis cases para exemplificar cada detalhe sobre o uso da tecnologia e da inteligência artificial no varejo supermercadista. Case 01: estoque Priscila Ariani iniciou: "Toda a mágica do bem de consumo acontece no chão de loja. Mas e o e-commerce? O e-commerce ainda representa apenas 3% do canal supermercadista. Para termos uma ideia, o varejo do setor tem, em média, 7 mil itens. Se pegarmos uma rede com 10 lojas, estamos falando de 70 mil pontos de dados, fora o centro de distribuição, entre outros. Como é que você vai bater o olho e saber se a coisa está indo bem ou não? Para isso, precisa de tecnologia na palma da mão. É o que temos na Scanntech: um aplicativo no celular conectado ao estoque. O que eu estou dizendo? e você tem 14 dias de estoque armazenado dentro de uma loja, mas faz 48 dias que esse produto não vende... quem aqui já teve problema com estoque virtual? Você perde porque alguma coisa está errada no seu sistema. Lembra que eu falei da qualidade dos dados? Às vezes, até o sistema está com dados incorretos. Precisamos fazer inventário para garantir que o sistema está certo. Só que não fazemos inventário com tanta frequência, mas a inteligência já consegue prever o que está acontecendo. Resultado? Reduzimos em 15% o volume de dinheiro que estávamos perdendo por causa de erros no sistema. O meu giro de estoque aumentou 14%. Giro de estoque é quanto dinheiro eu tenho parado ali. E não podemos deixar dinheiro parado. Não estamos falando de 15% da taxa Selic. Temos que fazer os produtos girarem". "E a ruptura? Ruptura nem sempre é erro sistêmico, mas o produto não está abastecido. Como temos que lidar com 7 mil itens, muitas vezes o comprador daquele produto não se atentou que o estoque estava acabando, ou ele comprou para outras lojas e não distribuiu corretamente. Todo esse tipo de inteligência é uma das formas de trazer eficiência. Ruptura representa, em média, 60% de perda de venda. O cliente vai para outra loja, compra outra marca, ou faz outra coisa. E, muitas vezes, isso gera uma insatisfação que faz com que você perca o cliente de vez. Esse tipo de coisa mostra como a inteligência e a gestão de dados fazem a diferença", concluiu a diretora de Marketing da Scanntech Brasil. Case 02: pricing Na sequência a painelista apresentou: "Tem todo um fluxo. Como eu vou me posicionar? O meu consumidor é um consumidor premium? Popular? Mais saudável? Ou é um consumidor, enfim, que busca mais guloseimas? Como é o meu consumidor? Desde o nível mais estratégico até o mais tático? Então, todo esse fluxo, da parte estratégica à parte comercia, envolve como negociamos com a indústria, qual é o preço do produto que vai ser abastecido ali, como eu precifico, o que eu coloco em promoção. Tudo isso, todas essas fases, são permeadas por dados. Porque é massivo o volume de dados que a gente tem, e massiva também é a quantidade de decisões que precisamos tomar. Se a gente tomar decisões apenas com base na nossa experiência, estamos marcados. "Vou trazer um outro ponto aqui para vocês: precificação. Todo mundo aqui já lidou com isso. Os produtos de curva A são aqueles que as pessoas costumam saber quanto custam. Elas comparam preços e é isso que vai formar a imagem de preço do seu supermercado perante o cliente. Então, você tem que ser muito assertivo nesses preços. A estratégia desse varejista é a seguinte: nos produtos de curva A, os preços vão estar 100% alinhados à média do mercado. Ou seja, exatamente no mesmo nível dos concorrentes. Nos produtos de curva B, ele vai estar 1% acima da média. E nos de curva C, 5% acima. Como eu falei, o varejo é um negócio de margens muito apertadas. Estamos falando de 5% de lucro líquido, depois de pagar todas as despesas. Ou seja, é um jogo de muito volume. E os produtos de curva C são justamente onde vamos construir essa margem. Aí você fala: 'Bom, essa é a minha estratégia'. Lembra do estratégico e do tático? Essa é a parte estratégica. E o tático? Como é que você sabe se está, de fato, executando a sua estratégia? Aí entra a importância de ter alguém monitorando o mercado para você, trazendo essas informações de forma simples, porque você não vai conseguir fazer isso para 7 mil itens na mão", continuou Priscila Ariani. A diretora de Marketing da Scanntech Brasil finalizou: "Então, por exemplo, no produto de curva A, ele está exatamente onde queria. Maravilhoso. Nos de curva B, ele está dois pontos percentuais abaixo da estratégia. E nos de curva C, cinco pontos abaixo. O que isso quer dizer? Que ele está deixando margem na mesa. Que não está cumprindo a estratégia definida. E que não está se posicionando como gostaria, além de perder dinheiro. Na hora que mostramos para ele: 'Olha, são esses os produtos, e aqui estão os ajustes de preço que você pode fazer para alinhar com a sua estratégia'; ele começa a tomar decisões. Alguns ajustes não fazem sentido naquele momento, porque tem ação promocional rodando, mas outros ele consegue ajustar. E só isso já dá um crescimento de 0,6 ponto percentual na margem. Lembrando que a margem média do varejo é em torno de 5%, ou seja, 0,6 ponto representa 12% de aumento na margem. São 12% a mais de dinheiro, só por analisar os itens que não estão performando conforme a estratégia e ajustar. Isso é eficiência". Case 03: gerenciamento de categoria Prosseguindo, Priscila Ariani, expôs: "Gerenciamento de categoria é selecionar quais produtos oferecer. Porque estamos falando de cerca de 7 mil itens. Na minha base, por exemplo, tenho cadastrados mais de 5 milhões de itens. Como é que você sai de 5 milhões e escolhe os 7 mil que vai ter na sua loja? E você tem que escolher muito bem, porque a mágica do varejo é o quê? Qual é a nossa função como varejistas? É ter: o produto que o cliente quer, pelo preço que o cliente quer, em uma experiência que ele ache satisfatória. Esses são os três grandes pilares. Esse é o coração da operação. Se eu tenho que sair de 5 milhões de itens para 10 mil... como chegar nisso?". "Vamos a um exemplo de um varejo grande, uma rede nacional. Ele tem lá o sortimento dele montado, e ao analisar os dados, aparece o seguinte insight: 'Tem R$ 1 bilhão em oportunidade de aumento de faturamento, através da introdução de 9 mil itens'. R$ 1 bilhão é muita grana, mas 9 mil itens também é muito item. Eu não vou positivar tudo isso, mas quero aproveitar ao máximo essas oportunidades que a tecnologia está me trazendo. A tecnologia, então, vai olhar esses 9 mil itens e essa oportunidade e vai dizer: quais são as categorias com maior potencial? Selecionamos aqui a segunda maior categoria: biscoitos. Agora já não estou mais falando de 9 mil itens, estou falando de 88 itens, que vendem R$ 230 mil por mês, em 72 lojas do grupo, com uma oportunidade de R$ 16 milhões. R$ 16 milhões de oportunidade ao positivar apenas 88 itens. Aí começa a fazer sentido", continuou a palestrante. A diretora de Marketing da Scanntech Brasil concluiu: "Sempre que falamos de dados, estamos falando de funil. Começamos grande, no macro, e vai afunilando. Qual é o mais importante? Onde está a maior oportunidade? Você nunca vai pegar o R$ 1 bilhão de oportunidade e dizer 'vou maximizar tudo isso'. Quem aqui já ouviu falar de Pareto? Sempre temos que focar nos 80% do resultado, que vêm de 20% do esforço. Essa é a máxima. Sempre". Case 04: promoção Em continuidade, Priscila Ariani demonstrou: "Na nossa ferramenta, por exemplo, a indústria entra e seleciona para qual grupo de pontos de venda deseja disponibilizar uma promoção. O varejista entra no sistema e aceita ou não a promoção, se ela fizer sentido. A ferramenta automaticamente disponibiliza a promoção, no sistema de frente de caixa o preço promocionado já está ativado, os cartazes já ficam disponibilizados. Tudo muito automatizado para alavancar resultados. A plataforma também faz todo o controle automático de vendas da promoção e, em 15 dias, sem que o varejista faça nada, o reembolso da promoção está na conta do varejisto. Tudo de maneira tecnológica, dando acesso à formas de atrair o consumidor para a rede". "Outro exemplo. Temos uma categoria superimportante para essa rede específica. Só que tem um problema: enquanto a categoria está caindo 4% no mercado, ela está caindo 4% também dentro da rede. Aí você pensa: 'É uma coisa que é importante pra mim, importante para o meu faturamento... e eu estou performando pior que o mercado?'. Eu não estou no bom caminho", finalizou a palestrante. Case 05: captando oportunidade viral A diretora de Marketing da Scanntech Brasil explicou: "Oportunidade viral. Todo mundo acompanhou o 'Morango do Amor'. As vendas de morango cresceram 86%, o preço subiu 26%, comparando julho com o período anterior. Isso acontece o tempo inteiro. O 'Morango do Amor' foi uma febre que pegou todo mundo, de ponta a ponta. Mas, às vezes, fica dentro de uma bolha. A internet é cheia delas: tem a bolha fitness, a bolha de viagem, a bolha de música, de humor... e, dentro dessas bolhas, nem sempre captamos tudo. Por exemplo, uma indústria de pão começou a perceber que as vendas dela estavam roubando participação de uma marca específica de pães. O que estava acontecendo? Analisamos as vendas ticket a ticket. Mais uma vez, olha a importância da qualidade dos dados, de um dado granular. Se só soubéssemos quanto estava vendendo de 'pão', não conseguiríamos dar o próximo passo para entender o porquê. Precisamos entrar no funil da análise. A venda de pão estava crescendo, mas com quem? Com que produto? Em que combinação? Quando o pessoal foi analisar, viram que as vendas de um pão específico estavam crescendo junto com carne moída. Fomos investigar mais fundo e descobrimos: viralizou uma receita na bolha fitness, dizendo que esse pão é baixo em carboidrato, e que, junto com carne moída, rica em proteína, virava uma refeição saudável. Essa receita estava bombando. Só que os gestores dessa marca não estavam vendo a bolha, então não perceberam que tinha viralizado. Mas os dados mostraram que era para olhar e quando eles foram ver de onde vinha esse crescimento, entenderam um comportamento de consumo que estava escondido dentro da complexidade dos dados. É esse tipo de insight que vale ouro". "O plano de ação envolve previsão de demanda, senão, entra na ruptura e a perda da oportunidade; abastecimento com inteligência; ponto extra; cross-merchandising; ações nas mídias digitais. Isso potencializa a venda. Quando temos insights em tempo real, conseguimos agir na mesma velocidade do consumidor, com clareza, e isso facilita a tomada de decisão assertiva", encerrou Priscila Ariani. Case 06: promoções nível shopper - CRM Por último, a diretora de Marketing da Scanntech Brasil apresentou: "O que é hipersegmentação? Você já deve ter ouvido esse termo principalmente quando falamos de mídia digital. Vamos supor: quero anunciar a receita do pão saudável no Instagram. Adianta falar com quem não se importa com saudabilidade, e só quer saber de churrasco e cerveja? Não adianta. Aí entra a hipersegmentação: quero falar com quem busca produtos saudáveis, que está indo por esse caminho. Assim, consigo ser muito mais assertivo com o público certo, falando do que ele quer ouvir. No varejo, uma das grandes dificuldades é hipersegmentar promoções. Do mesmo jeito que não adianta fazer campanha para quem não está no perfil, também não adianta dar desconto num pão saudável para alguém que foi lá comprar cerveja e churrasco. Temos que direcionar as promoções para quem vai se interessar de fato, porque isso ajuda a fidelizar o shopper; dar valor ao desconto concedido; e criar uma experiência mais personalizada. "Temos, sim, promoções 'de massa', mas também temos que ter promoções hipersegmentadas, voltadas para perfis específicos de consumidores, para alavancar esse universo específico. Se o usuário final tem tecnologia na vida dele, como o varejo, de que tamanho for, não vai ter?", concluiu a palestrante. Para finalizar, Priscila Ariani deixou um recado bem direto: "Nosso mundo é volátil e a volatilidade não vai para lugar nenhum. Ela vai continuar aqui e com a velocidade da informação ela vai ser cada vez mais rápida. Olha a velocidade que adquirimos e aderimos à inteligência artificial para dentro da nossa vida. Todas as coisas estão muito rápidas, estamos hiperconectados. E com hiperconexão vem muito dado, com muito dado vem muita complexidade de gestão. Não adianta nada também trazemos muita plataforma de tecnologia para o nosso negócio, se não conseguimos ter processos no dia a dia, na tomada de decisão dos nossos negócios que permitam alavancar com eficiência tudo que essa tecnologia pode trazer. Não precisa fazer investimentos enormes, precisamos simplesmente saber o que usar e trazer para dentro do processo, porque informação e tecnologia sem uso e sem geração de resultado não serve para nada. Temos que ser muito assertivos e não se perder dentro disso".
15/08/2025
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Associados em foco
Supermarket inicia aniversário de 16 anos com festa na Central do Brasil e estratégia ampliada! Saiba mais
O Supermarket celebrou nesta quinta-feira, 14 de agosto, o início das festividades em comemoração aos 16 anos de aniversário da rede. Com o tema "Vem pra festa do preço baixo", o grupo lançou uma campanha com foco em engajamento do consumidor. Para marcar a data, uma ação de impacto: a distribuição de um bolo gigante, de 16 metros e quase uma tonelada, em plena Estação da Central do Brasil. A comemoração do aniversário de 16 anos do Supermarket irá durar mais de dois meses, oficialmente até o dia 18 de outubro. Durante esse período, os clientes poderão participar de diversas ações, incluindo prêmios instantâneos no aplicativo da rede e sorteio de carros zero quilômetro, por meio da Loteria Federal. Dentre as ações, pode-se destacar a "Super Roleta Premiada", que a cada R$ 150,00 em compras, possibilitará ao cliente uma tentativa de jogar na promoção, com direito a 300 vales compras de R$ 500,00 distribuídos instantaneamente no app. Compras de produtos das marcas parceiras também garantem tentativas extras. "Completamos 16 anos de muito sucesso. A Rede Supermarket vem crescendo exponencialmente e queremos ter sempre o nosso convidado mais especial, o cliente, ao nosso lado nesses grandes marcos e sendo protagonista das nossas comemorações. Que venham os próximos 16 anos com ainda mais êxito, vitórias e conquistas", destaca Paulo Bonifácio, diretor-presidente da rede Supermarket. Para sustentar a força da campanha, o grupo mobilizou uma operação logística encorpada com mais de 500 caminhões saindo diariamente dos centros de distribuição, carregando cerca de 15 mil itens. A rede hoje conta com 30 mil colaboradores e 146 lojas. Marcelo Duarte Rebelo, diretor comercial da Rede Supermarket frisou: "Tivemos o grande desafio de ajustar um modelo de negociação que já estava estabelecido há algum tempo. Considerando que em um ecossistema, como é uma rede associativa como a nossa, com 11 associados e 146 lojas espalhadas pelo estado do Rio, toda e qualquer mudança deve ser precedida de planejamento, aprovação, e por que não, ousadia. E assim o fizemos. O Comercial da Rede Supermarket se coloca sempre, e antes de qualquer coisa, como um prestador de serviços aos associados. Logo em seguida, toda a atenção para o consumidor final, e para os meios de atrai-los para as nossas lojas com produtos e promoções eficientes, impactantes e direcionadas. Estamos muito confiantes e orgulhosos do trabalho estruturado e bem feito que foi realizado por todas as camadas". A comemoração do 16º aniversário da Rede Supermarket é mais do que uma ação promocional, é uma estratégia integrada, com foco na experiência do cliente e geração de valor. A ASSERJ parabeniza o grupo pela celebração, pela aposta na estratégia e deseja boas vendas!
15/08/2025
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"É um programa transversal na cultura da empresa", como promover inovações em uma organização tradicional?
Inovação e tradição. Duas coisas que precisam andar juntas e em movimento constante em qualquer segmento (e no varejo supermercadista não é diferente). Mas como aliar uma a outra? Promover a transformação não é somente implementar novas tecnologias, mas repensar culturas, processos e estruturas. E ninguém melhor para ajudar a entender como conduzir esse processo, do que uma instituição centenária. E no início da noite desta quinta-feira, 14 de agosto, o palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week recebeu executivos da Caixa Econômica Federal para revelar os bastidores da jornada de inovação da instituição e fornecer dicas sobre como manter a relevância, mesmo após um século de atuação. A palestra de encerramento do terceiro dia, "Tradição em Movimento: O Desafio de Inovar com Mais de 100 Anos de História", foi uma conversa necessária sobre como mudar profundamente e conectar inovação, propósito e futuro. Mudanças podem ser difíceis de serem implementadas, mas são necessárias. "É um programa transversal na cultura da empresa, fazendo toda a transição digital da Caixa, focando no cliente. Desde a concepção, o programa foi pensado em conectar as pessoas. De qualquer área, de qualquer ambiente da Caixa, de qualquer lugar do estado do Brasil, conectar todo mundo", destacou Humberto Luiz da Silva Junior, líder de projetos da Caixa. Tibério Caio Boff Zortéa, CDTO da Caixa, prosseguiu: "É uma jornada que, eventualmente, passa por altos e baixos, mas no último ano e meio temos focando bastante na transformação digital". "O trabalho principal que temos feito é no fomento da mudança cultural do banco em relação às experimentações, formalidades e hipóteses com os clientes. Então, é imbuído no processo de transformação digital do banco", finalizou Tania Oliveira, gerente nacional da Caixa. Desafios da mudança: uma questão de cultura Abordando os principais obstáculos enfrentados por uma empresa tradicional, pública e secular, Tibério Caio reforçou que nenhuma mudança teria obtido êxito, não fosse a iniciativa dos próprios empregados, salientando que inovações e transformações também são uma questão de cultura empresarial: "O programa se chama TEIA, um acrônimo de Transformação, Engajamento, Inovação e Aprendizado. E, se pegarmos a questão do engajamento, inovação, o aprendizado tem muito a ver com o corpo de empregados. A Caixa é uma empresa diferente, é uma empresa pública e, portanto, é muito mais difícil você inovar numa empresa como essa, em que pese, ainda ter esse aspecto dela estar em um mercado que vem sendo fortemente revolucionado nos últimos anos, com a entrada das FinTechs e dos neobanks. Então, de fato, precisávamos. Os empregados tinham essa consciência e esse programa, esse movimento de transformação digital, ele partiu dos próprios empregados que se uniram e, com base em vários estudos e diagnósticos de várias consultorias que passaram pela Caixa, tomaram isso e desenharam esse programa. Ele foi construído com várias diretrizes, com movimentações, com questões disruptivas para a empresa, e nós aprovamos isso em todos os comitês: no Conselho Diretor, no Conselho de Administração e, desde o início do ano passado, estamos executando o programa". "Esse programa está crescendo, já passamos dos mil empregados e vamos alcançar quase dois mil envolvidos com o movimento. De 85 mil empregados diretos e espalhados por 4 mil agências, você tem mestres em inteligência artificial, doutores em inteligência artificial, e hoje podem se dedicar para pegar um tema, pode ser IA, quantificação, looping, vários temas habilitadores que tivemos que trabalhar dentro da empresa, e trabalhar de uma forma bastante colaborativa, quebrando os silos. A Caixa é uma empresa centenária, bastante hierárquica, então trabalhar todo esse aspecto de um trabalho colaborativo, formando times multidisciplinares, os nossos Fusion Teams, onde participam pessoas de diversas áreas em prol de um objetivo comum", continuou o CDTO da Caixa. Tibério Caio concluiu: "Então, como eu disse, tem muito a ver com a cultura, a forma de trabalhar diferente. O nome do programa também remete a teia de aranha, pensa naquele tecido que cresce em ambientes adversos, como o que nós atuamos, que conecta as pessoas, e a TEIA na Caixa conecta as pessoas em prol desse objetivo que é atender o cliente. Eu diria que, como resultado, já temos resultados tangíveis que estão nas mãos de todos vocês, como a conta digital no aplicativo para todos os clientes, qualquer pessoa que não é cliente da Caixa consegue abrir só digitalmente e, fazendo reconhecimento biométrico, consegue transacionar imediatamente, numa jornada muito fluida, que não perde para nenhum elemento. Quando começamos a desenhar isso, tínhamos a necessidade de 38 dados iniciais para abrir uma conta. Eram 46 passos numa jornada. Tínhamos até a jornada desenhada, mas não chegamos a colocar na rua, porque a fricção do cliente, imagina passar por 46 etapas para abrir uma conta... hoje, você abre a conta, assim como em outros neobanks, com cerca de seis ou sete dados, em seis ou sete passos, e em menos de três minutos você consegue abrir a conta na Caixa e fazer seus investimentos ou ter análise de crédito". Mudanças requerem investimento e adaptabilidade Já em relação a formatação do planejamento da inserção dessa cultura da transformação, Tania Oliveira reforçou a necessidade de investir, se adaptar e estar aberto a visões externas sobre melhorias: "Estar nesse palco, nesse evento, conecta muito com essa nova realidade da Caixa atuante, com hubs de inovação. No ano passado investimos mais de R$ 20 milhões em startups, em soluções inovadoras, com empresas de inovação mesmo. Até o final do ano, a gente quer investir mais que o dobro disso com essas soluções. Um dos destaques é o Espaço T. É outro grande investimento. Nós temos o que chamamos de residentes, que vão ser as nossas startups, selecionadas dentro de um pool de empresas inovadoras do país, para se conectar ali conosco e desenvolver soluções, tanto para a Caixa, para atendimento do cliente, quanto para o cidadão brasileiro. Porque a Caixa tem um propósito muito grande de fomentar a estruturação de novas soluções digitais públicas. Então, é nesse ecossistema de inovação que estamos hoje. Ele tem um propósito muito forte de transformar digitalmente e de sermos ali o maior hub do país". "Os investimentos durante todo esse período têm sido muito focados em modernização de processos, para gerarmos eficiência para o banco, reduzir os nossos custos, e, consequentemente, melhorar a segurança dos nossos processos, gerar dados mais seguros, e, obviamente, trazer mais confiança para o cliente. Isso tudo também fomenta a adaptabilidade às mudanças. Sabemos que o comportamento humano muda rápido. Lançamento da conta digital, por exemplo, percebemos que a jornada do cliente tem que ser mais fluida mesmo. O cliente não quer perder mais tempo, então temos investimentos pensando nessa adaptabilidade, tanto de mercado quanto de legislações, que também mudam constantemente e têm se modernizado bastante", disse a gerente nacional da Caixa em sequência. Tania Oliveira completou: "Eu queria citar também mais uma iniciativa dos investimentos, que é a Squad. É um novo modelo de atuação da Caixa, Squad for Service. Juntamos um grande grupo de especialistas da Caixa, dentre os nossos 85 mil empregados, contratamos uma empresa de especialistas de fora, pessoas com conhecimentos diversos em novas tecnologias e tendências de mercado, e formamos um grande squad para validar hipóteses em relação a soluções que entendemos que são necessárias, mas que nem sempre temos certeza. Com isso, também ganhamos muito em cultura da experimentação. Uma grande corporação precisa disso, de validar as hipóteses antes de fazer os lançamentos. Trabalhamos muito com o erro inteligente no banco hoje. É algo que fez uma mudança cultural importante, e ainda tem feito, mas que compreendemos a necessidade, dado que, com esses testes, colhemos muitos ganhos. Essa proximidade e esse investimento muito direcionado e assertivo nesses caminhos têm sido muito importante para a nossa transformação".
14/08/2025
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Atualidades
Inteligência Artificial descomplicada: como crescer seu negócio mesmo sem grandes estruturas
A penúltima palestra do terceiro dia no palco Conecta Varejo trouxe o tema “IA Aplicada ao Varejo | O Sucesso Democratizado pela Inteligência Artificial: Como usar a IA para escalar o seu negócio mesmo sem ser uma grande empresa”, conduzida por Joaquim Thiago, CEO e fundador da Xamã AI. “Tudo na vida e na rotina de qualquer empresário é processo. Com a inteligência artificial não é diferente. Mais importante do que saber qual é a melhor IA ou se você tem caixa para investir é ter mentalidade de processo. É entender a arquitetura para criar sua própria solução, delegar para um especialista ou usar ferramentas prontas, mas com método”, afirmou. Thiago destacou que a IA não é apenas tecnologia de suporte, mas uma revolução na forma de produzir. “Se você quer realmente resultados melhores, precisa entender de IA e de processo. O empreendedor deve compreender o que é inteligência artificial, distinguir suas categorias e saber quais se aplicam ao seu negócio. Nem sempre modelos de linguagem grandes são a opção mais eficiente; existem soluções mais baratas e eficazes para determinadas funções. O importante é saber onde aplicar cada tecnologia.” Segundo Thiago, até 2030 o mercado de IA generativa deve movimentar US$ 1,8 trilhão. “Há especialistas que projetam empresas com apenas 1 a 5 pessoas atingindo valor de mercado de US$ 1 bilhão.” Ele citou o caso da Lovable, startup que em apenas 10 meses captou US$ 200 milhões e alcançou valuation de US$ 1,8 bilhão, começando com 15 pessoas e que hoje conta com 45 funcionários. “A IA traz escalabilidade real. É possível sair de algo pequeno e crescer rápido, reduzindo as assimetrias”, completou. Thiago ressaltou ainda que a inteligência artificial vai muito além de ferramentas populares como ChatGPT e que combinar diferentes tipos de IA gera resultados mais consistentes. “A IA preditiva usa dados históricos para prever comportamentos e tendências, presente em ferramentas como Excel e Power BI. É mais barata, simples e rápida de implementar”, explicou. “A IA generativa cria textos, imagens, sons e outros conteúdos do zero. Quando alimentada com insights da IA preditiva, entrega resultados mais personalizados e assertivos. Já a automação, ou RPA, conecta processos e executa ações de forma integrada, mesmo sem depender de aprendizado de máquina. Combinar IA preditiva, generativa e automações cria um ecossistema mais eficiente do que depender de um único modelo.” Sobre a engenharia de prompts, Thiago defendeu que compreender a lógica de formulação de pedidos é mais importante do que decorar comandos prontos. “O modelo de quatro etapas, popularizado por Greg Brockman, presidente da OpenAI, é essencial: primeiro, o objetivo, ou seja, o que você quer e como quer; depois, o formato de resposta, definindo como espera o retorno; depois os avisos, limites e condições, como pedir para a IA informar quando não tiver dados confiáveis; e, por fim, o contexto, que são informações adicionais e exemplos para guiar a resposta.” Ele também recomendou técnicas como Chain of Thought, para explicação passo a passo, e Retrieval Augmented Generation, que consiste em treinar a IA com dados específicos da marca, melhorando assertividade e reduzindo “alucinações”, ou seja, respostas incorretas ou inventadas. Para implementar soluções de IA de forma prática, Thiago sugeriu aplicar um raciocínio de engenharia de produção. “Mapeie as etapas do processo, defina ferramentas e pontos de decisão, estruture fluxos condicionais que combinem IA generativa, preditiva e integrações externas e desenhe o fluxograma antes de implementar. Mais importante do que dominar cada ferramenta é entender a lógica por trás. Isso permite criar soluções escaláveis mesmo sem grandes equipes ou orçamentos.” “Quando toda essa arquitetura e automação estão bem estruturadas, você consegue construir um funil de vendas inteligente. O Xamã faz tudo isso e, agora, estamos expandindo para o WhatsApp e redes sociais. Com isso, não apenas otimiza processos, mas aumenta a capacidade de vender mais e, consequentemente, lucrar mais”, concluiu Thiago.
14/08/2025
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"O varejo é um membro de mídia, um gigante adormecido", supermercados podem (e devem) se tornar plataformas de mídia
Supermercados não são apenas um espaço de compra. Os estabelecimentos do nosso setor são muito mais que isso, são plataformas de mídia, capazes de monetizar dados. E a palestra "Do zero ao topo: como transformar seu supermercado em uma plataforma de mídia", no palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week, nesta quinta-feira, 14 de agosto, apresentou dicas, estratégias e insights para varejistas potencializarem seus negócios. Como construir uma audiência própria, estruturar uma estratégia de retail media e dar os primeiros passos, mesmo começando do zero. Um conteúdo essencial para quem quer inovar, rentabilizar e assumir o protagonismo no relacionamento com a indústria. Fábio Amorim, CEO da Pixel Retail e mediador do painel, destacou em sua fala de abertura: "O mercado publicitário do Brasil movimenta R$ 80 bilhões em verba, mas essa verba nem sempre está presente de forma significativa na indústria do varejo como um todo. O varejo, então, começou a se interessar por isso e, com o tempo, passou a criar painéis de LED's, instalar monitores, e percebemos que, com essas iniciativas, a comunicação se tornou mais adequada. Foi assim que se construiu uma estrutura para viabilizar o uso de vídeo no varejo. A partir dessa experiência, com participação em diversas iniciativas, conseguimos observar mais de centenas de operações no setor varejista. Além disso, temos um projeto focado em qualificar a audiência. Por fim, o terceiro ponto é a monetização dessa mídia. Recebemos o painel, ou as propriedades de mídia do mercado, e no varejo e no out of home, essa mídia foi qualificada para ser monetizada globalmente". Retail Media: não é tendência, é realidade Douglas Pombo, CEO da Inviron Technologies SA, reforçou a importância de assumir que o Retail Media é uma ferramenta necessária no varejo, mas que é preciso preparo técnico e estrutura para conquistar resultados: "Não é mais uma tendência, é uma realidade. Se começa com a captura, será necessário inserir o conteúdo e, do outro lado, esse conteúdo deverá ser entregue como anúncio, com bastante segurança e de forma escalável. Os componentes necessários para que isso funcione são, no mínimo, três: hardware, software e conectividade. Na camada de hardware, temos os painéis de LED em diversos formatos (indoor e outdoor), monitores, eventualmente tablets, e também os players PC, que são os set-top boxes, equipamentos que recebem o conteúdo e o exibem por meio desses monitores ou painéis de LED. Eventualmente, você também pode contar com sensores, que servem, por exemplo, para contagem de audiência, identificação de ações como a abertura de uma porta, entre outras funcionalidades. Tudo isso é conectado a um CMS (Content Management System), que é o sistema de gerenciamento de conteúdo. Nele, os vídeos e anúncios são cadastrados e transmitidos para que possam ser exibidos corretamente. Além disso, é possível complementar esse sistema com dados de BI (Business Intelligence), para entregar ainda mais valor ao anunciante. Também é viável integrar o sistema com mídia programática — e o Renan vai falar um pouco mais sobre isso, pois é uma das formas mais importantes de monetizar esse tipo de ativo. Já na camada de conectividade, é essencial ter um processo bem estruturado. É preciso contar com uma boa comunicação de rede, com qualidade e estabilidade, e também com uma rede elétrica adequada, já que ela influencia diretamente o funcionamento do hardware". "Você precisa garantir a compatibilidade e estabilidade do hardware. Também é fundamental ter um CMS robusto e escalável. O CMS é o sistema que gerencia a conectividade da mídia com as telas. É o software que vai rodar no hardware e permitir o cadastro do conteúdo pela internet, além de possibilitar a conexão com plataformas de mídia programática, facilitando a transmissão, exibição e auditoria desse conteúdo. Ou seja, é essencial escolher um CMS que seja, de fato, confiável, robusto e escalável. Para começar um projeto como esse de forma eficiente, vale a pena começar em menor escala. É importante garantir boa conectividade desde o início e, sempre que possível, contar com redundância de conexão, para evitar falhas. Você também precisa monitorar o que está acontecendo. Não adianta simplesmente instalar os equipamentos e esquecer. É necessário ter algum tipo de monitoramento ativo, para acompanhar se as campanhas estão sendo entregues corretamente, se os equipamentos estão funcionando, e se tudo está operando conforme o esperado. Outro ponto importante é a governança de conteúdo. Ou seja, saber quem está inserindo o conteúdo, qual o tipo de conteúdo, e se ele está realmente adequado para o ambiente em que será exibido — especialmente quando você estiver conectado a uma plataforma de mídia programática. Afinal, nesse tipo de mídia, o anunciante compra o público-alvo (target), e não o local físico. Então, garantir a adequação e a governança do conteúdo é o mínimo necessário para que o ecossistema funcione com qualidade e confiança", prosseguiu o CEO da Inviron. Douglas Pombo concluiu destacando os principais pontos de atenção que podem, tecnicamente, prejudicar a estratégia: "Investimento em elétrica e rede: 90% dos problemas vêm dessa questão. Relacionado a isso, quando você for colocar um painel de LED, é necessário fazer uma instalação própria para esse painel. Outra questão é não levar em conta, eventualmente, o local. Por exemplo, se você for colocar um painel de LED, existem painéis que permitem manutenção frontal e outros que são vendidos em gabinetes montados. Você coloca um painel na parede, e a manutenção frontal é muito mais fácil para acessar do que em gabinetes. Imagine que estragou um gabinete no meio desse painel: será necessário desmontar o painel inteiro para trocar esse gabinete, o que pode levar dias. Assim como, às vezes, você coloca o monitor ou o equipamento em um local insalubre, que esquenta muito ou tem umidade, e esse monitor não foi feito para isso. Outra questão importante é a padronização. Quando você fala de mídia programática ou mídia outdoor, já existem alguns padrões de conteúdo. É muito mais fácil comercializar um conteúdo que está dentro de um padrão. Então, imagine quando alguém começa a instalar um mobile de LED na loja dele sem padronizar isso, será muito difícil esse projeto ter sucesso". Fábio Amorim ainda comentou: "E também é importante pensar na redundância de comunicação, porque pior do que um monitor apagado é um monitor exibindo conteúdo desatualizado ou fora de contexto. Muitas vezes, até esquecemos disso, mas é um ponto muito relevante. É muito interessante observar o movimento que acontece na área de conectividade: vemos muitas telas com erro, com 'tela azul', ou simplesmente com conteúdo desatualizado. Isso geralmente ocorre porque ainda há um processo muito precário de atualização em tempo real, às vezes, feito por meio de pen drive, por exemplo. Esse é um processo que não tem um custo elevado, mas que pode (e deve) ser resolvido com uma boa estratégia de conectividade e com os painéis conectados de forma simultânea. Isso garante que o conteúdo esteja sempre atualizado e no ar. Então, isso é um pouco do básico e, claro, cada caso será diferente. Mas não adianta apenas ter o painel, ou apenas ter conectividade, se você não conseguir qualificar sua audiência. No final das contas, a agência e a indústria querem comprar audiência. E muitas vezes, elas nem sabem o que está sendo exibido na frente desses painéis". Números comprovam: com investimento, o potencial do varejo é gigantesco Lucas Cunha, business development manager da Kantar IBOPE Media, apresentou dados do setor de mídia exterior, que saltam os olhos e confirmam, com investimento o varejo supermercadista é um colosso midiático: "Temos um alto grau de conectividade. A atividade das pessoas no Brasil, com o advento da internet e, de fato, com a evolução das novas formas de produção de conteúdo e mídia, tem mudado a jornada do consumidor. Hábitos que até ontem existiam estão sendo substituídos, a todo instante, por novos comportamentos. Esse movimento é muito rápido, muito acelerado, adicionando maior fluidez e uma comunicação mais one-to-one. A mídia tem um papel central nesse processo, porque ela acaba moldando diversos comportamentos e toda essa fluidez com que nos relacionamos, seja no consumo de mídia, seja no consumo de produtos, entre outros. E, cada vez mais, essa comunicação é one-to-one, é customizada. Para quem é do mercado publicitário de vídeo, é possível conhecer soluções como o Target Group Index, que oferece uma série de informações para segmentar o consumidor. Com ele, conseguimos entender, por exemplo, o comportamento de consumidores de mais de 3.000 marcas no Brasil, abrangendo diversos estabelecimentos comerciais e mais de 200 categorias de produtos". "Mídia de varejo está dentro de mídia exterior, o famoso out of home. Uma das mídias de maior penetração no nosso país. Hoje, 90% da população declara ter visto mídia out of home nos últimos 30 dias. Isso é enorme, uma das mídias de maior alcance do país. Quando esse recorte vem para mídia em estabelecimentos comerciais é 78%. 3 em cada 4 brasileiros já declarou ter visto mídia em estabelecimentos comerciais. Então, de fato é uma mídia de enorme alcance. O outro lado da moeda, não muito favorável, ou muito favorável, porque mostra potencial, é que o share de investimento em mídia de estabelecimento comercial é muito pequeno. Em 2024, do total de investimento em mídia exterior, apenas 6% foram em estabelecimentos comerciais. Reparem, 78% da população vê essa mídia, que só recebe 6% de investimento. Desse 6% de investimento, só 13% foram em supermercados", continuou Lucas Cunha. Na sequência, o business development manager da Kantar IBOPE Media relatou: "E como é que conhecemos? Como é que eu descubro? Como eu mostro para o mercado publicitário, para as agências, para os anunciantes, como podemos explorar mais esse potencial? Claro, começamos mostrando os dados macros de alcance. Mas também vamos além, segmentando e mostrando a qualificação desse público. Por exemplo: vocês sabem quem é o público que, de fato, viu mídia no supermercado nos últimos 17 dias? Eu vou trazer algumas informações para vocês entenderem como é um público com alto potencial de consumo, muito interessante para o varejo trabalhar. 70% desse público está na faixa de 20 a 54 anos. O que isso significa? Que está concentrado principalmente na população economicamente ativa, acima da média da população geral. Em termos de classe socioeconômica, 64% pertencem às classes A, B e C, um número também superior à representatividade dessas classes na população, que é de 58%. Quando olhamos para a renda média familiar, ela é 11% superior à média da população brasileira, passando da faixa de R$ 5.000. Ou seja, é um público com maior poder de compra, com maior presença nas classes mais altas e, além disso, economicamente ativo. Isso mostra uma grande oportunidade para os supermercados, que ainda não está sendo totalmente aproveitada". "Agora, pensando no mercado publicitário: esse público também demonstra forte intenção de compra. Por exemplo, quando perguntamos se eles pretendem comprar um carro nos próximos 12 meses, quase metade diz que sim. É um público disposto a gastar, a investir, ou seja, com apetite de consumo. Outra informação interessante: 60% concordam que o cartão de crédito permite comprar coisas que eles não conseguiriam sem ele. Isso reforça que não é só intenção, é também a disposição e a consciência de poder de compra. É um público disposto a consumir, se tiver acesso ao crédito. O que eu quero mostrar com tudo isso? Que há, de fato, uma grande oportunidade pouco explorada no mercado de mídia em vídeo no varejo, especialmente nos supermercados. A primeira coisa, de fato, é entender o consumidor. E, como eu coloquei aqui, muitas vezes entender o consumidor não é apenas observar o comportamento dele diretamente, até porque, em muitos casos, ele é desconhecido até mesmo pelo próprio varejo. Por isso, muitas vezes, é necessário mostrar para a agência, para o mercado, para o comprador de mídia, quem é aquele público. Como eu mostrei: 61% dos brasileiros veem mídia no varejo, e quando vamos para a classe A-B, esse número sobe para 67%. Então, o varejo precisa mostrar esses dados para o mercado. Agora, além de entender o consumidor, eu separaria três grandes camadas de informação. Alcance: são os grandes números que citei — quantas pessoas veem aquela mídia, quais são os dados demográficos, etc. Qualificação: se a primeira camada serve para quantificar, a segunda serve para qualificar esse público. Por exemplo: quem é o consumidor de refrigerante ou de iogurte? Qual o ticket médio dele? Que tipo de embalagem ele costuma comprar? Com qual frequência? Terceora: retorno à compra, que é fundamental para as agências, porque elas precisam prestar contas aos anunciantes. Ou seja, é essencial demonstrar o impacto da campanha em resultados reais. Para as duas primeiras camadas, eu consigo responder com os dados que apresentei aqui para vocês, dados do Target Group Index, por exemplo, que ajudam a quantificar e qualificar o público. Já para a terceira etapa, é muito importante que o próprio varejo forneça essas informações às agências. E eu acredito que essa conexão entre os dados do varejo, os dados de vendas e a experiência do consumidor é o que vai realmente fazer a diferença para as agências. As agências não vão se atentar a todas essas associações por conta própria. Cabe ao varejista mostrar que esses dados são relevantes, que fazem diferença. Ele precisa defender o seu espaço no mercado. Caso contrário, essa diferença que vemos entre o tamanho da oportunidade e a efetiva realização da conversão vai continuar grande", expôs Lucas. O business development manager da Kantar IBOPE Media finalizou: "O varejo precisa conseguir atribuir a conversão diretamente àquele meio. E, para isso, vou dar um exemplo: cada meio tem suas características, e há casos em que não é possível isolar o fator de impacto para saber se uma conversão aconteceu por conta daquela mídia, como acontece com o rádio, por exemplo. Já a mídia de varejo tem essa capacidade em muitos casos. Conseguimos realizar pré e pós-campanhas, por exemplo, e atribuir aquela mídia a uma conversão real. Então, isso torna a mídia de varejo um ativo muito valioso. Poucas mídias tem a oportunidade que o varejo tem". Fábio Amorim pontuou: "Quem implementa a parte de painéis, mídia, softwares, hardwares e tudo mais, muitas vezes não qualifica, está mais preocupado com o tamanho do que com os resultados que esses ativos podem gerar. Só que esses ativos oferecem diversas condições coletivas. Lá fora, o Retail Media, nos Estados Unidos, já está em outro patamar e o formato é um pouco diferente do que estamos acostumados aqui. No Brasil, ainda vendemos muito no formato tradicional: vai até a agência, bate lá na porta, vende a mídia diretamente". Mídia programática: realidade que precisa de foco Ronan Daniel Cezar, CEO da WOOOH Wonders of Out of Home, explicou as tecnologias, investimentos e estudos necessários para que uma estratégia de retail media alcance resultados expressivos, com foco na mídia programática: "Quando falamos de tecnologia, as pessoas costumam se assustar um pouco. Mas, na verdade, já vivemos num mundo programático no nosso dia a dia. Para vir até aqui, por exemplo, muita gente chamou um Uber, algo totalmente programático. Eu entrei no aplicativo, escolhi o carro, ele veio até mim. A mídia programática é basicamente a mesma coisa: uma forma de comprar e vender por meio de uma plataforma intermediária. Aqui temos um esboço de como funciona esse processo. A mídia programática envolve, basicamente, dois atores principais. De um lado, temos o anunciante, e do outro lado, o veículo. Entre eles, há duas plataformas principais. Do lado do anunciante, temos o DSP, a plataforma de demanda. Do lado do veículo, temos o SSP, a plataforma de oferta. Essas duas plataformas conversam entre si, trocando dados que permitem que, quando um anunciante quer atingir um público específico, ele entre na plataforma, com uma experiência semelhante à de reservar um hotel no Booking.com ou um apartamento no Airbnb, e veja todos os espaços de mídia disponíveis. Muitas vezes, esse anunciante vai definir um objetivo de campanha. Por exemplo, se eu sou uma marca que vende produtos veganos, quero saber onde essas pessoas estão e quais locais têm afinidade com esse estilo de vida. Não faria sentido, por exemplo, comprar mídia em um supermercado que não vende produtos veganos. Então, dentro da plataforma, o anunciante pode especificar com quem quer falar, e o sistema vai selecionar as localizações que fazem sentido para o objetivo da campanha". "Do lado do veículo, o SSP carrega as informações dos ativos, das telas disponíveis, e permite a criação de segmentações que ajudam o anunciante a encontrar esses pontos de mídia. Essas plataformas (SSP e DSP) ficam em comunicação constante, com todo um aparato técnico por trás. Assim, o processo funciona da seguinte forma: o anunciante envia o anúncio pelo DSP, que é entregue ao SSP, e então é exibido nas telas do veículo, seja no varejo, na rua ou em outros ambientes. O processo é simples e integrado, mas exige que toda a parte técnica esteja bem estruturada: precisamos de um gerenciador de conteúdo, que receba o material enviado pelo anunciante, e de um sistema que consiga entregar esse conteúdo nas telas, com segmentação eficiente, para garantir que a campanha atinja o público certo. A segmentação é essencial. Sem ela, o anunciante não tem visibilidade sobre o impacto da sua campanha. Hoje, a mídia programática é um canal que cresce fortemente, com crescimento anual de dois dígitos no Brasil. Ela permite que varejistas conectem suas telas a essas plataformas, mesmo que não tenham experiência direta com publicidade. Se o varejista não quiser fazer esse processo internamente, ele pode contar com um representante ou parceiro comercial que o ajude na venda dos espaços publicitários. Além disso, existe o papel da chamada Ad Exchange ou Ad Network, que funciona como um intermediário de gestão entre o veículo (ou varejista) e os compradores. Esse parceiro representa os ativos do varejo junto às DSPs e aos anunciantes, assumindo a operação e repassando ao varejo apenas a receita, geralmente com um percentual combinado. Esse intercâmbio entre plataformas facilita e democratiza o acesso à mídia digital, tanto para os varejistas quanto para os anunciantes. Como essas plataformas são globais, por exemplo, um comprador no Japão pode anunciar em uma tela localizada em um supermercado no Rio de Janeiro. Isso aumenta a visibilidade dos ativos e as possibilidades de monetização para os veículos e varejistas", continuou Ronan Daniel Cezar. O CEO da WOOOH Wonders of Out of Home apresentou posteriormente: "Basicamente, vamos separar esses dois cenários entre o grande varejista e o pequeno. Vemos uma grande aceleração dos grandes varejistas em desenvolver suas próprias plataformas e suas equipes de venda de mídia. Eles entendem a segmentação e a importância disso. A venda de mídia para o grande varejista pode representar até 10% da receita total do varejo, ou seja, uma receita incremental bastante significativa. Esses grandes varejistas estão se associando com empresas de métricas para entender e oferecer ao mercado todas essas segmentações possíveis. Mas isso não quer dizer que esse seja o modelo que precisa ser replicado também por pequenos e médios varejistas. O que o pequeno e médio varejista precisa garantir é, primeiro, que ele tenha toda essa consistência técnica. Que a tela dele esteja conectada, esteja conversando com esse ecossistema aqui. Então, é importante pensar que você é um Uber e identificar qual é a plataforma com a qual você precisa trabalhar. Você vai trabalhar com o 99 e o Uber ao mesmo tempo? Vamos seguir para o varejo: quais são as plataformas com as quais você precisa trabalhar? Isso vai trazer demanda? O que vai ser necessário? De forma geral, independente do tamanho, porque estamos falando de mídia e de controle, eu preciso saber o que vai passar na minha tela. Seria importante que existisse pelo menos uma equipe, uma pessoa responsável que possa aprovar os criativos que vão rodar naquelas telas. Porque, de repente, eu tenho algum acordo comercial com uma marca específica e não posso anunciar a marca concorrente". "Quando o anunciante escolhe as telas, muitas vezes essa escolha é feita com base em dados geográficos, onde a tela está posicionada, ou eventualmente qual é o público que passa na frente daquela tela. Ele não sabe se existem restrições específicas. Por isso, é importante ter pelo menos uma pessoa que entenda quais são as restrições que eu, como varejista, tenho nas minhas lojas, e me associar a parceiros que me ajudem a realizar essa distribuição, garantindo que meu inventário está bem listado e que minha equipe técnica consegue identificar se as telas estão em comunicação. É claro que precisamos garantir receita, porque muitas vezes existe demanda, há compradores que querem comprar, mas a tela não está funcionando, não está conectada às plataformas, e essa é a pior coisa que pode acontecer: saber que existe uma demanda de alguém querendo comprar o meu inventário, minhas telas, e não estar vendendo porque a comunicação não está ocorrendo. Então, temos essas duas frentes: trabalhar e desenvolver uma equipe internamente que represente o meu relacionamento com as plataformas do meio, ou eventualmente terceirizar. Aqui no Brasil, a terceirização tem sido muito comum. Não temos mais um slide sobre isso, mas muitos veículos, sejam varejistas ou mídia exterior, se associam com plataformas que fazem toda a gestão, acompanham tecnicamente se a venda está ocorrendo e repassam para o varejista o valor dessa venda no final do mês. Portanto, depende muito da disponibilidade e da mão de obra dentro desse varejo", concluiu Ronan Daniel Cezar. Fábio Amorim encerrou o painel com uma frase que resume bem o segmento de retail media para o varejo supermercadista: "O varejo é um membro de mídia, um gigante adormecido".
14/08/2025
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Por que a arquitetura de varejo precisa criar experiências e memórias?
Nesta quinta-feira, 14, Juliana Neves, CEO da Kube Arquitetura, subiu ao palco do Conecta Varejo para falar sobre como a experiência do cliente se tornou o grande diferencial no varejo presencial. Para a especialista, a arquitetura de varejo deixou de ser apenas um espaço para vender produtos e passou a ser uma ferramenta para criar memórias e conexões duradouras. “Arquitetura não começa na planta baixa”, destacou Juliana Neves, parafraseando sua colega Renata Togni. “Ela começa no comportamento de consumo. É preciso entender a estratégia das marcas para que o espaço físico seja uma extensão dessa experiência e gere resultados reais para o negócio.” Durante a palestra, Juliana explicou que o varejo físico não consegue competir com a velocidade ou o preço do comércio online, citando exemplos como Amazon e Mercado Livre. “A loja física precisa oferecer algo que o digital não entrega: emoção, engajamento e descoberta”, afirmou. Segundo ela, a jornada do consumidor precisa ser humanizada, consistente e envolvente, transformando o ponto de venda em um ambiente de pertencimento e interação. A palestrante também destacou tendências globais e conceitos como o Retail Attainment, que combina varejo e entretenimento. Juliana apresentou ainda pilares como interatividade, sensorialidade, personalização e pertencimento, mostrando exemplos de marcas internacionais, como Coldplay e Louis Vuitton, que utilizam experiências físicas para engajar o público e fortalecer a marca. “Não precisamos ir à loja apenas para comprar. O varejo físico deve ser um espaço de encontro, de diversão e de conexão com a marca. Esse é o verdadeiro diferencial competitivo”, concluiu Juliana Neves, enfatizando que a experiência se tornou o “novo produto” do varejo presencial. Experiências IRL As chamadas experiências IRL (In Real Life, ou “na vida real”) estão se tornando cada vez mais relevantes para engajar o público, especialmente as gerações mais jovens e digitais. Com o aumento da solidão e do isolamento social, muitos consumidores buscam não apenas produtos, mas conexão e pertencimento. Segundo Juliana Neves, a geração Z tem apresentado maior vulnerabilidade a questões emocionais, como depressão e solidão, muitas vezes agravadas por relacionamentos distantes e excesso de interações digitais. Nesse cenário, as marcas têm uma oportunidade única: tornar-se hubs de suas comunidades, promovendo encontros, eventos e experiências que aproximem pessoas com interesses compartilhados. “Afinal, por que não usar o espaço da sua marca para gerar conexões reais?”, questiona Juliana Neves. Transformar a relação com o consumidor em algo experiencial e humano pode se tornar um diferencial estratégico, fortalecendo laços e criando fidelidade de longo prazo. As experiências IRL mostram que, mesmo em um mundo digitalizado, o toque humano e o encontro presencial continuam tendo valor insubstituível — e marcas que investirem nisso podem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
14/08/2025
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"Visibilidade e vendas serão consequência se tudo estiver bem estruturado", o segredo por trás de uma boa estratégia de influência
Não é mais possível fugir do mundo das redes sociais e da cultura da influência. Aliás, utilizar esse universo com uma estratégia bem definida pode ser uma excelente aposta para alavancar vendas e atrair novos consumidores. E nesta quinta-feira, 14 de agosto, o palco do Conecta Varejo / Rio Innovation Week se debruçou sobre a análise desse mundo e sua interlocução com os varejistas. Os influenciadores Livian Aragão, CEO da LVA Produções, Nina Talks e Vitor Gomes Maia, fundador da Halle, analisaram a relação dos influencers com as redes do varejo, o impacto na decisão de compra no ponto de venda e no comportamento do consumidor na palestra "Do feed ao carrinho: como a influência move o varejo". Como transformar likes em vendas? Como gerar conexão, relevância e conversão? "Pensando no varejo, tenho visto cada vez mais as marcas enxergando os influenciadores como parte essencial da estratégia de vendas como um todo. Antes eu via muito aquela lógica: 'Sobrou dinheiro, vamos fechar alguma coisa com um influenciador'. Hoje em dia é diferente. A estratégia já é pensada com isso: parte do orçamento vai ser destinada a trabalhar com influenciadores porque isso gera retorno sobre o investimento", destacou Nina Talks. Livian Aragão frisou: "As redes sociais são tão rápidas que de repente tudo muda. Precisamos estar sempre se atualizando. Acho que precisamos entender o que está acontecendo. Se a marca quer visibilidade, ela precisa olhar para os perfis certos. E geralmente as marcas também procuram perfis que têm a ver com o que elas querem comunicar. Então é muito interessante essa nova perspectiva de mercado". "Eu vim de uma época em que, para crescer nas redes sociais, você precisava vender a perfeição: ter o feed perfeito, a vida perfeita... para que as pessoas entrassem nas suas redes e idealizassem a vida delas ali. Mas isso mudou completamente. Hoje, as pessoas querem verdade, querem conexão, querem histórias com as quais possam se identificar", pontuou Vitor Gomes Maia. Desafios do mercado de influência Nina afirmou: "O Brasil é um mercado extremamente aquecido quando se fala em Creator Economy. Se olharmos para outros países, o Brasil com certeza está no topo em quantidade de influenciadores e conteúdo criativo. Mas ainda é algo muito novo e que tem acontecido muito rápido. Muitas marcas querem aproveitar esse movimento, mas ainda ficam um pouco perdidas: 'Como eu começo? Como eu abordo? Como trabalhamos juntos?'. Até hoje chega muito briefing engessado, com regras rígidas: 'Você tem que fazer exatamente isso'. Mas isso não gera conexão. Para mim, co-criação é a chave para uma ação realmente dar certo. E tudo é sempre pra ontem. Isso atrapalha o processo criativo. Fica ruim pra mim e ruim pra marca. É importante parar, respirar e entender como podemos trabalhar juntos. Porque nós, criadores, queremos ser um pilar estratégico, não só entregar uma publicidade. Estamos colocando nossa relevância em jogo. É uma via de mão dupla". "É importante ter abertura para ser criativo. Quando o briefing é muito engessado, a gente só entrega o básico. Mas o nosso público espera ver a nossa personalidade ali. É legal quando a marca permite essa co-criação, porque o conteúdo fica mais autêntico e mais eficaz", salientou Livian. Vitor concluiu: "Esse mercado exige constante adaptação. O termo 'influenciador digital' já existe há uns dez anos, mas ainda é tudo muito novo. É um mar de descobertas. As marcas precisam se adaptar, os influenciadores também, para que todos consigam crescer e alcançar resultados reais". Como as mudanças nas redes impactam na forma de criação de conteúdo para o varejo? Os influenciadores também abordaram especificamente os impactos das mudanças nas redes sociais no setor varejista, como explicou Livian: "Acho importante entender que existem públicos e formatos diferentes. Então, a entrega tem que ser diferente também. Às vezes falam: 'Ah, faz esse Reels e posta no TikTok também'. Mas o público não é o mesmo. Não dá pra replicar o mesmo conteúdo no YouTube, Instagram e TikTok. Às vezes a edição tem que mudar, o ritmo, o tom. É preciso entender a linha de raciocínio de cada plataforma e como a campanha conversa com o que você já está falando. Só assim o conteúdo será eficaz. É muito legal quando o varejo entra em uma trend. Isso humaniza a marca. Ver uma empresa participando da mesma trend que está rolando na comunidade gera identificação com o público. Isso pode não ser o que faz a marca crescer sozinha, mas é um ponto estratégico importante de visibilidade". "Você pode ter um conteúdo ótimo, mas se não estiver falando da melhor forma, ele não engaja. A quantidade de horas que passo escrevendo um roteiro de 30 segundos… porque eu quero prender a atenção. Quero impactar alguém com uma oportunidade. Parece só um videozinho, mas tem muito esforço cognitivo por trás. Tem técnica. O público precisa sentir que a marca está se comunicando do mesmo jeito que o criador. Isso gera identificação e identificação gera venda", alertou Nina. Vitor Gomes arrematou: "O maior desafio é o movimento constante das redes sociais: nos formatos, na forma de se comunicar, editar e gravar. Você precisa consumir conteúdo, entender o que está funcionando e adaptar ao seu jeito, à sua identidade visual. Cada pessoa tem uma bagagem individual, e é isso que diferencia você dos outros produtores de conteúdo e das empresas concorrentes". Atenção! O perfil do influenciador importa na escolha O debate focou ainda em outro ponto relevante para uma estratégia bem traçada de parceria, o perfil do influenciador, como disse Livian: "Primeiro, tem sinergia? Pode ser com a marca ou com uma campanha específica. É importante também entender o que a marca quer: visibilidade ou engajamento? Se a ideia é alcançar muitas pessoas, você pode contratar alguém com grande alcance. Mas se o foco for conversão, talvez seja melhor um influenciador com uma comunidade mais segmentada, mais próxima da marca. Cada campanha exige uma estratégia. Às vezes, o influenciador com mais seguidores não é a melhor opção. E o engajamento é algo que também precisa ser observado com cuidado". "O mais interessante pra mim é a interseção entre valores. Estou emprestando minha relevância para a marca, e a marca está emprestando a dela pra mim. Gosto de observar os valores no briefing. Isso mostra que há conexão e quando o público percebe isso, não causa estranhamento. Parece uma extensão natural. É muito legal quando você vê um influenciador que você admira trabalhando com uma marca que também gosta. A combinação faz sentido. Também acredito que pulverizar a influência é importante. Nem sempre contratar o maior influenciador é a melhor estratégia. Às vezes, trabalhar com nichos e micro ou nano influenciadores traz mais resultado e reduz o risco de apostar tudo em um único canal. É importante entender também que podem existir outros fatores, como se há problema na landing page, se o produto está bem explicado e precificado, dentre outros". Vitor finalizou: "As marcas precisam ter tudo muito bem estruturado: estratégia, posicionamento, comunicação. Assim, conseguem identificar qual influenciador realmente combina com elas. Se você contrata alguém só pelo número de seguidores, pode se frustrar. O público pode até visitar seu perfil naquele dia, mas não haverá retenção, nem conversão. Hoje não é mais sobre quantidade, e sim sobre conexão. Existem micro influenciadores que geram muito mais resultado porque falam diretamente com a audiência certa e isso faz toda a diferença para as marcas. Tudo precisa estar alinhado. Porque você vai ter essa visibilidade do influenciador que contratou, mas é essencial reter esse público. Realmente, é necessário que a sua comunicação e a comunicação do seu negócio estejam muito bem alinhadas, porque, do contrário, esse investimento pode acabar sendo em vão". É preciso focar em personalização Nina afirmou: "Com esse universo cada vez mais saturado, mais influenciadores aparecendo, mais inteligência artificial chegando, mais conteúdo genérico, eu vejo duas frentes principais: a inteligência artificial ajudando a gerar mais conteúdo, mas, ao mesmo tempo, as pessoas buscando cada vez mais humanização e personalização. As pessoas seguem os influenciadores porque confiam neles, e vai se criando uma comunidade em torno disso. Então, produzir algo personalizado, que comunique bem e fuja daquela comunicação genérica, é o que vai fazer a diferença. É isso que vai diferenciar o conteúdo de uma propaganda comum que a marca poderia simplesmente impulsionar nas redes sociais. Trazer o influenciador para perto serve justamente para proporcionar essa personalização e alcançar pessoas que, provavelmente, a marca não conseguiria atingir sozinha ou que, muitas vezes, não confiariam nela de forma tão fácil. O influenciador está, de certa forma, emprestando a sua confiança à marca". "Do influenciador, espera-se autenticidade e personalização. Mas eu acho que, hoje, a marca também pode, e deve, ter sua própria autenticidade e personalização. Às vezes, a marca pode até se tornar a própria influência. A marca pode se tornar um perfil que também exerce influência. Em alguns casos, pode até ser contratada para divulgar outras empresas. Então, um conselho que eu daria para uma marca que quer ter mais autenticidade e personalização é investir em humanização. Mostrar os bastidores, permitir que as pessoas vejam como tudo é feito, aproximá-las da marca. Isso gera identificação. Eu realmente acredito que isso contribui muito para criar uma comunicação personalizada e para se diferenciar. Porque, isso já nem é novidade para ninguém, o mercado está saturado. Muitos influenciadores, muitas marcas postando sobre tudo. Hoje, todo mundo já entendeu a necessidade de estar presente nas redes sociais. Por isso, você precisa se diferenciar, estar à frente dos seus concorrentes. Se você produzir conteúdo de forma autêntica, e não só repetindo o que todo mundo está fazendo, com certeza vai se destacar. Se você tiver uma estratégia bem definida, com impacto relevante na vida das pessoas, com certeza terá resultado", concluiu Vitor Gomes. Fidelização: o pós-venda importa tanto para o varejo, quanto para o influenciador Uma estratégia bem aplicada não gera apenas conversão em vendas, mas também em fidelização de clientes. E um planejamento bem feito proporciona resultados relevantes para ambos os lados da parceria, como explicou Livian Aragão: "Realmente, a marca se aliar ao influenciador é uma estratégia muito boa, especialmente considerando tudo o que já falamos: existe um excesso de informação, e as pessoas estão saturadas de ver publicidade o tempo todo produto, produto, produto... por isso, conseguir comunicar a sua marca junto com o influenciador, em uma relação de longo prazo, faz toda a diferença. Não se trata apenas de uma pós-venda, mas de infinitas vendas, porque você cria associação e confiança. Então, não se pode parar de pensar em estratégias de longo prazo com influenciadores que tenham um relacionamento mais próximo com o público. Eu acredito que isso é extremamente valioso". Nina Talks pontuou: "Depois que o post vai ao ar, acompanhamos as métricas por um tempo. Entregamos esses resultados, analisamos os números juntos, o que deu certo, o que deu errado. Se olharmos para isso com mais atenção e cuidado, recebemos muitos feedbacks valiosos. Às vezes, os comentários vão além do esperado e trazem insights incríveis. Eu tento me envolver ao máximo no pós marketing. Quando alguém me manda mensagem dizendo que comprou, eu pergunto a opinião, por exemplo, e mostro para a marca. Esse trabalho após a publicação é fundamental. Continuar construindo junto, entender o que pode ser melhorado para as próximas etapas, é algo essencial e, sinceramente, não vejo todo mundo fazendo isso". Conclusão: análise de público e de influenciador são as bases de uma boa estratégia Vitor Gomes encerrou o painel destacando: "Como você quer se comunicar e como você quer que o influenciador se comunique por você? Você está contratando esse influenciador pra te representar. É preciso ter entendimento da essência da sua marca. Assim, é possível construir algo em parceria, de forma transparente e mais leve para o influenciador e o público. Por que você criou a marca? Por que você quer se comunicar? Nesse momento, o influenciador pode compartilhar ideias, e esse pode ser um espaço para vocês moldarem juntos a melhor abordagem. Muitas marcas contratam influenciadores sem saber exatamente o que querem, sem definir objetivos claros. E, com isso, se frustram, porque esperam que o influenciador faça tudo: o vídeo, o conteúdo, o resultado, toda a estratégia. Mas essa não é a função do influenciador. O influenciador está ali para entender a intenção da marca e se comunicar de forma clara, autêntica, do seu jeito, mas alinhada ao objetivo proposto. Visibilidade e vendas serão consequência se tudo estiver bem estruturado. Portanto, tenha sua comunicação completamente alinhada para garantir um briefing redondo e claro. Assim, o influenciador poderá criar do jeito dele, mas sem perder a essência da sua marca".
14/08/2025
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"O futuro não será B2B ou B2C. Será AI2C", uma Aula Magna de futuro com Amy Webb
A Plenária do Rio Innovation Week, no Galpão Kobra, foi palco de uma verdadeira Aula Magna nesta quinta-feira, 14 de agosto, sobre o futuro e como nos comportaremos com o avanço da tecnologia. E uma lição com um grande sinal de alerta: tendências não bastam sem atenção aos detalhes e sem visão estratégica de longo prazo. Na palestra "Tendências Emergentes de Tecnologia", Amy Webb, futurista, fundadora e CEO da Future Today Institute, provocou o público com um questionamento que, segundo ela, deveria orientar qualquer organização: "No futuro, o que você acha que será mais importante? O meio, ou seja, a forma como a mensagem está sendo entregue? Quem está entregando a mensagem? Como ela está sendo entregue? Ou a própria mensagem, o conteúdo do que está sendo dito?". Amy Webb afirmou que essa, talvez, seja a questão mais relevante a ser pensada nos próximos anos. A futurista apontou como as tecnologias emergentes não apenas mudam a forma como a informação circula, mas também o próprio significado das mensagens, e como tudo isso está a ponto de se transformar ainda mais com a ascensão da inteligência artificial. Visão estratégica: mais do que tendências A CEO da Future Today alertou que observar apenas tendências pode ser perigoso: "Sinais e tendências são aquilo que conseguimos perceber no presente, mas tendências, sozinhas, não são tão úteis assim. Elas apenas nos dão uma noção do que está por vir, mas há muita incerteza. Existem muitas coisas sobre as quais ninguém tem controle total. Se você estiver apenas observando tendências, mas não estiver atento a todo o restante, você poderá estar absolutamente certo, porém, apenas por um instante. Depois, vai estar errado, por causa de todas as incertezas". Segundo Amy Webb, o segredo está na combinação dos fatores, baseados em dados e modelos, além de meras especulações: "Por isso, combinamos o que sabemos com o que não podemos saber. E isso nos dá os cenários. Cenários não são apenas histórias interessantes sobre o futuro ou suposições. Eles devem ser baseados em modelos, dados e matemática. Esses cenários são importantes porque moldam nossa perspectiva de futuro". A partir desses cenários, frisa a futurista, entra o componente mais importante: estratégia. "A terceira etapa é a estratégia. Cenários, sozinhos, são interessantes, mas não ajudam ninguém a tomar decisões. Por isso, essa terceira parte é talvez a mais importante do nosso processo, pois ela se baseia em três perguntas, que todas as organizações deveriam se fazer constantemente: para onde o mundo está indo? Onde será criado valor? E como nós, como empresa, ou como indivíduos, vamos participar? Essas três perguntas podem ser feitas por qualquer pessoa. No centro dessas perguntas está o que chamamos de visão estratégica de futuro, ou 'foresight estratégico'. Isso é o que um futurista faz". Meios de marketing: inúmeras possibilidades, ruídos e influenciadores Amy Webb também discutiu os desafios atuais da comunicação. Mesmo com bons produtos ou causas fortes, chamar a atenção das pessoas nunca foi tão difícil: "Se uma empresa é tão boa assim, se um movimento social é tão eficaz, se todos estão fazendo bem o seu trabalho, com ótimos produtos... por que precisamos de influenciadores? Porque é difícil romper o ruído, é difícil capturar a atenção das pessoas. Sempre foi assim, mas agora está ainda mais difícil, porque a tecnologia está evoluindo, o que está resultando em novas mensagens e novos meios de comunicação. Fiz um cálculo para descobrir quantos meios de marketing existem atualmente, em 2025. Contei 52. Temos canais digitais e online, sites, banners, marketing em mecanismos de busca, newsletters... temos redes sociais (e muitas delas). Facebook, WhatsApp, TikTok, Instagram... cada uma com seu público diferente. Há também plataformas interativas, como o Discord. Temos marketing dentro de jogos. Temos canais tradicionais. E eu poderia continuar listando...". A IA mudará tudo, e muito rápido A CEO da Future Today aproveitou o ensejo para deixar um alerta, a maior mudança não é apenas tecnológica, mas de mentalidade: "O futuro está prestes a parecer radicalmente diferente do presente. Minha preocupação é que, ao falarmos sobre IA, estamos olhando com um foco muito estreito. Achamos que o futuro será como o presente, só que mais avançado. Ou achamos que será como nos filmes, mas talvez não tão ruim. Na verdade, o futuro não será nenhum dos dois. Está se revelando bem diferente. Por isso, precisamos aprender a olhar para o presente com uma expectativa completamente diferente do futuro. E quando falo de futuro, não estou falando de dez anos à frente. Estou falando de dois anos". AgentFluence Marketing: a próxima revolução Amy Webb apresentou um novo conceito: AgentFluence Marketing, um termo que ela mesma cunhou. Segundo a palestrante, o marketing do futuro não será voltado apenas para humanos, mas também para inteligências artificiais, remodelando a figura do 'influencer' de hoje: "O conceito de 'influencer' pode mudar radicalmente, pode nem ser mais humano nos próximos 24 meses. O meio e a mensagem, e como esses dois se conectam, podem se entrelaçar de formas que ainda não imaginamos. Estamos falando de sistemas com múltiplos agentes de IA, todos colaborando para o mesmo propósito, sem humanos no comando. Os modelos de IA de hoje já são impressionantes, mas, quando eles começam a trabalhar em equipe, se tornam muito mais poderosos. Sistemas multiagentes do futuro permitirão que agentes de IA atribuam tarefas entre si, construam soluções em conjunto e resolvam problemas que, individualmente, não conseguiriam resolver. A grande revolução é que a IA agora pode criar dados artificiais quando os dados reais estão ausentes. Isso é chamado de pensamento em modalidades, uma maneira de acionar etapas de raciocínio lógico para resolver problemas enquanto gera dados ao mesmo tempo. Nunca vimos nada parecido com isso". "Você pode estar pensando: 'Isso não tem nada a ver comigo ou com meu negócio'. Esse é um grande erro. Isso tem tudo a ver com você e com o futuro. Esses são sinais fortes, relevantes para todas as pessoas, negócios, governos, a sociedade. Vejo empresas ignorarem esses sinais o tempo todo. Acham interessante, dizem 'vídeo legal', e vão para a próxima reunião... ou deixam tudo para a 'equipe de inovação' ou para os jovens. Mas isso importa para todos nós. Estou vendo surgir algo que chamo de 'AgentFluence Marketing', um termo que inventei. É sobre criar e implantar agentes autônomos de IA como influenciadores digitais para promover ideias, produtos ou comportamentos. Não para pessoas, e sim para outras IA, outros agentes, dentro de sistemas em rede. Em vez de um único influenciador humano, imagine 3.000 versões digitais desse influenciador, feitos para se comunicar entre si, não com você", prosseguiu a palestrante. Cenários futuros: hipersegmentação e internet sem cliques A CEO apresentou dois cenários principais, expondo as possibilidades delineadas por cada possibilidade: "Lembram dos 52 meios que mencionei? Nos próximos dois anos, isso pode se tornar 520 meios, e muitos deles terão a IA como o meio, o criador da mensagem e o mensageiro. Um cenário possível é o que chamo de 'Mais Coisas'. Imagine inovação de produto em tempo real, influenciadores humanos usando sistemas multiagentes e raciocínio multimodal para criar novos produtos a serem vendidos. Ao invés de poucos megainfluenciadores, teremos milhares de criadores de nicho, capazes de produzir conteúdo e produtos personalizados, em todas as plataformas e idiomas. Esses produtos, mesmo super segmentados, serão economicamente viáveis porque a IA os conectará com os consumidores certos. Outro cenário possível é o que chamo de 'Vestido Preto Básico'. Em breve, não precisaremos mais procurar por algo ideal. A internet será sem busca. Teremos uma internet sem cliques. Consumidores usarão IAs com memória, o que significa que você terá que aprender a fazer marketing não só para pessoas, mas para os agentes de IA também". "Vamos ser realistas: a maioria das empresas não estava preparada para a internet. Também não estavam preparadas para o mobile. E vejo isso acontecendo de novo com a IA. Produtos começarão a aparecer em plataformas como o ChatGPT, e nem saberemos por quê, porque será o sistema de IA que fará essa escolha. Mas e se essa IA combinar perfeitamente com os seus gostos e preferências? Imagine uma empresa de IA que faz parceria com uma fábrica. A usuária diz 'quero um vestido preto'. A IA não mostra algo genérico, de tamanho inadequado. Ela mostra o vestido exato que ela quer, com o estilo exato, com uma imagem que parece com ela. E se ela quiser mesmo esse vestido? A IA pode usar as medidas exatas da mulher, criar um molde e enviar direto para a fábrica", continuou a futurista. AI2C, o futuro De acordo com Amy Webb, a IA passará a ser a marca, substituindo os modelos B2B e B2C: "Produção personalizada. Sem loja, sem intermediários. Não é mais B2B ou B2C. É AI2C – Inteligência Artificial para o Consumidor. Esse cenário não é pura ficção. É um futuro totalmente diferente. Nesse futuro, o modelo de IA é a marca. Talvez o modelo gratuito ofereça o básico. E pessoas com mais dinheiro paguem por uma versão premium — com tecidos de luxo, acabamentos manuais feitos por humanos. É o mesmo modelo de escassez que marcas de luxo usam hoje, mas com mais automação". Por fim, a palestrante deixou uma provocação, como forma de incentivo, ao público: "Se esses cenários são plausíveis, e são, não importa em que setor você trabalha. O meio, a mensagem e a forma como ela é criada e entregue... tudo isso vai mudar radicalmente. Então, você está realmente inovando? Ou apenas iterando? Há muita coisa acontecendo agora. Pode parecer difícil correr riscos estratégicos para promover mudanças significativas. Mas inventar o futuro exige coragem, trabalho e inovação".
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