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Trânsito pesado, demanda crescente: como o varejo supermercadista mantém as entregas no ritmo do Natal

08/12/2025 • Atualizado pela ultima vez 1 Dia

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O aumento expressivo do fluxo de veículos nas festas de final de ano desafia diretamente as operações logísticas do varejo supermercadista, que concentram seu maior volume de entregas justamente nesse período. O pico de movimentação nas ruas — impulsionado tanto pelo comércio quanto pelo deslocamento urbano — reduz a previsibilidade dos trajetos e exige planejamento rigoroso para garantir que as lojas sejam abastecidas com regularidade.

Nas capitais brasileiras, o trânsito chega a ficar até 20% mais lento em dezembro, segundo dados de órgãos de mobilidade. Para as redes supermercadistas, esse cenário significa caminhões e utilitários circulando por mais tempo em baixa velocidade, enfrentando paradas constantes, trechos instáveis e longos períodos de marcha lenta. O impacto é direto: aumento do consumo de combustível, maior desgaste da frota e elevação dos custos operacionais — justamente no mês em que as lojas precisam manter estoques reforçados para atender à demanda das ceias de Natal e Réveillon.

Testes do Instituto Mauá de Tecnologia mostram que o consumo de combustível pode subir até 40% em congestionamentos. Para o varejo supermercadista, que opera com janelas rígidas de entrega, abastecimento contínuo e alta dependência da última milha, esses custos adicionais tornam a gestão da frota ainda mais estratégica.

Nesse contexto, tecnologias de monitoramento e análise de dados ganham protagonismo nas centrais de distribuição. Soluções que permitem às redes supermercadistas acompanhar o comportamento dos veículos e motoristas, avaliar o tempo ocioso, identificar desperdícios e ajustar a estratégia logística conforme as condições reais das vias tornam-se essenciais. A inteligência de dados possibilita antecipar gargalos, ajustar rotas, reduzir atrasos e manter a regularidade no abastecimento das lojas mesmo em períodos críticos.

“Nos períodos em que o volume de entregas cresce de forma acelerada, como no final do ano, o desafio vai além de lidar com a variação constante das condições nas ruas: é preciso integrar uma gestão de frotas preventiva e preditiva. A análise contínua dos dados, aliada ao uso de IA, permite identificar os fatores que impactam a operação e implementar ajustes com maior precisão, otimizando a frota e garantindo mais rentabilidade e eficiência durante toda a temporada”, afirma Eduardo Canicoba, vice-presidente da Geotab Brasil.

Plataformas que fornecem indicadores essenciais — acelerações bruscas, tempo de motor ligado sem deslocamento, padrões de desaceleração, consumo por rota e eficiência energética de cada veículo — devem ser padrão nas redes. Essa visibilidade permite ajustar janelas de entrega, reorganizar cargas, orientar motoristas e otimizar o uso dos ativos para garantir abastecimento contínuo, especialmente em lojas de grande fluxo.

A análise integrada desses dados ajuda a diferenciar o tempo ocioso operacional do não operacional, compreender desperdícios e aplicar medidas de redução de custos. A melhoria da eficiência energética também reforça o compromisso do setor com práticas sustentáveis — um ponto cada vez mais relevante para empresas que movimentam grandes frotas diariamente.

No varejo supermercadista, onde abastecimento constante é sinônimo de vendas, a eficiência em tempo real se torna decisiva. A integração de dados de trajeto, condução, abastecimento e manutenção em uma única plataforma permite reagir rapidamente a imprevistos no trânsito, redistribuir frotas, otimizar rotas e manter a regularidade das entregas — mesmo com o tráfego instável que antecede o Natal.

"Ao consolidar informações e automatizar análises, as redes planejam melhor suas rotas, reduzem custos de deslocamento e mitigam emissões, fortalecendo uma gestão logística em que eficiência, sustentabilidade e continuidade do abastecimento caminham juntas. No varejo supermercadista, essa integração é hoje um diferencial competitivo — e, no fim do ano, torna-se indispensável", ressalta Eduardo Canicoba.