
Do online ao físico: saiba tudo sobre a estratégia da Época Cosméticos para transformar a experiência do consumidor

A terceira palestra desta quinta-feira (14), no palco Conecta Varejo do Rio Innovation Week, trouxe um panorama detalhado das transformações do varejo de beleza. Giancarlo Chiapinotto, sócio e líder de Tax para indústria de Consumo e Varejo da PWC Brasil, conversou com Christiane Bistaco, CEO da Época Cosméticos, sobre estratégias de integração entre físico e digital, inovação tecnológica e regionalização do atendimento ao consumidor.
“O varejo passa por diversas fases. A Época é um grande laboratório de experiências e aprendizados, e precisamos entender o que vocês vêm trazendo para o mercado”, iniciou Chiapinotto, destacando a relevância de observar cases de liderança no setor de cosméticos. A fala do executivo abriu espaço para que Christiane detalhasse a evolução e os diferenciais da empresa.
Christiane explicou como a Época cresceu e se transformou nos últimos anos: “Quando assumi, a Época já era relevante, com mais de 500 marcas. Hoje, temos mais de 700, incluindo perfumes importados e produtos brasileiros. Sempre tivemos no nosso DNA a compreensão do consumo feminino — democrático e acessível — mas também pensamos no homem. Transformamos nosso negócio em quatro frentes: varejo, internet e mídia, marketplace e, em breve, loja física. Tudo isso com foco em curadoria, autenticidade e experiência do consumidor.”
A discussão naturalmente se aprofundou na primeira loja física da Época, que Christiane descreveu como estratégica para conectar o físico ao digital. “Não é um complemento, mas essencial para a experiência digital. A loja funcionará como ponto de coleta, atração de novos clientes e teste de produtos, conectando-se ao marketplace e às nossas plataformas online. Nosso objetivo é criar experiências únicas, trazendo marcas de prestígio e produtos nativos digitais que refletem as tendências do consumidor.”
A conversa evoluiu para a importância da regionalização no varejo brasileiro. Christiane destacou: “O Brasil é vasto. Produtos que funcionam no Sudeste podem não ter o mesmo impacto no Norte e Nordeste. Nosso marketplace permite que marcas menores alcancem públicos antes inacessíveis e que a Época ofereça produtos adaptados às preferências locais.”
Chiapinotto trouxe o foco para a tecnologia e a inteligência de dados como alavancas da operação. Christiane detalhou: “Utilizamos dados para busca, recomendação, precificação e logística. Investimos em soluções de inteligência artificial e machine learning para agilizar processos e aumentar a eficiência, mas sempre com validação humana. Um exemplo é o Virtual Trial, ferramenta de teste de maquiagem digital que exige interação humana para garantir precisão e experiência realista ao cliente.”
O diálogo reforçou como a integração entre físico, digital e marketplace fortalece a confiança e a experiência do consumidor. “O cliente quer autenticidade, variedade e experiências completas. Por isso, conectamos inovação tecnológica, curadoria de produtos e estratégias de regionalização para atender às expectativas de cada público”, concluiu Christiane.
Para Chiapinotto, essa abordagem é estratégica: cria personalização e engajamento, permitindo que marcas construam relacionamentos mais profundos com os consumidores e elevem o varejo de beleza a uma experiência integrada e diferenciada.
Retail Media: a importância!A Época Cosméticos se destacou como pioneira no uso de retail media ao criar, em 2019, a área “Meteoromídia”, dedicada à publicidade no varejo online. O objetivo foi permitir que as marcas, especialmente do setor de beleza, pudessem utilizar dados do consumidor para campanhas mais precisas, indo além da venda tradicional de produtos. Segundo Christiane Bistaco essa abordagem gera uma nova fonte de receita para a empresa, baseada no valor da informação e na capacidade de converter dados em resultados concretos para os anunciantes.
Além de oferecer maior precisão na segmentação, o retail media da Época também fortalece o relacionamento com criadores de conteúdo e pequenas marcas. Iniciativas como o Open Doors, que abre os espaços da empresa para influenciadores conhecerem produtos e criar conteúdo, têm elevado o engajamento e ampliado o alcance das campanhas. “Conseguimos criar experiências autênticas que conectam marcas e consumidores de forma direta e significativa”, afirmou Bistaco, destacando o papel estratégico dessa prática.
Para a executiva, o retail media se tornou indispensável no varejo digital moderno, pois transforma dados em oportunidades reais de negócios e engajamento. Além de monetizar o conhecimento sobre o consumidor, permite inovação na comunicação e aproximação com o público, criando vínculos de confiança e relevância. “Hoje, retail media não é apenas uma ferramenta de publicidade; é um elemento central para quem quer crescer e se diferenciar no mercado online”, concluiu.
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