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"Temos que conectar os nossos mercados a valores", o futuro do varejo supermercadista por Fábio Queiróz

15/08/2025 • Atualizado pela ultima vez 4 Meses

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Encerrando a programação do Conecta Varejo no Rio Innovation Week, nesta sexta-feira, 15 de agosto, a palestra "Varejo 5.0", mais uma vez, esteve repleta. No palco, Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ, primeiro vice-presidente da ALAS e idealizador do Conecta Varejo, evento que inspirou a criação do Rio Innovation Week, do qual ele é cofundador, e de Anderson Moraes, secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro.

O presidente da ASSERJ iniciou exaltando a atual edição do RIW e valorizando o setor supermercadista: "É com muita felicidade que encerro esta edição do Rio Innovation Week, pelo segundo ano consecutivo com vocês neste palco. E participo deste painel com meu amigo, Anderson Moraes, meu companheiro de agruras nos supermercados. Fazer supermercado é muito difícil, muito difícil. Chegamos a ter 65 mil itens na nossa loja. Vocês imaginem a quantidade de compra e vendas que fazemos, a quantidade de boletos para pagar, a operação, não pode faltar produto".

Discurso de Fábio Queiróz

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"Nós nunca seremos vanguarda em tecnologia e inovação. Mas começamos a ser mais atentos, mais competentes em gestão e vamos conversar aqui um pouquinho sobre isso. E, obviamente, vou puxar um pouco para nosso lado, a nossa zona de conforto, que é o supermercado, mas eu queria que você, varejista, entendesse essa conversa. Nós vamos falar muito mais em linhas gerais do varejo. Essa operação dura, não pode engessar a entrada de tecnologia e inovação e ela não está fazendo isso. A nossa velocidade só é diferente.

Então, dia 10 de agosto, véspera do Rio Innovation Week, eu completei 10 anos como presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ) e eu já passei por muita transformação digital. Quando eu entrei, ainda escutava assim: 'self check-out? (o que nós chamamos de auto atendimento). Isso não vai funcionar no Rio de Janeiro, nunca. Na Baixada Fluminense, nem pensar. Ninguém vai pagar os produtos. E olha só, hoje estamos discutindo pagamento via aplicativo, reconhecimento facial... não estou dizendo que a tecnologia não embarca no supermercado, estou dizendo que ele demora um pouco mais do que outros setores que estão mais atentos, mas o varejo opera com margens muito apertadas.

E atenção, assim como a despesa, a gestão sai do lucro. Então, você ter uma boa gestão, e aqui fica a campanha que a ASSERJ lidera e que vem surtindo muitos efeitos, garanto, que chama-se gestão eficiente, lucro certo. O Warren Buffett fala que se ele tivesse só um dólar, ele colocaria em marketing. Se eu tivesse só um real hoje, no supermercado eu colocaria em gestão. Então, eu queria que vocês escutassem atentamente essa troca.

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E, antes, por favor, vamos parar com essa história de varejo alimentar. Alguém aqui come sabão em pó? Então o supermercado não pode ser varejo alimentar. É varejo supermercadista ou, o que eu até prefiro, mas não é tão sonoro, varejo abastecedor. Ok? Porque nós somos a ponta final do abastecimento. Varejo alimentar me parece reduzir o setor que trabalhamos tão duro, tão forte, para negociar bazar, que ninguém come vassoura. Eu não vejo ninguém comer desodorante.

Uma das nossas maiores dores é a mão de obra. E olha, meus amigos, para quem quer emprego está difícil, mas para quem quer trabalhar, tem trabalho para caramba. Nosso setor é um setor de muita empregabilidade, de muito trabalho; é um setor onde você cresce muito rápido. Então, eu falei de tecnologia e inovação no varejo. Vamos falar rapidamente sobre empregabilidade. Somos a maior porta de primeiro emprego e certamente o setor onde o plano de carreira acontece com mais velocidade. É um trabalho árduo, é um trabalho duro, mas eu convido todos vocês a indicarem o varejo para trabalhar, porque é um trabalho muito recompensador. Eu não tenho a menor dúvida de que abastecer a população, esse propósito, é muito gostoso de trabalhar. Na pandemia, a gente viu isso claramente: a essencialidade do supermercado, como os colaboradores se aventuraram, mesmo sabendo que corriam risco de vida naquele momento. Então, eu tenho muito orgulho de pertencer ao varejo e tenho ainda mais orgulho de pertencer ao varejo supermercadista.

A ASSERJ tem a Escola ASSERJ, que forma colaboradores, atualiza colaboradores. E eu também tenho muito orgulho da adesão daquele cantinho que está ali e que, no ano que vem, vai ganhar mais espaço. O ASSERJ HUB. E não pode ser uma iniciativa só no Rio Innovation Week. Ali, temos 40 startups de varejo expondo suas ideias. São 40 ideias, 40 esperanças, 40 vontades de mudar o mundo, ou pelo menos melhorar o mundo. Então, isso causa muito impacto.

Quero chamar a atenção para uma coisa: a cultura da empresa. Sejam diligentes com isso. O colaborador precisa desse direcionamento. Essa geração me parece que tem menos compromisso, menos apego. Então, difundir propósito é importante, onde queremos chegar, para onde vamos? Essa crise mundial passa muito pela crise de propósito: o que eu quero, o que eu estou fazendo, e mais do que isso, o que o meu trabalho muda na vida dos outros. Eu vejo pessoas trabalhando sem compromisso com o resultado. Isso é tão ruim, não é? No final, não pode dar certo. E estamos aqui para nos propormos a falar do varejo do futuro, com o varejo do futuro que queremos, ou melhor, com o futuro do varejo. O futuro do varejo passa pelo varejo do futuro".

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O que queremos? Eu, particularmente, quero estar na minha casa e consultar no aplicativo se tem vaga de estacionamento no mercado da minha preferência. Mais do que isso, quero que, no sofá da minha casa, eu consiga, pelo mesmo aplicativo, saber se a loja está cheia ou vazia. Quero chegar na loja e ter corredores amplos. Também não quero ficar na fila do açougue. Quero ser notificado no celular quando o meu pedido, que fiz talvez até me deslocando da minha casa ao supermercado, estiver pronto, para ir buscá-lo. Enquanto isso, quero estar circulando pela loja, vendo lançamentos, sentindo os cheiros, degustando produtos, encontrando quem eu quero no supermercado, porque aquilo é um lugar de encontros. Também encontro quem eu não quero, porque, afinal, faz parte, porque os supermercados são grandes laboratórios sociais. Quantos casais já não se formaram na fila de um supermercado? Mas quantos casais também já não brigaram nos corredores dos supermercados? Então, tudo isso faz parte, mas essa experiência tem que mudar.

Agora, para os casais que se conheceram na fila do supermercado, eu tenho uma péssima notícia: estou trabalhando todos os dias para acabar com aquela situação no supermercado, porque o pagamento precisa estar na palma da nossa mão. Todo mundo ama supermercado, mas o que as pessoas não gostam é da fila, de procurar vaga no estacionamento, de corredores apertados. Mas se você tiver uma loja ampla, confortável, e não pegar fila, todo mundo vai gostar desse supermercado. Supermercados são shoppings de alimentos, de produtos de limpeza, de bazar, onde tem lançamento. Quem é que não gosta de uma promoção? Fala a verdade. E é ali o lugar de convívio social. Mas precisamos avançar. Precisamos fazer com que essa experiência seja cada vez melhor e mais agradável. E atenção à frase: o meu trabalho consiste em fazer vocês irem a supermercados por vontade e não por necessidade. Cada vez mais, amigos, vendemos mais no varejo online. Por quê? Porque vocês não querem carregar peso. Vê se o supermercado tem saco de 15 quilos de ração? Tem de 5 kg. E esse já é o nosso limite. Sabe por quê? Com arroz de 15 quilos da marca da tua preferência, eu posso entregar na sua casa. Aí você carrega menos peso e tem mais conforto.

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No entanto, eu não posso entregar o tomate do jeito que vocês podem escolher. Então, eu quero que vocês tenham mais tempo para escolher o tomate seguindo aquelas crenças (aperta em cima, aperta do lado), verdadeiras ou falsas, que nos trazem o lúdico, a memória emocional. Essa é a verdade. Mas não podemos parar ali. Temos que conectar os nossos mercados a valores. E aqui, a Luísa Trajano, que é nossa palestrante, querida amiga, olha o que essa mulher fez: ela trouxe de fora uma prática em que treinou os colaboradores dela e colocou um botão nas lojas da Magalu dizendo o seguinte: 'Você, mulher, que é vítima de violência e precisa de ajuda, só aperta esse botão. O meu colaborador está pronto para te auxiliar e te ajudar psicologicamente, encaminhando para o profissional ou, legalmente, encaminhando para o profissional da delegacia, de uma forma orientada'. Pergunte a vocês: 'alguém vai esquecer do Magazine Luísa se for ajudado dessa maneira?' Não, de jeito nenhum. Aqui, eu não acredito em fidelização pelo tempo. Eu acredito em recorrência. No meu conceito de fiel, se você der uma piscadinha para o lado, já traiu. E quem aqui é fiel a uma só marca? Quem aqui compra só em um supermercado?

Estudos mostram que chegamos a usar até oito canais de compras diferentes. Então, voltando para nossa reflexão sobre esse varejo do futuro, eu preciso conectar de maneira emocional. Já falei dos valores, agora quero falar de maneira emocional. Os supermercados precisam abranger uma reunião da confraria que você tenha. E precisam promover ali um encontro mensal. Olha que conexão da marca com o teu emocional!

Os supermercados precisam ser centros de treinamento. Olha, eu não gosto de vinho, isso é verdadeiro. Eu não sou chegado a vinho. Sou cervejeiro. Mas, outro dia, eu também experimentei vinho e gostei. Aquilo me gerou uma curiosidade. O nosso paladar muda ao longo dos anos. Eu fiquei alguns anos sem tomar uma taça, e tomei esses dias. Adorei, amei. Com a outra, voltei a detestar. O que eu estou precisando? O que eu estou precisando é de treinamento. E fui descobrir que tem o vinho de entrada, o vinho mais ou menos, e o vinho para quem já está muito acostumado É isso que supermercados precisam entregar. E quando eu falei supermercado, é a boca torta pelo hábito do cachimbo. Leia-se varejo, porque citei a Magalu. Leia-se o varejo que vocês quiserem. Isso é muito, muito, muito importante.

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E quando temos o poder público entregando mão de obra qualificada para isso, eu não consigo imaginar tudo o que estou falando se eu não tiver gente me fornecendo mão de obra qualificada. Porque, olha, eu tenho a honra de ter entregue, a vocês, nesses quatro últimos dias, o maior evento de tecnologia e inovação do mundo.

Aqui na plenária estava o maior nome de inteligência artificial e emocional também, por acaso, Daniel Goleman, mas o maior nome de inteligência artificial do mundo, que é John Maeda, vice-presidente de inteligência artificial da Microsoft, que está liderando a corrida de inteligência artificial no mundo. Então, ninguém vai me dizer, com todo respeito, o valor que têm tecnologia e inovação. Mas existe algo acima disso, que se chama ser humano. O tema do Rio Innovation Week é ética. Por quê ética? Porque, se nos acostumarmos a viver a tecnologia sem ética, a máquina vai tomar conta. O ser humano precisa estar no controle: a mão de obra que vai conseguir fazer, entender e realizar o varejo do futuro.

Discurso Anderson Moraes

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"Sou deputado estadual. Hoje estou secretário de Estado. Eu não misturo a minha vida política com a minha vida profissional. Eu sou do varejo. Quem esteve aqui conosco no passado, acho que escutou: aprendi essa profissão com a minha mãe, desde os 14 anos de idade. Enfim, não vou entrar nesse assunto agora, mas foi aí que ingressei no mercado de varejo. Cada dia mais eu tenho a oportunidade de conviver nos dois campos, da iniciativa privada e do poder público. E é engraçado, quando ganhei a eleição em 2018, eu achava que iria levar mais ideias da iniciativa privada para dentro do poder público do que o contrário. Mas hoje vejo que não é bem assim. Percebo que existe um equilíbrio muito grande nisso. Claro, quando você fala de dinamismo, de velocidade, aquela coisa de ser empresário, de estar no mercado de varejo, de apertar um botão para trocar um preço e o preço já mudar na gôndola, e a plaquinha já virar para o novo modelo, isso tudo acontece com muita rapidez na iniciativa privada. No poder público, muitas vezes, para as coisas avançarem, é preciso respeitar um certo ritmo. Nem tudo acontece no momento em que você determina ou solicita. E algo que tenho trazido da política para a iniciativa privada é a forma de se relacionar com as pessoas. A política dá um verdadeiro show nesse sentido. Aprendemos a ter mais compreensão, a lidar melhor com as pessoas. Na iniciativa privada, temos muito aquela postura de, se alguém não atende à expectativa, simplesmente substituí-lo. Hoje, penso diferente: buscamos melhorar as pessoas, entender por que, naquele momento, elas não deram a resposta que esperávamos. É uma troca diária que vem ajudando em ambos os lados em que tenho a oportunidade de atuar. E hoje, poder estar aqui dividindo este palco com você, mais uma vez, é um motivo de muito orgulho. Você, que é um grande empreendedor no estado do Rio de Janeiro, é um cara por quem tenho enorme admiração, por desenvolver projetos grandiosos e ajudar o nosso estado a crescer economicamente, para que possamos trabalhar cada vez mais pela empregabilidade.

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Nós estamos na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro. Lembrando a todos que a nossa Secretaria não tem uma entrega final, ela é meio. As nossas interações acontecem por meio das vinculadas, e eu faço questão de citar o nome de todas elas aqui. Nós trabalhamos com a UERJ, com a UENF, e hoje temos uma relação espetacular com as universidades. Claro que precisamos entender e respeitar o que está na Constituição, aquilo que foi conquistado com muita luta ao longo dos anos: a independência, a autonomia universitária. Temos também a FAETEC, que hoje é a maior escola de ensino técnico e profissionalizante do país. Contamos ainda com a Fundação CEPERJ, que realiza um trabalho incrível com aquelas pessoas que, muitas vezes, perderam a oportunidade de ingressar em uma sala de aula ou de concluir o ensino fundamental e o ensino médio. Lá também temos o Pré-Vestibular Social. Neste ano, batemos recorde de inscrições: abrimos mais de 30 mil vagas. Chegamos a atingir 70% de aprovação nos vestibulares, graças à Fundação CEPERJ. Temos ainda o Consórcio CEPERJ. É um consórcio formado em parceria com todas as universidades estaduais e federais públicas do Estado do Rio de Janeiro. Por meio dele, conseguimos interiorizar cada vez mais o ensino superior. Assim, pessoas que moram no Noroeste Fluminense e na Região Serrana, por exemplo, têm condições de obter um diploma da UFF, da UERJ, da UFRJ, entre outras. Também contamos com a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que realiza um trabalho espetacular no campo da pesquisa, apoiando projetos de diversas áreas em todo o nosso estado.

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Estamos indo em cada região, buscando a vocacionalidade de cada região, nós estamos transformando os cursos da nossa instituição, a Faetec, em cursos profissionalizantes, cursos esses voltados para a empregabilidade local, de acordo com as necessidades de cada região. A partir disso, estamos descobrindo, junto ao empresariado, quais são as demandas reais de mão de obra. Ou seja, perguntamos diretamente aos empregadores: 'Qual é a mão de obra que vocês precisam?'. Eles respondem: 'Precisamos de mão de obra X, Y, Z.' E aí, vamos em frente: vamos formar essa mão de obra. Começamos, então, a formar dentro da Faetec exatamente os profissionais que o mercado está contratando. Dessa forma, estamos valorizando o currículo das pessoas, o que é muito importante, mas, mais do que isso, estamos trabalhando a empregabilidade de forma concreta. Estamos dando condições para que a pessoa ingresse em um determinado tipo de emprego e, dali em diante, possa até ter a oportunidade de se especializar ainda mais e fazer carreira dentro das empresas. Isso tem sido muito bacana e está funcionando muito bem. Fechamos o ano passado com cerca de 110 mil alunos na instituição, e temos uma projeção para este ano de alcançar, pelo menos, 135 mil alunos. Antes, tínhamos salas de aula com capacidade para 30 pessoas, mas que, muitas vezes, tinham apenas 15, 16 ou 17 alunos matriculados. Quando fizemos a reestruturação da oferta dos cursos, conseguimos mobilizar a população. As pessoas passaram a procurar mais a nossa instituição. Aquela mesma sala, que tinha um custo fixo para atender 17 ou 18 alunos, hoje, com 30 alunos, tem o mesmo investimento. E, se você é da iniciativa privada e conhece o ramo, sabe do que estou falando: as cadeiras já estavam lá, a estrutura já estava montada, o que fizemos foi otimizar e dar mais sentido ao uso desses recursos. Mas, no final do ano que vem, a nossa instituição, através de uma virada de chave, de uma virada de chave que nós vamos fazer, eu faço aqui um compromisso: no final do ano de 2026, a nossa instituição terá um número de pessoas matriculadas que nunca aconteceu antes no Estado do Rio de Janeiro. Nunca! Nós vamos bater o recorde de alunos naquela instituição, justamente usando tecnologia e inovação. Outro produto que estamos desenvolvendo na Faetec é o Banco de Talentos. Estamos criando uma plataforma onde todos os alunos que passaram pela instituição terão seus currículos disponíveis, tanto do ensino técnico quanto do profissional. Já peço aqui a sua ajuda: possivelmente, no mês que vem, faremos o lançamento dessa plataforma, Fábio. Queremos convidar o maior número possível de empresários para esse lançamento, porque cada empresário vai sair com um login e uma senha, de forma que, na sua empresa, quando pensar em contratar alguém ou tiver uma vaga disponível, poderá entrar com esse login e senha e acessar o Banco de Talentos da Faetec. Ali, será possível encontrar de tudo. Vamos disponibilizar tudo isso, fazendo essa ponte entre a mão de obra disponível, os empregadores e o desenvolvimento econômico, gerando empregabilidade para o nosso povo. Será uma espécie de aplicativo de relacionamento da oportunidade de negócio no Estado do Rio de Janeiro.

É isso mesmo, é o que nós precisamos entender: a inovação, a tecnologia estão aí, e creio que isso que o Fábio quis também dizer. Por mais que a gente venha evoluir, com tanta tecnologia, é preciso sempre ter na cabeça e entender o que existe de mais importante dentro de todo esse processo. É claro que é o ser humano. Em todos os sentidos, não só aquele que está dentro do varejo atendendo, mas também aquele que está entrando no varejo para poder consumir.

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As pessoas precisam entender, principalmente aqueles que estão dentro do varejo atendendo as pessoas que ali estão chegando, que aquelas pessoas que estão chegando para consumir naquele momento, nós precisamos identificar, antes de fazer com que as atendamos bem, qual é o estado em que aquela pessoa se encontra naquele momento. E até isso, dentro dos nossos cursos profissionalizantes, estamos fazendo, porque, por exemplo, todo o segmento de drogarias também. Têm muitos clientes que entram nas drogarias e, naquele momento, não estão entrando para comprar shampoo, nem creme; muitas vezes eles estão cheios de dor, estão indo até ali para comprar algum remédio, alguma coisa que vai fazer o estado deles, naquele momento, se transformar e voltar à normalidade.

Então, é preciso que dentro do varejo entendamos que, por mais que tenhamos hoje inovação e tecnologia, nós vamos precisar sempre ter a sensibilidade de entender que a todo tempo estamos lidando com seres humanos. E mais que isso, existem algumas profissões dentro do varejo que, a princípio, as pessoas ficam com receio de que sejam extintas, e eu não consigo acreditar que a evolução vá fazer isso. Pelo contrário, vai fazer com que aquelas profissões sejam mais completas, mais valorizadas e nunca extintas.

E, voltando a falar até do evento que estamos hoje, eu acho que no caminho que vocês estão, Fábio, possivelmente, dentro de alguns anos, esse evento terá duas entradas: a entrada daqui da Praça Mauá, que sempre existiu, e possivelmente, na forma como está se estendendo para dentro do mar, vai ter muita gente podendo entrar pelo litoral também. Mas tudo isso só é possível através da inovação e da tecnologia, porque mandam muito bem em serem identificadores de talento, e têm a sensibilidade de conseguir se relacionar, de lidar com pessoas, de buscar mais parceiros. Portanto, é bom deixar bem claro que jamais a tecnologia vai superar aquilo que nós temos de mais importante, que são as pessoas.

Não tem jeito, eu sei que nós somos sonhadores, nós queremos que cada vez mais as coisas possam evoluir. O mercado varejo é sensacional, é um dos maiores empregadores do nosso país. E hoje, quando falamos de empreender no nosso país, é muito difícil. São muito grandes os números das empresas que vão fazendo a constituição do seu CNPJ e que, muitas vezes, não conseguem chegar ao seu quinto ano de aniversário. Quero aproveitar para parabenizar todos que tentam, não só os que conseguem, mas os que vêm tentando empreender no Brasil.

Quando você fala de mercado varejo, eu tenho várias pessoas que trabalharam comigo no mercado varejo. Eu tenho amigos hoje que entraram para trabalhar de 'jacaré' nas lojas e hoje, eles têm muito mais do nós. Então, o mercado varejo é bacana por isso, porque você tem condições de entrar ali pequenininho, sabe? E, se você se dedicar, claro, não gastando tudo aquilo que você ganha. Eu acho que hoje o grande sucesso, não só no mercado varejo, mas em qualquer outro, não está mais no muito que se ganha, mas está no controle do pouco que você consegue gastar. E, dessa forma, você vai acumulando os seus rendimentos e, lá na frente, você vai ser grande pra caramba. É só esperar o tempo passar, não sofrer tanto de ansiedade que você vai conseguir realizar tudo aquilo que pensa.

Então, já finalizando, é muito bom o varejo. Eu tenho uma saudade de encostar a barriga no balcão, de ficar lá, eu sempre gostei disso. O mercado varejo me ensinou também, me ajudou muito a entrar na política, claro, porque eu passei a aprender a lidar com as pessoas, no sentido de saber cumprimentar, de perder a vergonha. Não tem como você trabalhar no mercado varejo e ser aquele cara para baixo, então você acaba sendo um cara mais autêntico, e, mais pra frente, mais gente.

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É uma escola muito bacana que eu vivi diretamente dos meus 14 anos até os 38 anos de idade, que foi quando eu conquistei o primeiro mandato. Uma grande escola pra mim, e, sem dúvida nenhuma, eu tenho certeza que a minha vida na política não vai ser eterna. Minha mãe sempre falou pra mim que a maior coisa que o ser humano pode ter é o crédito, e temos que trabalhar a vida inteira para nunca perder o nosso crédito. E é isso que eu carrego pra vida.

Quero agradecer aqui a presença de todos vocês. Muito obrigado por estarem até agora conosco, escutando o Fábio, escutando aquilo que nós temos para falar.

Espero que a experiência seja válida pra alguma coisa".

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