Pix domina os caixas dos supermercados, mas impõe novos desafios. Saiba quais!

Com mais de 150 milhões de usuários cadastrados, o Pix se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado no Brasil. Segundo a Febraban, foram 63,8 bilhões de transações em 2024 — um crescimento de 52% em relação ao ano anterior. Especialmente nos supermercados, o sistema tem se mostrado uma solução eficiente para agilizar o checkout e atrair consumidores em busca de praticidade.
Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostram que 63% dos brasileiros utilizam o Pix mensalmente, com uma média de 32 transações por usuário. A adoção massiva tem impulsionado as vendas no setor supermercadista, que hoje vê no Pix uma ferramenta importante para reduzir filas, facilitar a conciliação financeira e até diminuir os custos com taxas de operadoras de cartão.
No entanto, essa popularização também acendeu o alerta para fraudes, erros de transação e golpes digitais, trazendo à tona a necessidade de maior segurança jurídica — especialmente nas relações entre varejistas e consumidores.
Segundo Karina Gutierrez, advogada do escritório Bosquê & Advogados, o setor precisa estar atento às responsabilidades previstas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). “Em casos de fraude ou erro, como transferências indevidas, os supermercados, assim como os bancos, podem ser responsabilizados se não demonstrarem medidas preventivas eficazes”, explica.
A Resolução nº 4.893/2021 do Banco Central estabelece normas que as empresas devem seguir, como o bloqueio cautelar de valores em transações suspeitas. Porém, ainda há lacunas na padronização de condutas em casos de golpes cada vez mais sofisticados — como a engenharia social.
Além disso, o aumento do uso do Pix também chama atenção da Receita Federal, com foco na rastreabilidade e impacto fiscal, especialmente para redes menores e lojas de bairro que usam a ferramenta de forma informal.
PIX: promova capacitação digital da equipe
Diante disso, especialistas alertam: é preciso investir em educação digital para funcionários e clientes, sistemas antifraude, e treinamento no ponto de venda. “A segurança é uma via de mão dupla. Enquanto o consumidor precisa estar atento, o varejo deve garantir um ambiente protegido e transparente para as transações”, conclui Karina.
Para os supermercadistas, o desafio é equilibrar conveniência e segurança, reforçando protocolos internos, canais de atendimento e comunicação clara com o cliente. Em tempos de transformação digital acelerada, o Pix é um aliado importante — mas exige uma gestão consciente e responsável.
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