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“Zebra”: comportamento de consumo da cerveja zero que o varejo supermercadista deve acompanhar!

08/10/2025 • Last updated 1 Month

Indústria em cena
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O interesse crescente por hábitos saudáveis está transformando o mercado de bebidas e abrindo novas oportunidades para o varejo supermercadista. As versões sem álcool de rótulos tradicionais, como Brahma, Budweiser e Corona, registraram crescimento de 15% no último trimestre — desempenho acima da média do setor, de acordo com a Ambev.

O movimento, liderado por gigantes como Ambev e Heineken, confirma que o segmento de cervejas zero deixou de ser um nicho e passou a ocupar um papel estratégico no portfólio das companhias. Para os supermercadistas, acompanhar de perto essa tendência pode representar ganhos de faturamento e fidelização de novos perfis de consumidores.

Segundo Gustavo Castro, diretor de Estratégia e Insights da Ambev, “a tendência veio para ficar, e como indústria temos o papel de fomentar e desenvolver esse segmento”. A companhia registrou receita de R$ 3 bilhões entre abril e junho deste ano, e o faturamento anual de 2024 cresceu 12%, atingindo quase R$ 90 bilhões — impulsionado por um portfólio saudável que avançou 20% graças à inovação tecnológica”.

Hoje, a Ambev conta com um dos maiores centros de inovação em bebidas do mundo, instalado na UFRJ, e investe em pesquisas que ampliam a qualidade e a diversidade das cervejas sem álcool. “A aceitação é muito maior, porque o sabor está muito mais próximo da versão regular do que há 10 anos. Cada vez mais pessoas estão adotando a ‘zebra’, que é revezar cerveja zero com a regular”, explica Anna Paula, diretora de categoria cervejeira da Ambev.

A Heineken também segue a mesma direção. Com 20 marcas em seu portfólio, a companhia vem expandindo as linhas zero, ainda pouco representativas no Brasil, mas com alto potencial de crescimento. “Há espaço para novas ocasiões de consumo e experimentação do consumidor”, afirma Mauro Homem, vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da marca.

O consumo de cervejas sem álcool no Brasil segue a tendência global: no primeiro semestre de 2025, cresceu mais de 13%, enquanto as versões tradicionais caíram 4%. De acordo com Thomaz Machado, CEO da Scanntech Brasil, o consumidor de cerveja zero gasta, em média, 1,1% a mais por ticket e leva 3,8% mais unidades por compra — um indicativo de oportunidade para o varejo ampliar margens e diversificar mix de produtos.

Segundo o Anuário da Cerveja, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, a produção nacional de bebidas sem álcool cresceu 536,9% em 2024, representando 4,9% de toda a produção brasileira.

Mais do que uma moda passageira, a cerveja zero consolida-se como uma categoria de alto potencial — alinhada a valores como bem-estar, moderação e consumo consciente. Para os supermercadistas, o momento é de observar o comportamento do shopper e repensar a exposição e o sortimento nas gôndolas. Ficar atento a essa movimentação é fundamental para aproveitar a frente de crescimento que ela oferece.