O crescimento de renda das famílias abre oportunidade para os supermercadistas
Crescimento da renda domiciliar per capita subiu acima do esperado e atingiu recorde com empregos gerados, afirma IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a renda média domiciliar per capita subiu para R$ 1.848 mensais no Brasil em 2023. Esse é o maior patamar da série histórica iniciada em 2012. O rendimento teve uma alta de 11,5% comparado a 2022 (R$ 1.658) e superou o recorde de 2019 (R$ 1.744).
Os dados, divulgados pelo IBGE e analisados pelo pesquisadores, apontam para a entrada de recursos além do mercado de trabalho, com informações de renda da população vindas por meio de aposentadorias, pensões, programas sociais e aluguel, e que poderá ser distribuído em novas aquisições por meio do aumento de crédito.
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“Qualquer aumento de renda e exploração do crédito permitirá aos consumidores uma procura de novos produtos, principalmente os de alimentação e higiene, algo que mexe diretamente com os supermercados“, afirma Eduardo Tomiya, engenheiro e CEO da TM20 consultoria.
Segundo o IBGE, um dos principais fatores para o recorde de renda per capita foi o aquecimento do mercado de trabalho. No último trimestre de 2023, a taxa de desemprego caiu para 7,4%, um dos melhores números apresentados pelo Governo Lula 3.0. Programas sociais de transferência de renda como o Bolsa Família chegaram a 19% dos lares brasileiros, um outro propulsor desse dado.
Em termos absolutos, o resultado representou cerca de 14,7 milhões de lares, de um total de 77,7 milhões de endereços que foram beneficiados com o aumento de renda proveniente do Bolsa Família. Segundo o IBGE, as políticas de transferência de renda contribuíram para o aumento do poder de compra das camadas mais pobres e retração do aumento da desigualdade.
Em análise, Eduardo Tomiya acredita que a melhor estratégia para os supermercados ‘surfarem’ nesse recorde é deixar a proposta de valor ainda mais clara e fácil para o cliente, “é essencial entender as demandas do consumidor novo que surgirá após esse crescimento de renda. Sem dúvida nenhuma o preço será um fator decisivo, mas a comodidade apresentará o diferencial de cada rede”, explicou.
Supermercados confiam no crescimento
Os números apresentados pelo IBGE são considerados muito positivos para os supermercadistas. O setor, que vem em franco crescimento segundo o instituto de pesquisa, atingiu 6,6% de aumento real, em fevereiro de 2024, e diante do cenário de melhora da renda da população, elabora novas expectativas.
“O aumento de renda da população é um importante movimento para os supermercados. Ao melhorarem as suas condições financeiras, as pessoas procuram melhorar também a sua alimentação, investindo em qualidade de vida, experimentando novos produtos e fazendo a roda da economia girar”, afirmou Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ.
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O olhar do mandatário representante dos supermercados do Rio de Janeiro se alinha com o crescimento do setor. No último mês, mais de 300 pessoas foram empregadas com carteira assinada em redes de supermercados. Segundo o IBGE, os números são considerados muito bons, uma vez que o rendimento do trabalho na composição per capita representa 74,2% da renda média. Os números no cenário nacional colocam o Rio de Janeiro (R$ 2.305) em evidência no terceiro melhor rendimento per capita do país, atrás apenas do Distrito Federal (R$ 3.215) e de São Paulo (R$ 2.414).