Economia global em 2025: incertezas, desafios e oportunidades debatidos na NRF

O ano de 2025 desponta com um panorama global repleto de incertezas, reflexo de dinâmicas econômicas, políticas e tecnológicas que têm se intensificado desde 2020

Em um painel na NRF com especialistas, liderado por David Solomon, CEO do Goldman Sachs, a ASSERJ pode debates sobre as expectativas quanto à inflação, estabilidade fiscal e a nova administração de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Resiliência dos EUA em um cenário turbulento

A economia americana se mantém como uma força motriz global, destacando-se pela resiliência após a pandemia de COVID-19. Apesar dos desafios impostos pela inflação elevada, o mercado norte-americano tem demonstrado vigor, impulsionado pela inovação e pela expansão fiscal adotada durante o lockdown. No entanto, as classes médias continuam enfrentando dificuldades, com o aumento do custo de vida comprometendo a qualidade de vida.

Solomon destacou a necessidade de políticas focadas na contenção da inflação e na imigração, questões centrais para manter a confiança e o poder aquisitivo da população. Para ele, o controle do déficit fiscal será determinante, sobretudo diante das pressões inflacionárias.

Mudanças geopolíticas e novas estratégias globais

A diversificação de parcerias comerciais e a relocalização de linhas de produção são vistas como tendências irreversíveis. Segundo Solomon, “o deslocamento de fábricas da China para outros países e a internalização de linhas de montagem são estratégias que fortalecem a economia global e reduzem dependências excessivas.”

Essa mudança estratégica cria oportunidades para novos mercados e investimentos locais, permitindo uma reorganização das cadeias globais de suprimento e produção.

Impactos da inteligência artificial na produtividade

Uma das grandes apostas para 2025 é a adoção massiva da inteligência artificial (IA), que, segundo Solomon, pode elevar a produtividade global em até 1,5% ao ano. “A IA tem o potencial de transformar radicalmente a eficiência das empresas e os parâmetros regulatórios, criando níveis de produtividade sem precedentes”, afirmou. Essa transformação exigirá novas formas de preparação e qualificação profissional para acompanhar as mudanças.

Desafios para o consumo global e o varejo brasileiro

Os impactos da inflação e do aumento do custo de vida também se refletem nos padrões de consumo, com foco crescente em conveniência, economia e experiências digitais. Para o varejo brasileiro, a relação entre crédito, renda disponível e inflação será decisiva em 2025. Além disso, o contexto global influencia diretamente as expectativas de consumo em setores dependentes do varejo e de bens de consumo.

Liderança e cultura organizacional

Outro ponto relevante levantado por Solomon foi o papel da liderança na proteção da cultura organizacional e na adaptação às complexidades crescentes das empresas. “A liderança precisa energizar as organizações, mantendo a integridade e os valores, enquanto busca os objetivos estratégicos”, destacou.

O papel da regulação e a nova administração dos EUA

A redução da pressão regulatória imposta pela administração Biden é vista como um ponto positivo pela nova gestão Trump. A combinação entre cortes de impostos, aumento de tarifas de importação e controle do déficit fiscal será um desafio para os próximos meses, com efeitos ainda incertos na economia global.

Conclusão: um ano de decisões cruciais

Em meio às incertezas, o ano de 2025 exige atenção redobrada de governos, empresas e investidores. A combinação de desafios econômicos e oportunidades tecnológicas define um momento de transição, no qual decisões estratégicas podem moldar o futuro das economias globais.

Com uma economia resiliente, os Estados Unidos permanecem no centro das atenções, mas o sucesso global dependerá de como outros mercados, incluindo o Brasil, enfrentarão seus próprios desafios e aproveitarão as oportunidades em um cenário em transformação.

Por Publicado em: 17 de janeiro de 20250 Comentários