Varejo: supermercados são propulsores na expansão do setor em 2023

Supermercados
Setor tem saldo anual positivo de 1,7% em comparação com 2022, mas tem queda de 1,3% em dezembro de 2023

Para o varejo, o ano de 2023 não teve o saldo esperado, conforme apontou a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira, 7. Se, por um lado, as vendas tiveram um resultado decepcionante marcadas pelo fracasso na Black Friday e Natal, por outro, o setor supermercadista foi responsável por puxar a expansão do varejo no acumulado dos últimos 12 meses.

O índice de crescimento de 1,7% no volume de vendas, em comparação com 2022, foi em grande parte sustentado pelo setor de super e hipermercados, frente a outros segmentos que necessitam de mais crédito ampliado.

“O forte volume de vendas dos supermercados nos colocam como propulsores no crescimento do varejo, e prova, mais uma vez, como somos essenciais para a economia”, afirmou Fábio Queiroz, presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro, Asserj.

Ainda assim, o segmento do varejo restrito (que incluem super e hipermercados) teve queda 1,3%. Os resultados vieram abaixo das expectativas traçadas pelo Valor Data, mas pontuou que, pelo sétimo ano consecutivo, as vendas do varejo restrito tiveram crescimento, e em 2023, o maior índice desde 2019.

Em comparação com o varejo ampliado, segmento onde se inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças de material de construção e atacarejo, o volume de vendas caiu 1,1% com o ajuste sazonal de novembro de 2023. As vendas acabaram ficando estáveis mas abaixo do que era esperado, cerca de 2,4% contra a expectativa de 2,7%.

Dentro do setor do comércio varejo, super e hipermercados sustentaram um crescimento de 3,7% em 2023, sendo o índice com a maior participação no crescimento do varejo restrito. Na contramão de grande parte do setor nas vendas na Black Friday e Natal, os supermercados conseguiram colher bons números.

Consolidado dos supermercados
Pessoa comprando em supermercado

Pessoa comprando em supermercado

No Rio de Janeiro, o consolidado dos números do PMC apontou uma alta de 5,4% nas vendas do mês de dezembro, em termos reais, no cenário em que a inflação já é descontada. O resultado aponta para o sexto mês de crescimento consecutivo no aumento das vendas.

Em dezembro de 2023, o acumulado das vendas ficou em 5,5%, seguindo a média brasileira, assim como, a alta dos supermercados de 5,5% em termos reais, na comparação com 2022. Números que foram superior à média brasileira de 4,1%, e o terceiro melhor do Brasil, sendo superado apenas por Ceará, com 16,1% e Minas Gerais, com 7,7%. Foi a maior taxa de crescimento desde 2010.

Segundo o levantamento da Futute Tank, a pedido da Asserj, o bom resultado do setor supermercadista fluminense em dezembro não foi capaz de segurar o varejo no estado, que amargou uma retração de 0,7% nas vendas, chegando ao terceiro mês seguido de queda.

“Estamos vivendo um bom momento econômico e fechamos 2023 com crescimento de 5,5%, a maior taxa de crescimento desde 2010”, pontuou Fábio Queiroz.

Queda na Selic

Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, o acumulado de 2023 foi de 1,7% em comparação a 1,0% em 2022, no volume de vendas do varejo restrito, números que apresentam um crescimento abaixo do esperado mas que não dão sinais de aceleração econômica.

Entretanto, a análise da FGV traz a informação de que, se o ritmo se mantiver em 2024, os varejistas poderão esperar um crescimento melhor que em 2023.

cestinha de compra

cestinha de compra

As vendas do varejo restrito tiveram crescimento em 5 dos 8 setores pesquisados, sendo a principal delas a de Supermercados e Farmácia. No varejo ampliado, em 7 dos 10, com destaque para venda e revenda de automóveis e motos.

“A principal influência para a alta no varejo restrito foi o segmento de hiper e supermercados, com 1,7 ponto percentual de impacto. As outras influências se somam e subtraem”, disse Cristiano Santos, gerente do levantamente do IBGE.

Em suma análise, a melhora do endividamento das famílias somadas a queda na taxa Selic, a quinta consecutiva e hoje em 11,25%, são propulsores para o aumento de vendas no varejo. A expectativa para 2024 é de um crescimento de 2,4% para o varejo restrito e de 2,7% para o varejo ampliado.

“Assim como foi em 2023, o setor de hiper e supermercados continua em expansão em 2024. Os números apresentados pelo IBGE ontem estão dentro do que esperávamos, mostram a força que os supermercadistas possuem dentro do varejo. É mais um ano de protagonismo, algo que confirma nossa evolução e preocupação com o crescimento”, afirmou Fábio Queiroz, da Asserj.

Por Publicado em: 8 de fevereiro de 20240 Comentários