Varejo e serviços se unem para defender parcelamento sem juros no cartão
Com o objetivo de preservar o parcelamento de compras no cartão de crédito sem a incidência de juros, um grupo de 11 entidades que representam os setores de varejo e serviços lançou nesta terça-feira, 21 de novembro, uma campanha nacional chamada “Parcelo Sim”. A iniciativa visa informar a população sobre os benefícios desse instrumento de crédito e coletar assinaturas para pressionar as autoridades a não alterarem as regras atuais.
A campanha surge em meio à discussão sobre a redução dos juros do crédito rotativo, que são cobrados dos clientes que não pagam a fatura do cartão em dia. Segundo dados do Banco Central (BC), os juros do rotativo ultrapassam os 400% ao ano. O governo, o setor financeiro e o BC defendem que o parcelamento sem juros precisa ser limitado para que os juros do rotativo possam cair.
O varejo e o setor de serviços, por outro lado, argumentam que o parcelamento sem juros é uma modalidade de pagamento à vista, em que o lojista recebe o valor integral da venda e o banco é remunerado pela taxa de administração do cartão. Eles afirmam que o parcelamento sem juros é uma ferramenta importante para estimular o consumo e que não há relação entre ele e o rotativo.
O movimento Parcelo Sim diz que tem natureza apartidária, mas que buscará sensibilizar os poderes Executivo e Legislativo para evitar o que qualifica de “vilipêndio” dos grandes bancos aos lojistas e aos clientes. O movimento cita ainda dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) que apontam que 90% dos varejistas adotam o parcelamento sem juros, além de pesquisa do Datafolha que diz que 75% dos brasileiros utilizam essa forma de pagamento.
São fundadoras do movimento as seguintes entidades: Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad); Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel); Associação Brasileira dos Lojistas Satélites de Shoppings (Ablos); Associação Brasileira de Academias (Acad); Associação de Lojistas do Brás (Alobras); Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL); Fecomercio-SP; Parcele na Hora; Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); e União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências (Univinco).