Sondagem da ASSERJ mostra que carne e leite estão no topo da lista de compras dos beneficiários do Auxílio Brasil
Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2022 – Carne bovina (80%), leite e derivados (57%) são os principais produtos que 76% dos beneficiários do Auxílio Brasil no estado do Rio de Janeiro deixaram de comprar nos últimos meses e pretendem voltar a consumir com o aumento do valor do benefício para R$ 600, de acordo com sondagem da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ) realizada nos dois últimos fins de semana de agosto (13/14 e 20/21). O auxílio com o aumento de R$ 200 começou a ser pago no dia 9 de agosto.
A sondagem foi feita com consumidores em quatro supermercados da Zona Norte e Zona Oeste do Rio de Janeiro, dos quais 42% afirmaram receber programa de complemento de renda do Governo Federal. O Auxílio Brasil é o recebido pela esmagadora maioria (92%), enquanto outros recebem Vale-Gás (31%), Auxílio Caminhoneiro (1%) ou Bem-Taxista (3%).
Entre os beneficiários dos auxílios, 47% dos consumidores pretendem gastar o valor total com alimentação, enquanto 26% disseram que vão usar até R$ 300 do valor, 10% até R$ 500 e 4% até R$ 100. Já 13% não pretendem gastar o auxílio com alimentos e bebidas. As compras deverão ser majoritariamente feitas em supermercados, hipermercados ou atacarejos (82%), sendo que 14% preferem minimercados ou mercearias de bairro.
Além da carne e do leite, os respondentes pretendem voltar a consumir carne de frango (45%), produtos de limpeza (44%), pães, bolos e biscoitos (43%), produtos de higiene pessoal (41%), refrigerante e cerveja (38%), café (36%) e outras proteínas, como o ovo (36%), carne suína (29%) e peixe (26%). As respostas são cumulativas.
A sondagem também detectou que 64% dos consumidores não eliminaram estes produtos das suas compras nos últimos meses, mas, com a renda extra, pretendem aumentar a quantidade da carne bovina (79%), leite e derivados (60%), café e produtos de limpeza (41%), refrigerante e cerveja (40%), pães, bolos e biscoitos (34%), produtos de higiene pessoal (32%), peixe (31%), ovos (30%) e carne suína (29%).
O restante do dinheiro que não será usado em alimentação será empregado, majoritariamente, para a compra de botijões de gás (82%), pagamento de contas mensais (72%) e pagamento de cartão de crédito (37%). Uma fatia menor irá destinar os recursos para gastos com saúde e remédios (13%). Das pessoas que disseram que não vão gastar nada em alimentação, a maioria já tem destino certo para o recurso: o pagamento do cartão de crédito (80%) e contas mensais (37%).
Segundo o presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), Fábio Queiróz, a sondagem, realizada pelo Núcleo de Pesquisas da ASSERJ, corrobora a análise feita pela equipe econômica da associação de que a maior parte do benefício será revertida para os gastos com a alimentação no lar. “Desde maio, o setor de supermercados vem registrando alta, o que deve se manter com o aumento do Auxílio Brasil. A sondagem confirma esta tendência e aponta, principalmente, os produtos que foram mais afetados pela inflação nos últimos meses, caso da carne bovina, e do leite, impactado ainda por fatores sazonais. O setor está otimista com um aumento do consumo nos próximos meses”, avaliou o presidente da ASSERJ.
Hábitos de consumo
Do total de entrevistados, 29% disseram que costumam ir ao supermercado uma vez por semana, 25% vão mais de uma vez por semana, 18% a cada 15 dias, enquanto 27% vão apenas uma vez por mês. Além disso, 60% afirmaram que aumentaram a frequência de idas ao mercado nos últimos meses em busca de promoções, enquanto o restante optou por compras mensais.
“Percebemos que o consumidor segue um padrão que a ASSERJ sempre vem sinalizando, o de pesquisar e buscar as melhores ofertas. Na atual conjuntura, os supermercados negociam com os fornecedores em busca de melhores preços, e o consumidor tem esta percepção”, afirmou Fábio.
De acordo com a sondagem, 60% dos consumidores afirmaram sempre pesquisar os preços antes de fazer compras de supermercado, sendo os encartes (64%) os preferidos para este fim, seguido pela internet (49%), ida ao mesmo mercado atrás de promoções (34%) ou mais de um mercado (20%).