Somente supermercados registram alta de vendas em março, aponta Stone

As vendas no varejo brasileiro registraram queda de 1,6% em março, com retração ainda mais acentuada no comércio digital, que encolheu 12,8% no período. Os dados são de um levantamento da Stone, plataforma de meios de pagamento que acompanha mensalmente a movimentação do comércio físico e online.

Segundo o estudo, a tendência de queda nas vendas se intensificou desde o fim de 2023. No acumulado dos últimos 12 meses até março deste ano, o recuo foi de 1,8%.

Entre os oito setores analisados, apenas o segmento de supermercados apresentou crescimento, com alta de 2,2%. Todos os demais registraram retração: materiais de construção (-5,5%), tecidos, vestuário e calçados (-3,4%), móveis e eletrodomésticos (-2,7%), artigos de uso pessoal e doméstico (-2%), artigos farmacêuticos (-1,9%), livros, jornais, revistas e papelaria (-0,3%) e combustíveis e lubrificantes (-0,1%).

De acordo com Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, a desaceleração do varejo está relacionada ao enfraquecimento do mercado informal, aumento do endividamento das famílias e pressão inflacionária.

“O mercado de trabalho continua mostrando força, mas já dá sinais de desaceleração, principalmente no setor informal”, explica Calvelli. “Ao mesmo tempo, as famílias estão mais endividadas, e esse aperto no orçamento, somado à inflação, tem pesado no consumo”, completa.

O índice de vendas da Stone é calculado com base em transações realizadas via cartão, voucher e Pix, envolvendo pequenos, médios e grandes varejistas que utilizam os serviços da StoneCo. A metodologia é inspirada em modelo semelhante adotado pelo Federal Reserve dos Estados Unidos.