Royal aposta firme no retail media com a grande indústria
No recém-inaugurado Hipercenter Royal, corredores são tomados por retail media de grandes parceiros da indústria
Principal tendência discutida na NRF 2024, a maior feira de varejo do mundo, e presente nas palestras do Convenção das Américas de Supermercados na 34ª SRE Trade Show, o retail media começa a ganhar espaço nas redes do setor, no sul do Rio de Janeiro.
No Hipercenter Royal, inaugurado em 15 de março, no coração da cidade de Volta Redonda, a grande aposta do marketing do grupo de varejo supermercadista com raízes japonesas é criar negócios a partir do retail media, mirando uma nova ponte entre o consumidor e o produto.
“Com a criação desses painéis, construímos uma nova ponte de trade com a indústria”, afirmou o diretor comercial do Grupo Royal, Egberto Chokyu.
Os corredores do novo supermercado estão recheados com retail media, são mais de 15 pontos de publicidade digital espalhados por todos os setores da loja. O conceito não fica apenas dentro: logo na entrada, um imenso telão recepciona os visitantes.
A história por trás do retail media, no Royal, surgiu da necessidade de uma grande empresa alimentícia ser mais assertiva com o consumidor. “Este fornecedor precisava alavancar suas vendas e comunicar de maneira diferente com nossos clientes. Saímos da zona de conforto e criamos novas ferramentas”, afirma o diretor.
Após um estudo, o Royal passou a entender que a indústria precisava se relacionar mais e melhor com o cliente. “A indústria não quer apenas conversar sobre números, ele quer entender o público, saber mais informações. Ele quer ações de trade, ele quer entrar no jogo e marcar território”, explica Egberto. Por isso, o Royal realizou uma pesquisa já visando uma solução: o retail!
O fenômeno do retail media não é algo temporário, segundo um levantamento da Newtail, empresa especializada no ramo, cerca de 79% das agências de marketing no Brasil já atuam com um braço voltado para esse conceito, e 75% das empresas varejistas que não a adotaram ainda, planejam estudar o conceito em até um ano.
Eduardo Ritti, especialista em trade marketing e quem executou o retail media no Royal, pontua que a estratégia por trás do conceito é emplacar o mapeamento do comportamento do cliente diante de outras marcas, outras localidades e principalmente outros produtos. “Isso é uma joia para o fornecedor”, enfatiza.
“Estamos tendo uma aproximação muito forte com os fornecedores desde o último ano, tanto no canal on quanto o off, mas principalmente o 360º com o cliente, fazendo com que ele sinta a necessidade da marca no streaming, no anúncio tradicional, na rede social e em outros canais”, diz Ritti, ao revelar que uma das grandes sacadas do Royal foi não ficar apenas no digital. “Temos adesivos colocados na esteira de compras, em locais estratégicos que o olhar do consumidor procura”, completou.
No entendimento do Royal, o retail media deve ser 360º, outro conceito do marketing para conteúdos destinados a vários canais. Assim, o produto passará pela promoção, divulgação e em ações de trade com resenhas feitas pelo supermercadista ou formadores de opinião, ajudando tanto o cliente a conhecer o produto quanto o fornecedor a entender sobre o consumo.
A indústria passará a usar os supermercados como uma verdadeira ‘universidade’ para aprimorar as suas estratégias com a grande massa. Entretanto, para se tornar rentável ao varejo, o ‘pedágio’ é pago com publicidade do produto feito em larga escala em setores estratégicos do mercado.