Programas de Autocontrole (PAC) aumentam a lucratividade?
Em um mercado altamente competitivo como o varejo supermercadista, as empresas buscam novas estratégias para aumentar os lucros
As ferramentas de gestão de qualidade têm sido cada vez mais exploradas neste sentido, pois auxiliam na geração de lucro a curto prazo, tornando as empresas mais competitivas, além de proporcionar maior segurança e qualidade dos alimentos.
Aliado a esses fatores, os órgãos governamentais buscam alternativas para garantir o padrão de qualidade dos alimentos de forma a prevenir riscos à saúde dos consumidores. Dentre estas alternativas, estão as ferramentas de gestão da qualidade como Boas Práticas de Fabricação (BPF), Procedimentos Padrão de Higiene Operacional (PPHO), sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) e mais recentemente os Programas de Autocontrole (PAC) que possuem uma abordagem abrangente e conferem mais detalhes do processo produtivo.
Os PACs também utilizam as ferramentas BPF, PPHO e APPCC. No entanto, o fundamento é que a própria empresa é responsável pela qualidade e inocuidade de seus produtos e o PAC visa a prevenção da ocorrência de erros/falhas por meio de elementos de controle.
Confira abaixo as consequências/vantagens da adoção do PAC:
- Maior liberdade na tomada de decisão pela empresa
- Diminuição das perdas e quebras operacionais
- Diminuição da ocorrência de multas
- Maior intervalo entre as fiscalizações
- Produtos com prazos de validade estendido
- Produtos com maior valor agregado
- Maior segurança para a saúde dos consumidores
- Fidelização do consumidor àquela marca gerando o aumento de vendas
- No caso de supermercados, aumento de vendas de forma geral, pois o consumidor fidelizado geralmente não compra somente um item
- Geração de empregos
Programas de Autocontrole (PAC) podem, de fato, aumentar a lucratividade de uma empresa de várias maneiras. Embora a implementação de PACs possa exigir um investimento inicial, os benefícios a longo prazo podem superar significativamente os custos. Dependendo do tipo de estabelecimento, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercado, as perdas e quebras podem representar aproximadamente 1 a 3% do faturamento bruto e a quebra operacional representa em média 40% das perdas. O PAC surge como uma excelente alternativa para controle de perdas e quebras operacionais passíveis de controle.
Com a aplicação dessa ferramenta, a produção é vista como um macroprocesso formado por uma série de processos como de matéria-prima, instalações, pessoal e metodologia de produção, que se relacionam com a inocuidade do produto direta ou indiretamente. A partir daí, são extraídos os elementos de controle:
- Manutenção das instalações e equipamentos industriais
- Vestiários e sanitários e barreiras sanitárias
- Iluminação
- Ventilação
- Água de abastecimento
- Águas residuais
- Controle integrado de pragas
- Limpeza e sanitização (PPHO)
- Higiene, hábitos higiênicos e saúde dos colaboradores
- Procedimentos sanitários das operações (PSO)
- Controle da matéria-prima, ingredientes e material de embalagem
- Controle de temperaturas
- Calibração e aferição de instrumentos de controle de processo
- Rastreabilidade e recolhimento/recall
- Controle de formulação/combate à fraude
- APPCC – Avaliação do programa de análise de perigos e pontos críticos de controle
Todas estas informações documentadas visam assegurar a inocuidade, a identidade, a qualidade e a integridade dos produtos elaborados.
Para garantir a eficácia dos programas e consequentemente seus benefícios, é imprescindível que eles sejam revisados sempre que houver alguma alteração de procedimento, algum procedimento novo seja implantado ou que a empresa tenha sofrido alguma medida cautelar.
O seu estabelecimento já utiliza o PAC?