Preço da cesta básica cresce menos na capital do Rio de Janeiro que a média nacional
Em dezembro, o preço da cesta básica, medido pelo Dieese, cresceu menos na capital do Rio de Janeiro (+0,5%) que na média nacional (+1,3%). Um alívio para o bolso dos cidadãos cariocas. No Brasil, foram verificados aumentos de preços em 14 das 17 capitais pesquisadas.
Ao final do ano, o maior custo do conjunto de bens alimentícios básicos foi observado em São Paulo (R$ 791,29), depois em Florianópolis (R$ 769,19) e Porto Alegre (R$ 765,63). O Rio de Janeiro continuou sendo a capital com o quarto maior preço do país (R$ 752,74), acima (11,5%), portanto, da média brasileira (R$ 675,10).
Em 2022, a inflação da cesta básica no Rio de Janeiro (+13,0%) ficou ligeiramente acima da média nacional (+12,6%). Essas variações, por sua vez, foram mais que o dobro da inflação oficial do país (5,79%), medida pelo IPCA, o que significa que em 2022 a inflação de alimentos impactou sobremaneira a parcela mais carente da população brasileira, reduzindo substancialmente seu poder de compra. Os aumentos de preços, em geral acima da média da inflação, obrigaram as famílias brasileiras, por mais um ano, a substituir alimentos habitualmente consumidos por outros mais baratos ou similares.
No Brasil, o preço da cesta básica subiu em todas as capitais em 2022, com a maior variação tendo sido observada em Goiânia (+18,0%) e a menor em Recife (+6,1%). No conjunto de produtos básicos da alimentação dos brasileiros, os vilões da inflação em 2022 foram:
– o leite integral, e por conseguinte, a manteiga, diante do menor volume de leite no campo, por causa dos altos custos de produção e também do clima desfavorável, que provocou seca intensa no segundo trimestre e início do terceiro, atrapalhando as pastagens;
– o café, diante das dificuldades logísticas e os preços mais altos dos insumos, reflexos do conflito entre Rússia e Ucrânia;
– o trigo, e por conseguinte, o pão francês, diante da queda na oferta global de trigo, também resultado do confronto entre Rússia e Ucrânia, e clima desfavorável à produção em diversos países;
– a batata, diante da menor oferta pela incidência de pragas e o clima desfavorável na maior parte do ano;
– o óleo de soja, diante da maior demanda por soja e pelo óleo, uma vez que o conflito entre Rússia e Ucrânia influenciou na quantidade ofertada de óleo de girassol;
– o arroz, diante da elevação no preço externo e o alto volume de arroz exportado.
A postergação da isenção da cobrança de ICMS sobre as vendas de arroz e feijão no Estado do Rio de Janeiro até 31 de julho deste ano é uma boa notícia para a população fluminense. A desoneração foi instituída pela Lei 9.391/21 e prorrogado através da lei 9.945/22. Autor da lei, Deputado Rosenverg Reis, já sinalizou que se for preciso, em julho, levará à Alerj novo pedido de prorrogação dessa desoneração.