Preço da cesta básica fica mais barata. Rio de Janeiro, porém, tem a 4ª mais cara do país
Em março, o preço da cesta básica voltou a cair na capital fluminense (-1,4%), na comparação com fevereiro. Resultado semelhante foi observado na média nacional (-1,5%). Sinal de alívio para o bolso da parcela mais carente da população, que gasta maior parte de sua renda no consumo de alimentos.
A deflação em março foi observada em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. A maior queda de preços foi registrada em Recife/PE (-4,6%), enquanto a maior alta em Porto Alegre/RS (+0,7%). Com isso, a cesta básica carioca (R$ 735,62) voltou a ser a quarta mais cara do Brasil, agora mais barata que a de São Paulo/SP (R$ 782,23), Florianópolis/SC (R$ 742,23) e, novamente, Porto Alegre/RS (R$ 746,12).
No 1º trimestre, o preço da cesta básica acumulou deflação tanto na capital carioca (-2,3%) como na média brasileira (-1,0%). As seguidas quedas de preços observadas em fevereiro e março suplantaram a alta de janeiro.
Esses resultados no acumulado do ano da pesquisa de cesta básica do Dieese são bastante distintos do IPCA de Alimentação no Domicílio (+0,1% no Rio e +0,5% no Brasil), medido pelo IBGE. A diferença entre as pesquisas está no universo de produtos e localidades pesquisadas. No IPCA a cesta de produtos é muito maior e a pesquisa abarca as regiões metropolitanas, para além das capitais. Nesse início de ano, por exemplo, dos principais produtos que puxaram o IPCA de alimentos, hortaliças não está presente na pesquisa de cesta básica e frutas só tem um item pesquisado: banana.
No conjunto de produtos básicos da alimentação dos fluminenses, diminuíram de preço em março:
- Óleo de soja, pela baixa demanda interna, diante de preços elevados, e pelo aumento da oferta interna, diante da menor demanda externa do grão e o avanço da colheita
- Batata, diante da maior oferta
- Café em pó, acompanhando a queda no preço internacional
- Carne bovina, pela queda de preços no campo, diante da suspensão das exportações para a China, e pela queda na demanda, diante dos altos preços praticados no varejo
Por outro lado, aumentaram de preço em março no Rio:
- Feijão, puxado pela queda na oferta no campo
- Pão francês, pelo encarecimento da matéria-prima, a farinha de trigo