Plateia lota o palco Conecta Varejo | Grupo Boticário para assistir ao painel com o presidente da ASSERJ
O terceiro dia do Conecta Varejo | Rio Innovation Week, no Armazém 3, do Píer Mauá, reuniu o presidente da ASSERJ, Fábio Queiróz, e o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Anderson Moraes, para falar sobre o Varejo 5.0
O cofundador do Rio Innovation Week, presidente da ASSERJ e primeiro vice-presidente da ALAS, Fábio Queiróz abriu o painel Varejo 5.0 lembrando como tudo começou. “O Conecta teve início com a participação de 600 pessoas num hotel na Barra da Tijuca, com foco exclusivamente em supermercados. Depois, abrimos as fronteiras para bares, restaurantes, moda, farmácia e, em 2019, seis mil pessoas participaram do Conecta Varejo que deu origem ao Rio Innovation Week com inclusão de outros setores como turismo e tecnologia”, afirmou.
Queiróz disse que “O varejo nunca será vanguarda em tecnologia e inovação porque o nosso negócio tem um ritmo próprio. A nossa operação é muito dura. Produtos nascem e perecem nas nossas lojas em 24 horas”. Ele citou o exemplo do Zona Sul Santa Mônica, na Barra da Tijuca, que fabrica todo dia o queijo burrata garantindo frescor e qualidade para os clientes. “Temos nosso próprio tempo, mas atuamos de maneira sólida’”, comentou.
O presidente comentou que “em 2018, levamos 80 supermercadistas para estudar nos Estados Unidos e lá fomos surpreendidos com a notícia da compra da Whole Foods pela Amazon e ficamos assustados com uma concorrente deste porte. Mas como isso nos afetou? Em nada porque entregar livro é uma coisa, agora entregar frutas, legumes, presunto fatiado fininho é muito difícil. O fluxo de caixa de um supermercado, por exemplo, é absurdo. A quantidade de fornecedores para pagar, altas taxas de juros dificultando a tomada de empréstimos. Precisamos ser assertivos e cirúrgicos ao investir em tecnologia e na inovação”.
Na sequência, o secretário de Ciência e Tecnologia e Inovação, Anderson Moraes, falou sobre sua experiência no varejo supermercadista depois de agradecer pelo convite. “Comecei a trabalhar em supermercado com 14 anos porque queria dinheiro e minha mãe não era mão aberta. Eu tinha de tudo, mas eu queria mais. Ela disse que eu devia trabalhar com ela, dona de quatro lojas de minimercados em Campo Grande. Vesti a melhor roupa e fui. Ela estranhou o modo como eu me vesti e disse que um dia eu chegaria a usar aquela roupa, mas, por enquanto, eu ia usar uniforme para aprender. Assim, fui parar no açougue, desossando boi. Recebia meio salário porque trabalhava meio período e minha mãe não dava moleza”, lembrou afirmando que foi um grande aprendizado.
Para Moraes, a tecnologia é essencial dentro do varejo. “A legislação é pesada e bruta para quem trabalha no ramo. Um único produto fora da validade leva à prisão do gerente e, neste sentido, a tecnologia nos ajuda muito no controle do estoque, por exemplo”, ressaltou.
Já Fábio Queiróz, vê duas grandes aplicações da tecnologia no varejo supermercadista: para aprimorar a logística (robôs que escaneiam a gôndola para verificar a validade ou a falta de algum produto e mandam a mensagem para o estoque) e para melhorar a experiência de compra do consumidor.
“O nosso maior gargalo é a fila nos caixas, é o que mais nos afasta dos nossos clientes e hoje já temos tecnologia para resolver essa questão”, pontuou Queiróz. Ele finalizou acrescentando que é preciso desconstruir alguns mitos como: a tecnologia é muito cara para o meu negócio, é muito complexa, não tenho mais idade etc. “Hoje, existem aplicativos gratuitos que prestam muitos serviços. Pesquisem, estudem e aproveitem”, ressaltou citando o exemplo da simplicidade do Waze, criado por Uri Levine, que palestrou na plenária do Rio Innovation Week.