Pesquisa aponta número maior de consumidores latino-americanos comprometidos com a sustentabilidade

Cada vez mais o conceito de sustentabilidade vem sendo absorvido no dia a dia das pessoas e isso tem se refletido também em hábitos e critérios de escolhas. Segundo dados da quinta edição da pesquisa “Sustentar para ganhar: desvendando práticas ecológicas para alcançar o crescimento de marca”, da Kantar, após dois anos de queda, o número de consumidores mais comprometidos com a sustentabilidade voltou a crescer.
Em 2023, os Eco-Actives, pessoas super engajadas e que advogam pelas boas ideias, representou 18% da população da América Latina e 22% da população mundial. Há também os Eco Considers, que demonstram preocupação com o tema, mas nem sempre agem em prol da causa e um terceiro grupo, chamado de Eco Dismissers, que são os mais distantes do assunto e não têm interesse em se envolver.
A Kantar estima que os Eco-Actives aumentem sua participação no quadro geral nos próximos anos. Globalmente, o percentual deve avançar até 49% em 2027. Na América Latina, o número projetado é de 34%. Em termos de potencial de consumo, Eco-Actives e Eco-Consideres representam mais de US$ 46,2 bilhões em compra de bens massivos de consumo na América Latina.
Ao todo, 120 mil pessoas foram entrevistadas no estudo global Sustain to Gain, powered by Who Cares? Who Does? sendo 15 mil na América Latina e 3,5 mil no Brasil.
O estudo também perguntou ao público quais marcas estão fazendo um bom trabalho em sustentabilidade Na América Latina o ranking é liderado pela Coca-Cola, seguida pela Bimbo e pela Nestlé. A Natura lidera o ranking das 10 marcas mais conscientes no Brasil, na opinião dos entrevistados, seguida por: Ypê, Omo, Coca-Cola, O Boticário, Unilever, Nestlé, Avon, Veja e Sadia.
Apesar dos incentivos às práticas sustentáveis, no Brasil, alguns pontos ainda merecem atenção. Os preços praticados pelos produtos que compõem a categoria não são favoráveis e a falta de informação representam barreiras.
Custo elevado e falta de conhecimento da população no Brasil
A vida sustentável está em alta mas os produtos ainda não são acessíveis à maioria da população no Brasil. Estes produtos são mais onerosos porque normalmente geram mais custos para serem desenvolvidos. Um garfo de plástico, por exemplo, é fácil de moldar, prensar e vender em massa, mas o mesmo garfo de bambu ecológico pode levar mais tempo, recursos e polimento para ser criado.
A comida é outro bom exemplo disso. As safras cultivadas de forma sustentável não usam os mesmos produtos químicos dos produtores convencionais. Por isso, geralmente demoram mais tempo para serem produzidas, colhidas e processadas. Outro fator é o pagamento pela documentação que certifica um produto como orgânico ou de comércio justo.
É importante que as pessoas conheçam essa cadeia de produção para que entendam que, por trás de um preço mais elevado, há uma lógica que o justifica. Por outro lado, as marcas precisam facilitar esse acesso à informação de forma que seja significativa essa mudança de comportamento e, ao mesmo tempo, recompensadora para o consumidor.