Nota 10; Cerveja deve ser a bebida mais consumida do carnaval carioca

Cervejas enfileiradas em uma prateleira de mercado

Apesar de investimentos maciços em drinks, cerveja deve puxar vendas no carnaval carioca

O resultado animador da AMBEV no final de 2023 colocou uma alta expectativa na venda de cervejas para 2024. Embora o crescimento da companhia em 4% ter sido bem acima dos 2,5% projetados anteriormente, a marca ainda precisa corresponder muitos questionamentos levantados pelos investidores nos últimos meses do ano. Segundo o ‘InfoMoney‘, o carnaval carioca será o primeiro teste de fogo para a venda de cerveja.

“Apesar de reportar números principais fortes, acreditamos que o terceiro trimestre de 2023 da Ambev pode desencadear apenas revisões leves nas expectativas para 2024-2025”, diz o time do banco Goldman Sachs, liderado por Thiago Bortoluci, em entrevista ao ‘InfoMoney’. As previsões para a Ambev em 2024 passa muito pelo resultado nas tradicionais festas cariocas do inicio do ano.

Segundo a avaliação da InfoMoney, as vendas no Brasil ficaram estáveis com uma leve queda de 0,1% no resultado anual. Isso foi uma reflexão direta da queda nas vendas de bebidas alcóolicas 1,1%, em especial nas vendas de cerveja e aumento disparado de 2,8% nas vendas de bebidas não alcóolicas. A queda nas cervejas era prevista para 2%, mas analistas foram surpreendidos com resultados mais ‘brandos’.

“Segundo a Nielsen, a estabilidade da produção apesar dos impactos no agro, podemos ter uma expectativa de melhora acentuada nas vendas de cerveja no primeiro trimestre de 2024. Muito impulsionado pelo carnaval nas principais regiões do Brasil, e em especial no Rio de Janeiro, onde teremos recorde de mega-blocos e blocos de rua e mais de 15 mil ambulantes registrados”, afirma William Figueiredo, economista da Future Tank e consultor da Asserj.

Heineken aumenta investimento

Cerveja Heineken em prateleira de mercado

Cerveja Heineken em prateleira de mercado

Segundo a ‘Bloomberg’, o Grupo Heineken apostará alto na venda de cervejas em 2024. Cerca de R$ 1,6 bilhão estão sendo investidos em expansão no Brasil, em especial das marcas Heineken e Amstel. A atitude vai de encontro com o crescimento tímido da Ambev em 2023, que deve encontrar pela frente uma concorrência muito mais forte do que em 2023.

A empresa holandesa de bebidas investiu R$ 1,5 bilhão no Nordeste para aumentar a produção das cervejas Amstel, Devassa e Heineken, e cerca de R$ 80 milhões em São Paulo, para duplicar a capacidade de Heineken 0.0, linha sem sem álcool da companhia lançada em 2020. “Não posso dizer em quanto conseguimos aumentar o volume de produção, mas o que posso dizer é que agora estamos com capacidade”, disse Maurício Giamellaro, CEO do Grupo Heineken Brasil, em resposta a ‘Bloomberg’.

Em 2023, entretanto, a marca ‘verde’ de cervejas teve uma queda no volume de vendas de 4,8% a nível mundial no terceiro trimestre, enquanto cresceu no Brasil. 63 milhões de hectolitros de cervejas vendidos no mundo, 22 milhões vieram das Américas. Segundo a ‘Bloomberg‘, o Grupo Heineken teve uma queda no volume global, mas registrou alta de 2% da receita, que atingiu 9,6 bilhões de euros no trimestre.

“O cenário da categoria de cerveja para o Brasil é positivo. O cenário macroeconômico tem melhorado, menos desemprego, mais crédito, menos taxa de juros. Então a categoria não cai. Ela é flat com um pouco de crescimento, puxado por algumas marcas, principalmente Heineken e Amstel, mas também algumas cervejas do nosso concorrente, com quem trocamos em volume”, completa Giamellaro.

 

Por Publicado em: 22 de janeiro de 20240 Comentários