Mulheres e Idosos: Censo 2022 e o impacto no varejo do Rio

O Censo 2022 trouxe à tona diversos dados importantes sobre a população do Estado do Rio de Janeiro, que podem ter um impacto significativo no setor varejista. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o Estado tem a maior população de mulheres do Brasil e é o segundo com a maior média de idosos do país, atrás apenas do Rio Grande do Sul.

Com a divulgação assertiva do perfil populacional, o varejo tem em mãos uma ferramenta repleta de informações para se orientar e definir estratégias de posicionamento em relação ao seu público. De acordo com Walquyria Majeveski, consultora de varejo da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), o Censo revela dados relevantes que podem influenciar em diversos aspectos como formato de comunicação, produtos ofertados, interesses de cada público e até mesmo a jornada do cliente. Majeveski destaca como predominância da população feminina entre os fluminenses mexe com o setor.

“O resultado do Censo de 2022 nos direciona fortemente para o público feminino, nos permitindo repensar todos esses processos. Oportunidades para incrementar as Receitas de Vendas com esse público devem surgir com maior relevância a partir de agora, como áreas de interesse feminino segmentadas dentro da loja e nos canais digitais, maior presença em eventos patrocinados pelas indústrias, detentoras de produtos voltados para as mulheres, e até ações promocionais tendo a mulher como foco central.”,  explicou a consultora.

De acordo com a pesquisa do IBGE, 52,8% da população do Rio é composta por mulheres, no comparativo são 100 mulheres para cada 89 homens. Niterói, por sua vez, é a cidade com mais mulheres no Estado, sendo o quarto município do país com predominância feminina. A consultora, entretanto, ressalta que a participação e o interesse da parcela da população masculina por algumas atividades específicas, nos últimos anos também movimenta o varejo.

“O Rio de Janeiro vem apresentando ao longo das pesquisas já realizadas pelo IBGE, a predominância do público feminino no estado, principalmente nas regiões metropolitanas. Porém, o surgimento de outras tendências como o interesse masculino pela gastronomia, a divisão das tarefas domésticas e o cuidado com os filhos, vêm influenciando consideravelmente o varejo ao longo dos últimos anos”, afirma Walquyria Majevesk.

GRANDE NÚMEROS DE IDOSOS NO ESTADO REQUER ATENÇÃO DOS VAREJISTAS

Outro dado relevante em relação ao Estado apontado pelo Censo é o segundo lugar no ranking de população mais velha do Brasil. Os idosos representam 13,1% entre os fluminenses. Segundo Walquyria Majevesk, este recorte do perfil populacional pode ser uma oportunidade para o setor analisar o quanto está preparado para atender esse perfil de público e suas respectivas necessidades.

“Além de cumprir as normas de acessibilidade e direcionar investimentos para preparação das lojas com o aumento de caixas preferenciais, altura facilitada das gôndolas, sinalização eficaz, boa iluminação e pisos antiderrapantes, precisamos repensar fortemente os processos básicos dos supermercados. Não é difícil, ao visitar uma loja, encontrar caixas espalhadas pelos corredores, muitas vezes abandonadas pelos repositores durante o processo de abastecimento das gôndolas, escadas de acesso às prateleiras superiores sem utilização, pallets pouco abastecidos se tornando obstáculos para os idosos, e até baldes e vassouras encostados nos corredores, sem contar piso molhados, letras pequenas nas etiquetas e os carrinhos com rodízios sem manutenção, dificultando sua locomoção pela loja. Todos esses pontos são dificultadores do processo de compra pelo idoso e muitas vezes representam risco de acidentes dentro das lojas”, ressaltou a consultora da Asserj.

Por Publicado em: 31 de outubro de 20230 Comentários