Gripe Aviária: como os supermercados podem mitigar impactos e manter a confiança do consumidor

Com a confirmação de casos de gripe aviária em aves de subsistência no Brasil e a suspensão temporária das exportações para países como Argentina, África do Sul e Japão, o setor supermercadista precisa se preparar para enfrentar possíveis desdobramentos na cadeia de abastecimento e na percepção dos consumidores.
Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades brasileiras reforcem que não há risco de transmissão da doença por meio do consumo de carne de frango e ovos bem cozidos, o alerta sanitário já começa a impactar o mercado interno. A atenção agora se volta para como os supermercados podem agir de forma estratégica e preventiva para manter a regularidade das vendas e a confiança dos clientes.
Diversificar fornecedores é uma das chaves
A primeira medida apontada por especialistas é a diversificação de fornecedores. “Em momentos de crise sanitária, depender de poucos parceiros pode comprometer o abastecimento. Supermercados devem mapear alternativas confiáveis para garantir estoques estáveis, especialmente de ovos, frangos e derivados”, recomenda Luciana Teixeira, economista especializada em varejo.
Gripe aviária: transparência é diferencial competitivo
Além da logística, a comunicação com o consumidor se torna ainda mais importante. A recomendação é manter os canais atualizados com informações claras sobre a origem dos produtos e os cuidados tomados na cadeia de produção. “Transparência gera confiança. As redes que informam com clareza saem na frente”, afirma Luciana.
Oferecer alternativas e ajustar mix de produtos
Outro caminho é oferecer substitutos e ajustar promoções de acordo com o cenário. “Se houver uma redução temporária na oferta de carne de frango, por exemplo, produtos como cortes suínos, bovinos ou proteínas vegetais podem ser destacados nas gôndolas, com preços atrativos. Isso ajuda a equilibrar a demanda e reduzir pressões sobre categorias específicas”, explica a especialista.
Ambiente seguro e orientado
Do ponto de vista da experiência nas lojas, é importante manter a equipe informada e preparada para tirar dúvidas dos consumidores. “Além de garantir boas práticas de higiene e manipulação de alimentos — um fator que se torna ainda mais relevante em tempos de alerta sanitário”, destaca Luciana.
Monitoramento constante e atuação ágil
Por fim, o monitoramento de tendências e o diálogo com a ASSERJ, são fundamentais para que os supermercados estejam atualizados sobre novas medidas do governo e ações coordenadas do setor.
“Em momentos como esse, agilidade e coordenação são essenciais. Quem se antecipa e adota boas práticas consegue transformar uma situação de risco em oportunidade para fortalecer o relacionamento com o cliente”, afirma Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ.
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