GPA e Carrefour revelam os próximos passos em seus planos de expansão; saiba mais
Redes de supermercado foram destaques na série histórica do varejo na economia nos últimos 4 trimestres
O setor varejista foi destaque na economia brasileira nos últimos trimestres, é o que revela o relatório da XP Investimentos divulgado na última semana. Os números apontam para um crescimento de receita dos principais players do mercado, mesmo com o cenário econômico pressionado.
O Grupo Pão de Açúcar divulgou seus planos para os acionistas, que prevê um ciclo de crescimento apenas entre 2025 e 2027, com o objetivo de recuperar resultados de receita líquida e expandir a marca por São Paulo, principalmente, sua linha premium.
“Grande risco é que é um processo muito difícil e se não for executado da maneira certa, pode ter um efeito ruim”, afirmou Marcelo Pimentel, CEO do GPA, que se mostrou mais cético a qualquer movimento que desconsidere os efeitos causados pelo turnaround (restruturação) dos negócios.
Já o Carrefour pretende seguir uma expansão com um modelo muito mais conservador no médio prazo. A companhia ainda está no processo de “digestão” da aquisição do Grupo Big, que apresentou resultados negativos em 2023 e surpreendeu os analistas. A empresa ainda precisará se recuperar do fechamento de 123 unidades do formato varejo no primeiro semestre de 2024.
“Conforme informamos, o foco dos planos de expansão do maior varejista do Brasil está nos formatos de atacarejo e clube de compras (Atacadão e Sam’s Club)”, afirmou Eric Alencar, CFO do Carrefour, durante a 25ª Conferência Anual do Santander.
Inflação dos alimentos
A avaliação do cenário econômico também passa pela situação da inflação. A variação no preço dos alimentos afeta diretamente o bolso do consumidor e, consequentemente, as vendas dos supermercados. A permanência da taxa de juros em 10,5% também mantém o ceticismo quanto a recuperação acelerada da economia.
Segundo a consultoria econômica da ASSERJ, Future Tank, a inflação de alimentos no primeiro semestre fechou com uma alta de +5,6%, superior ao dobro da média geral de 2,5%, algo que permitiu o setor supermercadista ampliar suas margens, em relação ao ano passado.
“Um dos desafios para o segundo semestre é justamente o recuo da inflação de alimentos, como apresentado no IPCA de julho (-1,5%) e pelo IPCA de 15 de agosto (-0,8%), e também pela manutenção das margens”, afirmou William Figueiredo, consultor econômico da ASSERJ.