Governo zera tributação de arroz importado fora do Mercosul

Decisão foi tomada após constatar especulação em cima dos novos preços do grão nos países vizinhos

“Se for querer especular, nós buscamos de outro lugar”, foram com essas palavras que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, endereçou o recado aos fornecedores de arroz do Mercosul, que reajustaram o preço do grão em até 30% segundo levantamento conduzido pela pasta federal.

Segundo o ministro da Agricultura, o Brasil estava preparado para arrematar cerca de 100 mil toneladas dos países vizinhos, pelos preços anunciados, entretanto a compra foi reduzida para 70 mil e, mais tarde, o Governo confirmou preços chegando em 30% de reajuste. “Certamente, eles vão voltar para a realidade porque não é justo”, disse o ministro.

As revelações trazidas por Fávaro ficam de acordo com o que o Governo Federal havia decidido na tarde de segunda-feira (20), em zerar a tributação de três tipos de arroz importados até 31 de dezembro de 2024. “Ao zerar as tarifas, buscamos evitar problemas de desabastecimento ou de aumento do preço do produto no Brasil, por causa da redução de oferta”, disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, em nota.

Supermercados aguardam normalidade

O cenário foi melhorando com o passar dos dias, tanto para os supermercadistas quanto para os fornecedores. Paulo Fernandes, gerente regional da Arrozeira Bom Jesus, dona da marca Ouro, afirmou que apesar dos problemas logísticos o cenário está sendo contornado. “Existe muito arroz no sul […] nas últimas três compras de arroz que fizemos, os lotes vieram com um preço honesto. Claro, sofrendo a alteração normal das circunstâncias. O mercado está se estabilizando”

Sobre as altas dos preços, o mercado tem concordado que as especulações vindas do sul tem interferido na precificação. “É importante que haja cautela nesse cálculo do preço dos alimentos. Precisamos manter o ritmo de consumo normalmente e evitar fomentar o desespero diante dessa situação. Estamos recebendo notícias sobre a volta das entregas no sul e, aos poucos, vamos caminhando para normalização”, comentou Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ.

Por Publicado em: 22 de maio de 20240 Comentários