Fornecedores de arroz do Rio Grande do Sul revelam expectativa por normalidade no abastecimento

Caminhões de arroz
Gigantes do setor e empresas de logística têm conseguido retornar com as entregas para o Rio de Janeiro_

As chuvas no Rio Grande do Sul ainda seguem impactando os preços de alguns dos alimentos básicos do cardápio brasileiro. Segundo um levantamento realizado pela ASSERJ com os principais fornecedores de arroz do Brasil, a situação do abastecimento pode ser normalizada dentro de duas semanas com a estabilidade climática e a logística reestabelecida.

Paulo Fernandes, gerente regional da Arrozeira Bom Jesus, dona da marca Ouro, reitera que o problema “logístico vislumbra um fim”, ressaltando que as obras emergenciais no estado do Rio Grande do Sul estão ajudando a escoar o arroz para o restante do Brasil. “Existe muito arroz no sul […] nas últimas três compras de arroz que fizemos, os lotes vieram com um preço honesto. Claro, sofrendo a alteração normal das circunstâncias. O mercado está se estabilizando”, afirmou.

Silvio Saldanha, proprietário da Rice Log, revelou, em áudio, enviado para a reportagem, que a produção vem sendo retomada “e se tudo ocorrer bem, em duas semanas vamos normalizar o abastecimento. A questão logística ainda é um desafio para a região, mas o cenário vem melhorando com o passar dos dias, já existe a possibilidade de fretes saindo da região. Algo que não acontecia”, completou.

Uma fonte de dentro de uma das gigantes do setor, explicou o cenário onde os preços continuarão sendo puxados para cima, mas procurando uma estabilidade. “Por enquanto, estamos pagando o preço que o produtor quer vender”, afirmou.

No Rio de Janeiro, os supermercados têm recorrido a fornecedores alternativos para não haver ruptura, termo utilizado pela ausência do produto nas gôndolas, “Estamos encontrando com outros fornecedores, de outros estados, e assim evitando a ruptura dentro dos mercados e garantindo estoque para a população”, afirmou Jomar Almeida, diretor comercial da rede Supermarket.

“Estamos em contato direto com os fornecedores e seguimos monitorando a situação no Rio Grande do Sul. É importante que os consumidores continuem buscando outras alternativas ao arroz como massas, entre outras. Não há necessidade de estocagem, mas sim de solidariedade e empatia, realizando doações e não gerando alarde nesse momento delicado”, disse Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ.

O que diz a indústria

Em nota enviada para a ASSERJ, a Josapar, dona das marcas Tio João, Tio Mingote e Meu Biju, afirmou que as suas fábricas, no Rio Grande do Sul, não foram atingidas, mas admitiu “a possibilidade de futuros atrasos logísticos em algumas regiões no estado gaúcho que tiveram o seu acesso mais comprometido, em decorrência das dificuldades e impossibilidade de tráfego nas vias de ligação locais”. 

Rafael Crespo, Gerente comercial da Josapar, afirmou que “filial do Rio de Janeiro voltou a ter arroz e retornou com as negociações normalmente”, e reiterou que o abastecimento da marca nos supermercados está normalizado.

A Camil Alimentos informou que “apesar das limitações logísticas que se apresentam, estamos mantendo o abastecimento do arroz e do feijão no varejo do estado e das demais regiões do país”.

O presidente José Martins, da Cooperativa Arrozeira Palmares, dona da Palmares, afirmou que a situação de calamidade pública do Rio Grande do Sul afetou as entregas da empresa. Entretanto, enfatizou que “as estruturas da cooperativa estão plenamente preservadas a partir das obras realizadas, como diques de contenção e instalação de bombas para retirada das águas”, e ressaltou que o desafio do momento é logístico e não de produção.

Por Publicado em: 20 de maio de 20240 Comentários