Seara apresenta oportunidades de crescimento no mercado de congelados

O terceiro palestrante do Seminário Super Negócios 2025 foi Fábio Cardi, gestor de Trade Marketing da Seara, que apresentou o case “Indústria Seara” e destacou o potencial de expansão da categoria de alimentos congelados no Brasil. Segundo ele, trata-se de um mercado maduro em nível global, mas que ainda possui grande espaço para crescimento no país.

“Os alimentos congelados crescem de forma consistente desde 2020 e, de 2018 a 2025, o mercado já registrou um avanço de 60%, com previsão de mais 8% até 2026”, afirmou Cardi. Ele ressaltou que a praticidade, a variedade de produtos e a entrada de equipamentos como a Airfryer vêm impulsionando o consumo. “O congelado oferece conveniência, tem longa durabilidade e se adapta à rotina de quem tem menos tempo para cozinhar”, completou.

Durante sua fala, o executivo destacou que, apesar do crescimento contínuo, a jornada de compra ainda é automática e limitada. “O consumidor tende a pegar apenas o item habitual e sair rapidamente do setor, sem explorar outras opções. Isso mostra o tamanho da oportunidade que temos para ampliar o mix dentro do carrinho”, observou.

De acordo com levantamento apresentado por Cardi, 38% dos pontos de venda analisados oferecem apenas uma categoria de congelados. “Se cada consumidor colocasse apenas mais um produto congelado no carrinho, estaríamos falando de uma oportunidade de R$ 8,3 bilhões em faturamento adicional para o mercado brasileiro”, destacou.

Outro ponto abordado foi a experiência do shopper dentro da seção de congelados — um dos principais desafios para o varejo supermercadista. O frio excessivo, a desorganização das gôndolas e a falta de agrupamento por marca são fatores que dificultam a navegação e reduzem o tempo de permanência do cliente. “É fundamental investir em ambientação, sinalização e organização por marca, para que o consumidor encontre com facilidade o que procura e descubra novos produtos”, recomendou.

Por fim, Cardi comparou o consumo de congelados no Brasil com o de outros países. “Enquanto o brasileiro consome, em média, 0,58 kg de alimentos congelados por ano, na Alemanha esse número é 11 vezes maior. Isso mostra o quanto ainda podemos crescer”, concluiu.