Dia do Campo: na contramão do desperdício, toneladas de alimento são salvas em iniciativas sustentáveis


O campo é considerado o bioma terrestre mais vasto do planeta, abrangendo 24% da superfície, o equivalente a 46 milhões de quilômetros quadrados. Logo, nada mais justo que um dia especialmente dedicado a ele, para conscientizar as pessoas sobre o consumo sustentável relacionado ao meio-ambiente e valorização dos pequenos produtores, que tem o campo como base de sustento. 
 

Você sabia que a degradação de alimentos emite gases até 300 vezes mais nocivos à camada de ozônio do que o CO2? E que 100 bananas não desperdiçadas é igual a reduzir a emissão de CO2 de 20 carros?

Indo na contramão do excesso de descarte, a rede Hortifruti Natural da Terra, a maior rede de hortifrutigranjeiros do país, fez uma parceria com negócios que se propõem a oferecer saídas para todos envolvidos no problema – empresas, clientes e meio ambiente. Entre eles, a startup Food To Save que tem como objetivo combater o desperdício alimentar do varejo.

Na iniciativa, são selecionados alimentos próximos ao vencimento, que já sairiam do ponto de venda pelo processo padrão da companhia, que são disponibilizados no app da Food To Save com até 50% de desconto. O formato são sacolas surpresas, em que o cliente não sabe quais produtos irá receber.

No caso do Hortifruti, as sacolas são anunciadas por categoria “Hortifruti”, que são FLVs ou “Supermercado”, que são produtos diversos de mercearia e laticínios. Atualmente, a solução está presente em 52 lojas. Esta iniciativa já ajudou a reverter o desperdício de mais de 32mil kgs de alimentos e de 54mil kgs de CO2.

Segundo Mariana Arrivabene, especialista de sustentabilidade da Rede Hortifruti Natural da Terra (HNT), a perda de alimentos sempre foi uma questão tratada com bastante seriedade pela empresa e se tornou uma prioridade muito grande no ano de 2022. “A Food To Save entrou em um cenário onde precisávamos dar uma solução de curto prazo na redução de perdas, que fosse simples para as lojas e que fizesse sentido para o consumidor. Atualmente 3 categorias que são endereçadas pelas cestas, são elas: FLV (Frutas, Legumes e Verduras), Mercearia e Laticínios”, infoma.

O Hortifruti Natural da Terra tem como pilar estratégico a gestão de resíduos e a diminuição de desperdício dos alimentos em toda a rede. “É necessário ter consciência de todo o processo de produção e, a partir dele, criar mecanismos que reduzam o desperdício, de forma a repensar, se necessário, a forma de operar. Mas é importante ressaltar, também, que a limitação do desperdício pode ser vista através do olhar da responsabilidade social e ser transformado em doação, através de um Banco de Alimentos, por exemplo. O que seria desperdiçado, vira alimento na mesa de quem precisa”, segue Mariana Arrivabene.

Tudo em seu devido lugar.

Seguindo o processo contra o desperdício, a operação executa um papel muito importante com algumas iniciativas já em atividade na rede, respeitando cada fase do alimento. Entre elas estão:

Gôndola Pegar ou Pegar – produtos próximos ao vencimento são selecionados em uma gôndola especial com a data de validade explícita para o cliente, estimulando o cliente ao consumo imediato e com desconto de até 50%.

Banco de alimentos: a rede conta com parcerias com Bancos de Alimentos, como o Mesa Brasil (RJ) e o Prato Cheio (SP), para onde fazem doações de alimentos. Pelo Prato Cheio, por exemplo, só em 2022, já foram mais de 12 toneladas de alimentos doados, mais de 62 mil refeições complementadas, com mais de 7 mil pessoas atingidas e diversas instituições beneficiadas.

CTI do alimentos: uma equipe analisa o nível de maturidade dos alimentos separando aqueles que vão para as bancas daqueles que já estão adequados, maduros o suficiente para produção de sucos frescos, sopas e saladas prontas – ou seja, reaproveitados em diferentes versões até mesmo através da acessibilidade, em alimentos já cortadinhos oferecidos para venda ao cliente nas seções especiais. As nutricionistas da rede estão envolvidas em todo o processo de aprovação do alimento, assim como os encarregados de loja, sempre atentos aos produtos expostos, observando o calibre dos alimentos, para que não sejam desperdiçados.

Na parceria inédita com a Organis, a ideia é ir identificando as maiores carências dos pequenos produtores, oferecendo cursos, incentivando a agricultura regenerativa, empreendedorismo, precificação, iniciativas que permitirão que os produtores não dependam sempre de um intermediário. Já são mais de 1800 pequenos produtores cadastrados, de acordo com a Paripassu, responsável pela rastreabilidade dos orgânicos. Outras iniciativas incluem mapeamento da cadeia, destinação correta dos resíduos e políticas de desperdício zero.

Por Publicado em: 9 de maio de 20230 Comentários