Desconfiança em relação à economia tem limitado expansão de empregos nos supermercados do Rio
Os supermercados do Rio de Janeiro fecharam 352 postos de trabalho em julho. Esse resultado veio em sentido oposto ao observado em junho quando 499 vagas de trabalho foram abertas. Esse ano, os supermercados fluminenses registraram quatro meses de saldos negativos (janeiro, fevereiro, maio e julho) e três positivos (março, abril e junho). Essa constante oscilação está ligada à baixa confiança do empresário fluminense em relação ao futuro e sua desconfiança em relação à situação presente, o que tem inibido os investimentos em contratações. Tais expectativas estão ancoradas na queda do Comércio Varejista no Estado (-1,4% no 1º semestre) e perspectiva de crescimento da economia fluminense abaixo da média brasileira. Isso, apesar do bom crescimento das vendas do setor esse ano (+3,8% no 1º semestre), diante da queda da inflação de alimentos (-1,2% no acumulado do ano até julho).
Em nível nacional, foram abertas 2.359 vagas em julho enquanto, em junho, 983 vagas foram fechadas. Esse ano, os supermercados brasileiros registraram quatro meses de saldos positivos (março, abril, maio e julho) e três negativos (janeiro, fevereiro e junho). Essa constante oscilação está ligada à desconfiança do empresário brasileiro em relação à situação presente, apesar das altas expectativas em relação ao futuro. Expectativas essas atreladas à maior perspectiva de crescimento da economia brasileira e do Comércio Varejista (CNC revisou perspectivas de crescimento do setor de 1,6% para 1,8% em 2023), em um cenário com menor taxa de juros, queda da inflação e redução do endividamento das famílias.
O setor de supermercados gerou empregos em 15 das 27 unidades da federação em julho. São Paulo foi o estado que mais abriu vagas de trabalho, ao todo 1.927, seguido por Espírito Santo, 466 vagas e, Ceará, 368 vagas. Por outro lado, apresentaram os maiores saldos de demissões no último mês: Minas Gerais, 459, Rio de Janeiro, 352 e, Bahia, 229.
No acumulado do ano até julho, os supermercados ainda verificam saldos negativos tanto no Rio, menos 1.540 vagas, como no Brasil, menos 7.640 vagas, sobretudo pelo grande volume de demissões ocorridas em janeiro e fevereiro. Tradicionalmente, o setor acumula saldos de demissões nos primeiros meses do ano em decorrência do reequilíbrio da força de trabalho, após as contratações sazonais do final de ano; como ocorreu nos últimos três anos.
Em 20 das 27 unidades da federação foram verificados saldos de demissões nos supermercados no acumulado do ano até julho. Santa Catarina fechou 1.604 vagas e foi o estado que mais perdeu postos de trabalho, seguido por Rio de Janeiro, menos 1.540 vagas, e Pernambuco, menos 1.271 vagas. Por outro lado, três estados do Nordeste foram os que mais abriram postos de trabalho esse ano: Ceará, 1.700, Paraíba, 1.103 e, Maranhão, 530.