Consumo de carnes cresce 26% entre brasileiros

Dados da consultoria Kantar reforçam a preferência pela proteína de origem animal

Durante o primeiro semestre, houve um aumento de 26% no consumo de carne nos lares brasileiros. O comparativo se faz com o mesmo período do ano anterior, e ainda indica que a maior concentração é de aves, bovinos e suínos, que representam 64% do volume consumido.

Os dados são da consultoria Kantar, e um dos motivos desse avanço, identificado na pesquisa, é a estabilização dos preços. “As classes D e E passaram a ter mais acesso a cortes de maior valor agregado e os incorporaram à rotina de alimentação. É um cenário muito positivo, que mostra que quando o consumidor tem recursos, a categoria de proteínas cresce”, comenta Raquel Ferreira, diretora comercial da divisão Worldpanel da empresa.

Segundo a pesquisa, o brasileiro faz hoje, em média, quatro compras de proteínas por mês, uma a mais do que fazia em 2023. As proteínas de origem animal são consumidas semanalmente por mais de 93% dos brasileiros, sendo as carnes bovinas responsáveis por quase 33,8% dessa cesta. Dentre os cortes, o acém é o mais consumido e a maior parte das compras de carnes são feitas nos supermercados (20,7%) enquanto açougues avulsos são responsáveis por somente 7,7% – algo que demonstra a importância de ter essa seção na sua loja.

A proteína suína registrou avanço de 1,8 pontos percentuais em ocasiões de uso no último ano e 3,2% em penetração semanal, atingindo, hoje, 8,2% do share da cesta de proteínas.

“Para os próximos anos, vemos uma mesa mais farta com proteínas, e a indústria tentando tornar esse consumo mais democrático, com outras formas de embalagens e mais disponibilidade em canais de compra”, finaliza Raquel.

Os associados da ASSERJ já perceberam esse aumento da demanda e, em parceria com grandes players do setor como BRF, apostaram na volta do açougue tradicional de tendal.

Segundo o gerente da unidade Curicica do Super Bom, José Junior Santos Silva, a instalação do açougue Friboi +, em parceria com a BRF, em fevereiro deste ano, foi decisiva para o aumento das vendas. “Saímos de 12% de margem para 18% com a Friboi Reserva e cortes especiais. As vendas no setor de açougue representam 20% do nosso faturamento”, conta. A categoria de destino fica no fundo da loja para estimular que o consumidor percorra toda a área de vendas e, quem sabe, realizar compras por impulso.

No Super Compras Recreio, do Grupo Big Field, o açougue também é um dos setores mais procurados pelos clientes, de acordo com o gerente Silas da Silva Freitas. “O nosso maior diferencial, sem dúvida, é o açougue hiper higienizado e organizado com cortes de carne fresca e preços atraentes. Os alimentos preferidos, com grande saída, são costela, mocotó e carnes de primeira como alcatra e contrafilé”, conta Freitas.

A volta dos açougues tradicionais, como demonstrado, tem impulsionado as vendas e melhorado as margens de lucro. Com uma oferta de produtos frescos e bem cortados, esses estabelecimentos estão se tornando cada vez mais relevantes no mercado, atendendo à demanda por qualidade e higiene da preferência nacional.

Por Publicado em: 10 de outubro de 20240 Comentários