Conecta Varejo: Estratégias de compartilhamento de dados impulsionando a indústria e o varejo

O último painel do Conecta Varejo, no primeiro dia do evento, foi sobre Estratégias de compartilhamento
de dados impulsionando a indústria e o varejo. Participaram do debate Adriana Muratone,
Sócia Consultora da Actavox, Andrea Rolim, da presidência da Kimberly-Clark Brasil, e Vanessa
Sandrini, Diretora de Varejo da JHSF & Fasano.

Na abertura do painel, Adriana Muratone, Sócia Consultora da Actavox, falou sobre a evolução da indústria e as peculiaridades de cada fase ao longo dos anos. “Na indústria 3.0 tivemos a chegada dos computadores, na indústria
4.0 a novidade foi o sistema de comunicação integrado onde muitas vezes nem se via o ser
humano na fábrica, ele saía da linha de produção. Já a indústria 5.0 é quando a gente está na
mais alta colaboração entre o ser humano e a indústria com uso de altas tecnologias,
Inteligência Artificial, o ser humano interage com a máquina e robôs colaborativos. É quando
acontece a hiper personalização, uma demanda do nosso shopper. Obviamente não é todo
parque industrial que está neste nível, temos industrias ainda percorrendo fases diferentes de
acordo com o desenvolvimento e realidade de cada uma”, pontuou.

Adriana explicou também a importância da gente entender o cenário que estamos
vivendo nos dois mundos que é a cadeia de consumo como um todo. “Se a gente pensar no
contexto, hoje, não existe barreira de entrada, o nosso concorrente entra de qualquer lugar. O
segundo ponto que a gente também precisa observar é que existe uma oferta gigantesca de
informações e dados, só que muitas vezes a gente esquece que o uso da informação é
emergente, só tem valor até o momento que a gente utiliza. A velocidade da obsolescência da
informação é gigantesca”, detalhou Muratone.

Sobre a complementariedade entre varejo e indústria, Adriana ressaltou que é uma simbiose
fundamental no ciclo do consumo. “A gente precisa entender que o que um lado tem, o outro
lado pode não ter na íntegra, por isso a complementariedade tem vários benefícios. Outra
questão importante é o patamar de mudança de operação, se eu tiro o melhor do meu
negócio e do negócio do meu fornecedor, eu consigo operar em um outro nível de eficiência,
saio do básico na minha rotina operacional e consigo entregar mais valor”.

Em relação à evolução do varejo e o futuro, Andrea Rolim, da presidência da Kimberly-Clark
Brasil, mencionou a relevância do consumidor e frisou que o poder dele está cada vez maior e
vai continuar aumentando. “As marcas que não tiverem propósito e que não fizerem um
trabalho bem feito vão deixar de ter relevância. O consumidor quer encontrar na loja física o
que ele viu online, ele quer experiência e só volta a comprar produtos da marcar se a
experiência for boa. O consumidor vai ter o poder de decisão e a experiência é o que importa”.

Andrea Rolim falou também sobre a troca de dados entre varejo e indústria. ”Dependendo do
varejo que você está olhando existem níveis de maturidade muito diferentes. Tem varejos com
trocas de dados muito eficientes com a indústria e outra parcela do varejo, como lojas
menores e cadeias menos estruturadas, onde isso é muito difícil tanto por deficiência de
sistema como também pela cultura. Neste mundo que a gente está só vai evoluir, prover
produtos melhores e experiências diferenciadas se houver colaboração na relação como um
todo”, concluiu Andrea.

Sobre o projeto Empório Fasano, Vanessa Sandrini, Diretora de Varejo da JHSF & Fasano,
conversou sobre o ecossistema de luxo da holding JHSF que é dedicada ao cliente de alta
renda. “O Fasano está em uma categoria de muita relevância por ser uma marca de luxo de
120 anos e tem a preocupação de construir uma recorrência junto ao consumidor. Somos
obsessivos pela excelência no atendimento e a jornada do nosso consumidor. Esperamos que
o consumidor tenha conosco uma experiência sempre incrível e a partir disso gerarmos
recorrência nos produtos que o ecossistema oferece”. destacou.

A diretora falou também como acontece a coleta de dados dos clientes e disse que a principal
receita da holding é a venda do residencial nos condomínios. “A partir do setor imobiliário a
gente coleta os dados desse cliente, seja do desejo de ter esse residencial conosco ou
de qualquer produto que esteja ligado a esse ecossistema de luxo. Quando a gente lida com
um cliente a partir de um bem, a gente começa uma relação de longo prazo. Então, a partir
daí, a indústria começa a ter a intenção de desenvolver produtos que permeiem essa relação
pela recorrência do consumidor. O nosso lado é compartilhar com a indústria como de forma
genuína a gente entrega juntos essa excelência o tempo inteiro”, explicou Vanessa.

Por Publicado em: 17 de outubro de 20230 Comentários