Com alta no preço do café, consumidores buscam alternativas para manter o hábito

O café, tradicional companheiro das manhãs e tardes do brasileiro, vem numa escalada de aumento de preço e os consumidores adaptam os hábitos para não abrir mão da bebida. Seja escolhendo marcas mais baratas, comprando em menor quantidade ou aproveitando promoções, o público dá sinais de que não pretende deixar o café de lado.

“Os consumidores têm optado por cafés mais baratos ou aguardam nossas promoções de preço. Vamos realizar uma promoção especial no encarte somente de café”, afirma Marcílio Santos, do Pão de Açúcar do Lido.

A mesma mudança de comportamento foi percebida por outras redes. “O pessoal agora compra os mais baratos ou espera nossas promoções”, observa Heron Custódio, gerente do Mundial Copacabana.

Na filial Princesa Isabel da Redeconomia, a estratégia tem sido reduzir o volume comprado. “Quem comprava um pacote de 500 gramas, agora compra um de 250 gramas”, relata o gerente Pedro Tavares.

Já no Zona Sul do Leme, o impacto foi mais suave. “Na nossa rede, não caiu muito porque nosso público tem um padrão financeiro um pouco mais elevado”, explica Marcelo Vieira, gerente da filial.

Alta nos preços da bebida pressiona consumidores e impulsiona alternativas

Em 2024, o preço do café no Brasil registrou um aumento significativo, com o café moído acumulando alta de 77,8% nos últimos 12 meses até março de 2025. Os dados, divulgados pelo IBGE, mostram que o produto já subiu 30,04% apenas neste ano.

A disparada nos preços está ligada a uma combinação de fatores, incluindo eventos climáticos adversos que afetaram as safras anteriores e a escassez de estoques na indústria.

Diante desse cenário, muitos consumidores têm buscado alternativas para manter o hábito de tomar café. Uma das opções que ganhou destaque foi o café solúvel, que se apresenta como uma alternativa mais econômica e com qualidade diante da disparada dos preços aos consumidores.

De acordo com dados atualizados pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), a população do país consumiu 5,558 mil toneladas do produto no primeiro trimestre de 2025, representando um crescimento de 6,2% na comparação com o mesmo intervalo de 2024.

Segundo Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics, o café solúvel oferece um custo por xícara relativamente inferior aos consumidores, além de não exigir custos adicionais com filtros e outros utensílios para seu preparo.

Apesar das dificuldades, o consumo de café no Brasil segue em ascensão. Em 2024, o consumo da bebida cresceu 1,11% no ano passado, com os estados da região Sudeste liderando o consumo.

A expectativa é que o preço do café continue pressionado no mínimo até o fim do primeiro semestre de 2025, em decorrência de adversidades climáticas que afetaram as últimas safras e dos baixos estoques da indústria.

Enquanto isso, os consumidores brasileiros seguem adaptando seus hábitos para manter o café presente em seu dia a dia, seja optando por marcas mais acessíveis, reduzindo o volume comprado ou explorando alternativas como o café solúvel.