Biometria facial evita prejuízo bilionário em fraudes

Estudo realizado pela Serasa Experian revela que a maioria das tentativas de golpes ocorreu no varejo

Tecnologia que vem se expandindo como forma de pagamento em transações comerciais, a biometria facial evitou milhares de tentativas de fraude num intervalo de cinco meses. É o que revela um estudo realizado pela Serasa Experian e divulgado em julho. Uma análise feita em 42,1 milhões de consultas biométricas, entre outubro de 2022 e março de 2023, aponta que, desse total, 13,4% teriam alta chance de fraude. Se essas operações fossem concretizadas, o prejuízo seria de mais de R$ 29 bilhões.

A biometria facial realiza um mapeamento matemático das características do rosto de uma pessoa. Além de adicionar proteção aos negócios, a tecnologia também é a forma de autenticação que a população brasileira mais confia, de acordo com uma pesquisa feita pela Serasa Experian no ano passado: 93% dos brasileiros entrevistados disseram ter confiança no método.

“À medida que a biometria facial se populariza, as tentativas de golpes digitais também avançam. Os fraudadores usam imagens montadas, edição de vídeos em movimento, fotos com fundo falso, deepfake, que são redes neurais capazes de gerar faces aleatórias bem convincentes, para tentar se passar por outra pessoa. Apesar da criatividade dos golpistas, existe uma gama computacional treinada para entender que aquela situação se trata de um cibercrime e não de um rosto humano”, explica o diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha.

Estudo divulgado este mês indica que o varejo – físico e on-line – teve a maior concentração de tentativas de fraude. Se não fosse a biometria facial, 16% das consultas do comércio poderiam ter sido ações de cibercriminosos. O setor financeiro ficou em segundo lugar, com 14,9% das consultas biométricas apresentando alto risco de fraude, e o setor de telefonia, em terceiro, com 9,7%.

Segundo o relatório Global de Fraude e Identidade da Serasa Experian, em 2022, a cada 100 tentativas de realizar fraudes on-line, cinco envolveram o uso de máscaras, vídeos e técnicas de deepfake, um crescimento de 66% em relação ao ano anterior. A expectativa para 2023 é que esse número continue subindo.

O diretor destaca a importância de as empresas investirem em segurança para evitar que os clientes sejam vítimas de golpes. “A biometria permite avaliar diversos atributos da jornada de captura da imagem, como, por exemplo, ruídos de edição da imagem, profundidade, sombras, fotos de fotos ou arquivos não capturados pela câmera do dispositivo. É uma ferramenta importante para limitar o avanço do deepfake e outros tipos de fraude. A biometria é eficiente, mas não existe uma fórmula mágica para lidar com segurança. Cada negócio, independentemente do porte ou da área de atuação, precisa implementar múltiplas camadas de autenticação, garantindo a proteção e a melhor experiência aos clientes”, ressalta Caio.

 

Por Publicado em: 17 de julho de 20230 Comentários