Atenção na escolha de saneantes é essencial para higienização do ambiente
No Brasil, é comum que pessoas e empresas recorram a saneantes clandestinos para reduzir os custos com limpeza. Entenda como essa situação pode se tornar um problema
Produtos saneantes são usados na rotina do dia a dia para a limpeza de casas, empresas e indústrias. Não há um local ou atividade em que não seja utilizado pelo menos um tipo desse item. A questão do preço é, muitas vezes, o principal fator para a aquisição desse produto, que em grande parte é produzido à base de cloro, mas que mantém ocultas informações sobre o seu princípio ativo e concentração.
Assim como a maioria dos produtos clandestinos, suas indicações químicas são incertas e carregam o risco de mau uso, principalmente, relativos ao armazenamento e segurança. A embalagem, muitas vezes reaproveitadas em garrafas pets de refrigerantes, não são os recipientes ideais para o armazenamento do produto.
Nos últimos dias, o volume de doações para o Rio Grande do Sul foi enorme, algo que representou a vontade dos brasileiros em ajudar na reconstrução do estado. Entretanto, em meio as doações, saneantes clandestinos foram encaminhados entre as doações e seu uso coloca em risco a saúde de quem mais precisa.
A consultora técnica em segurança alimentar da ASSERJ, Lívia Castilho, elaborou uma cartilha sobre saneantes, que poderá ajudá-lo na hora de procurar esses itens seja para uso próprio ou para doações. “Vale ressaltar que é sempre importante usar produtos vendidos em supermercados, onde eles estão submetidos às regras da Anvisa”, afirmou a especialista.
Mas afinal, o que são saneantes?
A Anvisa define saneantes como substâncias ou preparações destinadas à aplicação em objetos, tecidos, superfícies inanimadas e ambientes, com finalidade de limpeza e afins, desinfecção, desinfestação, sanitização, desodorização e odorização, além de desinfecção de água para o consumo humano, hortifrutícolas e piscinas. Existem diversos tipos e aplicações e podem ser classificados quanto ao risco, quanto à finalidade e quanto à venda e ao emprego.
Que classificações são estas?
Quanto ao risco podem ser 1 ou 2.
No risco 1 não apresentam características de corrosividade, atividade antimicrobiana, ação desinfetante e não são a base de micro-organismos viáveis. Estes podem ser isentos de registro (RDC n. 59/2010), mas deve ser solicitada a autorização para comercialização que possui validade de 10 anos após publicação em diário oficial.
No risco 2 podem apresentar as características descritas nos de risco 1 e ainda conter em sua formulação um dos seguintes ácidos orgânicos: fluorídrico (HF), nítrico (NO3), sulfúrico (H2SO4) ou seus sais que os liberem nas condições de uso do produto, necessitando então de registro específico junto à Anvisa.
Quanto à finalidade, podem ser de limpeza geral e afins; desinfecção, esterilização, sanitização, desodorização, desinfecção de água para consumo humano, hortifrutícolas e piscina; e tira manchas. Quanto à venda e ao emprego, podem ser produtos de venda livre ou produtos de uso profissional ou de venda restrita a empresa especializada.
Os de venda livre podem ser comercializados em supermercados e em embalagens de até 5L ou 5Kg. Alguns produtos devem obrigatoriamente ser de uso profissional como os da categoria esterilizante, desinfetante de alto nível, desinfetante de nível intermediário, desinfetante hospitalar para artigos semicríticos, desinfetante hospitalar para superfícies fixas e artigos não críticos, desinfetante/sanitizante para roupa hospitalar e detergente enzimático.
Como escolher?
Na escolha do produto a ser utilizado de acordo com a aplicação desejada é fundamental que seja verificado se o produto possui registro/autorização pela Anvisa, pois produtos clandestinos, ou seja, sem procedência, sem origem ou proveniência conhecida não possuem garantia quanto à qualidade em termos de eficácia, eficiência e segurança de uso, além de não ser possível a rastreabilidade em caso de necessidade de realizar um recall de um lote com defeito.
Nas embalagens dos produtos regularizados deve conter o número de registro/notificação na Anvisa e para confirmar, ainda é possível fazer consulta aos sistemas da Anvisa que permitem verificar se o produto está regularizado e autorizado para venda.
Quais são os riscos?
Os riscos associados ao uso de produtos clandestinos podem incluir desde a ausência do efeito desejado até mesmo a uma concentração elevada de determinado componente ou contaminações diversas que possam vir a gerar intoxicações, queimaduras, irritações e até mesmo a morte de quem manipula. Além disso, há grande possibilidade de acidentes domésticos por utilização de embalagens reaproveitadas e cores chamativas que podem levar o consumidor (em geral crianças) a confundi-los com produtos alimentícios.
“É sempre importante verificar a procedência dos produtos saneantes antes de adquiri-los e utilizá-los, para garantir a segurança de quem usa e a efetividade para a qual o produto foi desenvolvido”, afirmou Lívia Castilho para ASSERJ.
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