A 114ª NRF começou e apresentamos os principais insights do 1º dia

A 114ª edição da National Retail Federation (NRF) Retail’s BigShow, a maior feira de varejo das Américas, foi aberta com a palestra de uma dobradinha de peso: Azita Martin, vice-presidente e gerente geral de Varejo e Bens de Consumo da multinacional de tecnologia NVIDIA, e de John Furner, presidente do conselho da NRF e CEO do Walmart nos Estados Unidos.

Já no início, a executiva fez o alerta: “A Inteligência Artificial (IA) é real, e eu encorajo todos vocês a começarem a usar”, disse num chamado para quem ainda não mergulhou no assunto. Ela recomendou o engajamento dos líderes no tema e deu o exemplo da L’Oréal que está usando a tecnologia para tornar campanhas publicitárias mais criativas e elaborar materiais de marketing mais atrativos.

Aqui no Brasil, temos visto a aplicação da IA principalmente nas áreas de logística, marketing e vendas. E é um caminho sem volta, segundo ela. “Também temos trabalhado com o Walmart e isso permitiu que a empresa basicamente absorvesse uma grande quantidade de dados e pudesse prever semanalmente centenas de milhões de combinações de SKUs e lojas”, contou AzitaMartin.

John Furner destacou os bons resultados alcançados pelo varejo americano nos últimos meses. “Foi um ano de sucesso no varejo. Nossa previsão no outono passado era de que o crescimento seria entre 2,5% e 3,5%, e agora esperamos que os resultados estejam no topo dessa faixa.” Ele lembrou, no entanto, dos desafios econômicos recentes, como a inflação persistente, as taxas de juros elevadas e questões geopolíticas. “Adoraríamos dizer que isso é tudo passado e que este ano vai ser tranquilo, mas teremos mais desafios, então o importante em momentos como esses é ter uma equipe muito capaz trabalhando em nosso nome.”

Neste contexto, as gigantes Walmart e Amazon dominam o cenário. A Walmart aproveita a quantidade de lojas para entregar em casa comestíveis perecíveis e não perecíveis. A rede cresceu muito no on-line e investe em logística para acelerar a entrega dos itens ao consumidor e a grande mudança está nos produtos não comestíveis, explica o CEO. Furner também chama a atenção para o fato de que “o preço por si só não é a força-motriz da compra. Propósito e valores sociais, políticos, além da qualidade dos produtos são muito mais importantes e o consumidor boicota o que não acredita”, pontua.

O presidente da ASSERJ, Fábio Queiróz, acompanha atentamente a NRF 25 e traz os principais insights para você se inspirar e aplicar no seu negócio:

– Grande expectativa com os efeitos da posse do presidente Donald Trump.

– Consumidores estão mais preparados para usar tecnologia na experiência de compra; mas ainda não para interagir com robôs porque acham intrusivo.

Entretanto, no futuro, terá destaque o “Agente IA”. Isso vai gerar equipes híbridas com pessoas e agentes interagindo evoluindo para os humanoides. Um agente de IA conversará com outro numa troca rica e intensa porque cada um tem uma expertise: dados, imagens, comportamento do consumidor etc.

– Acompanhar incessantemente as mudanças diárias: quando a empresa não consegue acompanhar, paralisa. É preciso mudar junto com o mercado e aplicar o conceito de game-changer: empresas que mudam significativamente e desenvolvem novos planos e estratégias de negócios que a colocam acima da concorrência.

– Precisamos entregar ao consumidor um refúgio, uma felicidade fortuita: consumidores buscam pequenas indulgências como recompensa por esforços diários, gerando o chamado “retorno sobre o sacrifício” (ROS). Conceito da síndrome de Nárnia: a necessidade de escapar das tensões diárias impulsiona experiências que oferecem conforto emocional e refúgio.

– A geração Z é quem dita as tendências; não mais a mídia e eles buscam “dopamina”. Querem empresas que predizem, que antecipem desejos e necessidades. Neste sentido, a intensa PERSONALIZAÇÃO ganha destaque com a recomendação inteligente de compras.

– O retail media continuará protagonista como alavanca de receita com melhora das margens.

– IA aplicada à gestão: análise de dados de qualidade; previsão de demanda; otimização do estoque e planejamento estratégico.

– Engajamento e fidelização de clientes: aposta no figital. A jornada de compra será cada vez mais impulsionada pela digitalização; cada vez mais haverá canais. As marcas precisam estar nas plataformas, e os centros de distribuição têm que estar preparados. Os canais vencedores não serão os que oferecem descontos, mas sim conveniência como e-commerce e drive-thru. Números importantes: e-commerce cresce 5% com a digitalização; 58% dos consumidores compram on-line; 45% são impactados por live streaming; e 50 % utilizam o click e collect (clique e retire).

– No que diz respeito ao cenário econômico, a aposta é de inflação de dois, três por cento. Os supermercados nos EUA tiveram crescimento líquido de 1% por conta da inflação com expectativa de 3% bruto no próximo trimestre.

– Previsão de escassez de mão de obra e aumento de salários.

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Por Publicado em: 12 de janeiro de 20250 Comentários