Dia Internacional da Igualdade Salarial. Pesquisa revela cenário no Brasil
Comemorado anualmente no dia 18 de setembro desde 2020, o Dia Internacional da Igualdade Salarial foi criado na Assembleia Geral da ONU de 2019 para dar destaque ao difícil trabalho que tem sido garantir que exista a equidade salarial entre homens e mulheres.
A desigualdade salarial é um problema que afeta milhões de trabalhadores ao redor do mundo. Embora a legislação e as políticas de igualdade tenham avançado ao longo dos anos, a desigualdade salarial ainda existe.
No Brasil, a diferença salarial entre homens e mulheres cresceu desde o começo do ano – e agora, as mulheres recebem em média 20,7% a menos que os homens empregados no setor privado do país.
Os dados, divulgados nesta quarta-feira (18) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, infelizmente refletem a discrepância salarial, que é ainda maior para mulheres em cargos de direção e gerência. Elas recebem 73% da remuneração dos homens nos mesmos cargos – ou seja, 27% a menos do que deveriam se houvesse equidade de gênero.
A pesquisa considera 18 milhões de trabalhadores em 50.692 estabelecimentos com 100 ou mais empregados. Nessas empresas, a remuneração média é de R$ 4.125. Mas essa média esconde diferenças de gênero e raça.
Para a presidente do Instituto Mulheres do Varejo, Sandra Takata, “a data é imprescindível para corrigir ações que no passado faziam sentido, mas hoje estamos no século 21 e é inadmissível que a diferença salarial entre um homem e uma mulher ainda exista. Precisamos criar uma sociedade mais justa para ser próspera”.
Veja abaixo a média salarial, apontada pela pesquisa:
Mulheres negras: R$ 2.745,76
Mulheres não negras: R$ 4.249,71
Mulheres (geral): R$ 3.565,48
Homens negros: R$ 3.493,59
Homens não negros: R$ 5.464,29
Homens (geral): R$ 4.495,39
Na prática, mulheres negras ganham, desempenhando funções similares:
35,38% a menos que mulheres não negras,
21,4% a menos que os homens negros;
49,75% a menos que homens não negros – ou seja, quase metade do salário deles.