29 de setembro – Dia Internacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdícios de Alimentos
Em dezembro de 2019, a ONU declarou o dia 29 de setembro como Dia Internacional da Consciencialização sobre as Perdas e Desperdício Alimentares. O objetivo é sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre a importância do problema e estimular esforços globais e ações coletivas para evitar o desperdício alimentar. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), 735 milhões de pessoas passam fome no mundo atualmente e 2,3 bilhões estão em situação de insegurança alimentar. Somente no Brasil, 21 milhões de pessoas não têm o que comer todos os dias e 70, 3 milhões em insegurança alimentar.
Ainda segundo a ONU, estima-se que 17% de toda a produção global de comida é desperdiçada, sendo a maior parte dentro das casas. Locais que servem comida, como restaurantes por exemplo, totalizam 5% desse desperdício e 2% os varejos de alimentos. Diante desse cenário, torna-se imprescindível que os setores público e privado priorizem ações para reduzir a perda e o desperdício de alimentos.
No varejo, adotar e promover iniciativas conscientes e sustentáveis fazem parte do dia a dia. O grupo Cencosud Brasil, por exemplo, doou cerca de 140 toneladas de alimentos entre os meses de janeiro e junho de 2023. Além disso, para beneficiar milhares de organizações não-governamentais, cozinhas comunitárias, abrigos, orfanatos, asilos, 49 lojas das redes Bretas, GBarbosa e Prezunic doaram alimentos em bom estado de conservação. O grupo também ampliou sua rede logística por meio de parceria com a Infineat, alcançando mais comunidades e contribuindo para a redução da fome e do desperdício de alimentos, temas considerados prioritários na pauta mundial.
Já a rede Hortifruti Natural da Terra desenvolveu um sistema, integrado ao setor de prevenção de perdas, que organiza os processos internos de modo a eliminar o desperdício de alimentos. O processo chamado de “Ciclo de Redução de Desperdício” começa internamente, com a atuação do CTI dos alimentos. Uma equipe especializada, formada por nutricionistas e profissionais dos pontos de venda, analisa o nível de maturidade dos FLVs (frutas, legumes e verduras) e separa aqueles que vão para as bancas nas lojas, daqueles que já estão adequados e maduros o suficiente para a produção de sucos frescos, sopas, saladas prontas, oferecidos aos clientes na Estação Natural.
Além do aproveitamento para a produção de refeições prontas ou semiprontas, os alimentos que não estão aptos para as bancas podem ter outros cinco direcionamentos definidos no “Ciclo de Redução de Desperdício”. O primeiro é o refeitório da empresa, onde são servidos aos funcionários refeições preparadas internamente. Em 2023 já são 1,5 milhão de refeições servidas.
Outro destino são os bancos de alimentos, Mesa Brasil (RJ e ES) e o Prato Cheio (SP), com os quais a empresa mantém parcerias. Este ano, até o momento, já foram doados 26,5 toneladas de alimentos para 1.570 instituições auxiliadas por esses bancos, o que representa mais de 180 mil pessoas atendidas.
“Os alimentos que vão para as bancas nas lojas físicas, ou são vendidos nos nossos canais digitais, precisam se enquadrar em uma série de critérios que vão do nível de maturidade ao tamanho e aparência do produto. Isso não quer dizer que alimentos já maduros ou com alguma característica física diferente não estejam perfeitamente adequados para o consumo. O não aproveitamento desse tipo de produto não faz o menor sentido em um país que está entre aqueles que têm os maiores índices de desperdício de alimentos e com estatísticas surpreendentes que mostram que 33 milhões de brasileiros passam fome”, diz Mariana Arrivabene, especialista em sustentabilidade da rede Hortifruti Natural da Terra.