Supermercados X Juros: Banco Central publica nova taxa Selic, saiba como isso impacta o setor

Banco Central
Decisão foi unânime e cumpriu as expectativas do mercado sobre os juros praticados no Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, na última quarta-feira (31), pela manutenção da taxa Selic, a taxa referência dos juros no Brasil, em 10,50% ao ano. A decisão cumpre as expectativas que o mercado havia depositado no encontro e reforça a política conflitante que vive o BC com o Governo Federal.

O Copom é um comitê que reúne o presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto) e outros 8 diretores da autarquia (4 indicados pelo Governo Federal). A decisão da quarta-feira foi unânime, e é justificada pela desconfiança do BC em relação ao controle fiscal do atual Governo com as contas públicas.

O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária“, diz o comunicado.

O Governo Federal possui a meta fiscal de zerar o déficit das finanças públicas em 2024 e 2025 e o Copom diverge dessa capacidade. Esse tem sido o principal motivo do mantimento da taxa de juros em 10.5%, além desse, o comunicado informa que “as incertezas externas e o aquecimento do mercado de trabalho no país” são fatores complementares.

Na última quarta-feira de julho, 31. William Figueiredo, consultor econômico da ASSERJ, durante a reunião do Conselho Diretor da instituição ressaltou a decisão do Copom, os números atuais da inflação e destacou o aumento de 50%, em média, no preço dos legumes, e da deflação de -5% nas carnes, no IPCA acumulado 2024 até junho.*

Em 2024, estão previstas mais 3 reuniões do Copom para discutir sobre o patamar atual da Selic. Nos dias 17 e 18 de setembro, 5 e 6 de novembro e 10 e 11 de dezembro.

*A taxa de juros interfere diretamente no setor supermercadista e no restante da economia. Ela influencia a composição da inflação e, portanto, o poder de compra dos consumidores. Para os supermercados, os investimentos feitos a partir do crédito via empréstimo ou financiamento ficam mais encarecidos.

Por Publicado em: 2 de agosto de 20240 Comentários