Rupturas têm leve queda, mas vilões persistem. Vem saber quais são!

O Índice de Ruptura da Neogrid, que monitora a falta de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, registrou leve queda em abril e fechou o mês em 12%. A retração de 0,2 ponto percentual em relação a março representa o menor índice dos últimos 12 meses. Apesar do alívio no cenário geral, itens básicos como arroz, açúcar e feijão voltaram a apresentar alta na indisponibilidade, reacendendo o alerta para o abastecimento de alimentos essenciais.

A análise revela que a redução na ruptura geral foi influenciada pela queda nas vendas em volume entre março e abril, mas ainda assim, as falhas no abastecimento de itens de alto giro preocupam. “As oscilações refletem a complexidade logística na reposição de produtos. É preciso maior integração entre indústria, varejo e operadores logísticos, com foco em visibilidade de estoques e respostas ágeis às variações sazonais”, afirma Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid.

Ovos seguem com a maior taxa de ruptura

Mesmo com leve recuo na indisponibilidade, passando de 24,5% em março para 24,1% em abril, a categoria de ovos segue liderando o ranking de ruptura. A oferta continua pressionada por exportações e desafios logísticos, o que mantém o alerta no setor varejista.

“Os preços também variaram: ovos vermelhos subiram 2,84%, os de codorna em conserva aumentaram 0,75%, enquanto o ovo branco teve leve queda de 1,23%, saindo de R$ 14,62 para R$ 14,44. Já os ovos caipiras caíram de R$ 17,39 para R$ 17,22”, revela Robson Munhoz.

Açúcar e arroz voltam a subir na ruptura

O açúcar apresentou alta na ruptura, passando de 7,3% para 7,9%. O aumento ocorre no início da safra de cana, com a produção ainda insuficiente para atender à demanda por açúcar cristal de melhor qualidade, segundo o Cepea/Esalq-USP. Nos preços, o açúcar refinado subiu de R$ 4,74 para R$ 4,80; o mascavo foi de R$ 21,87 para R$ 22,10; e o cristal, de R$ 4,48 para R$ 4,50. Os açúcares especiais foram a exceção, com queda de R$ 20,98 para R$ 19,78.

“Já o arroz, que havia atingido em março o menor índice de ruptura dos últimos 12 meses (7%), voltou a subir para 7,7% em abril. A queda de preços, que impulsionou a demanda, contribuiu para esse movimento. O arroz branco caiu de R$ 6,59 para R$ 6,24, menor valor desde abril de 2024. O tipo integral teve queda de 3,66% e o oriental, de 6%”, destaca Robson Munhoz.

Feijão e café mostram comportamentos distintos

O feijão teve leve alta na ruptura, de 6,4% para 6,6%, em um mês marcado por redução de estoques e vendas. O tipo carioca ficou 2,81% mais caro, enquanto os tipos preto e vermelho recuaram 3,27% e 0,95%, respectivamente.

“Por outro lado, o café apresentou a maior melhora no índice de ruptura, passando de 10,4% para 9,7%. Graças ao reforço nos estoques, mesmo com queda nas vendas. No entanto, os preços seguem pressionando o consumidor: o quilo do café em pó subiu de R$ 71,82 para R$ 75,97, e o café em grãos disparou de R$ 120,71 para R$ 131,10”, analisa.

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