Marca x Consumidor: quem dita as regras no varejo supermercadista?

Nos últimos anos, a dinâmica entre marcas e consumidores passou por uma verdadeira revolução. Se antes eram as empresas que definiam o que seria consumido, hoje é o público quem assume esse papel de forma cada vez mais criterioso, inclusive nas gôndolas dos supermercados. A autoridade de compra mudou de lado, e compreender essa nova configuração tornou-se essencial para as marcas que desejam se manter relevantes.

“Os consumidores estão mais exigentes, atentos a valores, posicionamentos e experiências oferecidas pelas marcas. Eles querem se sentir representados, e não apenas atendidos”, afirma Renan Cardarello, CEO da iOBEE – Agência de Marketing Digital e Tecnologia.

Segundo Cardarello, a força do consumidor moderno é resultado de um processo histórico. Ele lembra que desde o antigo Egito, quando marcas surgiram como sinais de propriedade — como nomes ou símbolos marcados no gado —, o branding evoluiu de uma simples identificação de origem para uma poderosa ferramenta de diferenciação. Com a Revolução Industrial e a intensificação da concorrência, empresas passaram a investir em narrativas, adotar causas e criar vínculos com seu público.

“Não basta mais oferecer um bom produto ou preço competitivo. A marca precisa ser relevante no imaginário do consumidor. Precisa dizer algo, representar algo, ter propósito”, reforça Cardarello.

O especialista ressalta que nos supermercados, essa mudança de comportamento é evidente na ampla oferta de produtos direcionados a um mesmo nicho. O consumidor atual compara, analisa e decide com base em critérios que vão além da qualidade: entra em jogo o compromisso ambiental, a responsabilidade social, a personalização, a conveniência e os valores com os quais ele se identifica.

Para Cardarello, essa nova realidade exige das empresas um reposicionamento. “O poder mudou de mãos. O consumidor assumiu o papel de protagonista, e cabe às marcas compreenderem esse cenário para se manterem competitivas. Quem não acompanhar essa transformação corre o risco de perder espaço.”

Mais do que nunca, a autoridade sobre o processo de compra não está apenas com quem oferece o produto, mas com quem escolhe consumi-lo. Nesse contexto, construir uma marca sólida passa por escutar o consumidor, dialogar com suas expectativas e sustentar uma proposta de valor clara, coerente e duradoura.

Por Publicado em: 25 de abril de 20250 Comentários