IA e dados históricos são fundamentais na gestão de perdas. Venha ver!
Thiago Mancilha e Rodrigo Castro, da Protiviti, dão dicas valiosas
A gestão eficiente de estoques e a prevenção de perdas são desafios recorrentes no setor varejista, especialmente em períodos de alta demanda como o Natal. Técnicas avançadas, como o uso de dados históricos e inteligência artificial, têm ajudado empresas a prever demandas, minimizar desperdícios e aumentar a rentabilidade.
Em entrevista à ASSERJ, o diretor de performance empresarial e transformação na Protiviti, Thiago Mancilha, e Rodrigo Castro, diretor executivo da empresa e Co Fundador da Profit Shield, compartilham insights valiosos sobre práticas e ferramentas que ajudam o setor a enfrentar esses desafios.
Previsão de demanda: o equilíbrio entre dados internos e o mercado
A dupla destaca que erros na previsão da demanda muitas vezes ocorrem por não considerar adequadamente itens que estão em quebra.
“A previsão da demanda, muitas vezes, não leva em consideração os itens lançados em quebra. Logo, o varejista deve considerar este cálculo, senão corre o risco de abastecer a loja com itens que estão sendo apenas descartados. Além disso, a demanda pode não ser o fator principal de causa da quebra. Em muitos casos, a loja é abastecida para manter um linear de gôndola atrativo para a compra. E este linear pode ser muito acima da demanda do produto. Adequar a demanda e a exposição é fundamental para a reposição estar adequada à necessidade das vendas”, ensinam.
Outro ponto relevante é a falta de precisão nos estoques. “Estoque negativo e estoque virtual, inversões de código na contagem e na frente de caixa podem prejudicar a acuracidade e, por consequência, os parâmetros de abastecimento. É importante que o varejista tenha indicadores para acompanhar a precisão dos seus estoques.”
Os profissionais enfatizam como as soluções de inteligência artificial e analytics têm evoluído para apoiar a previsão de demanda. “Produtos vendidos de forma parcelada, por exemplo, são mais sensíveis aos juros e podem ter suas vendas afetadas no cenário atual de aumento da taxa básica e endividamento das famílias”, afirma.
Manutenção de produtos frescos e validade
No segmento de alimentos perecíveis, o cuidado com a rotatividade é essencial. Ambos reforçam que o primeiro passo é a qualidade no recebimento dos produtos. Aqueles recebidos fora da qualidade esperada ou já em processo de vencimento têm grande chance de virarem perdas mais adiante.
Além disso, recomendam atenção à disposição dos produtos, incluindo a chamada “virada de vasca”. “Limpar a área de exposição e abastecer os produtos novos acima dos antigos é trabalhosa, mas fundamental.”
Outro ponto importante é abastecer a área de vendas em conformidade com as tabelas de gás etileno, excretado por frutas e verduras em quantidades diferentes e, a depender dos produtos que são expostos lado a lado, uma fruta pode apodrecer mais rapidamente outra.
Armazenamento e prevenção de furtos
Para aumentar estoques de forma segura, é essencial avaliar a capacidade de armazenamento e buscar alternativas, como parcerias com fornecedores ou centros de distribuição. Além disso, a capacitação da equipe é vital para evitar avarias.
Quando o assunto é prevenção de furtos, recomenda-se estratégias específicas como identificar os produtos de maior risco, cruzando histórico de perdas e valor dos itens, deixar os mesmos disponíveis somente na frente de caixa, que é uma área de maior controle e ter as tecnologias corretas aplicadas para prevenção, como o posicionamento correto de câmeras.
O treinamento das equipes de segurança também é um ponto crucial para evitar abordagens indevidas e reações incorretas em situações de furto e não gerar danos maiores à empresa que o furto em si.
Tecnologia como aliada
Os profissionais concluem o apoio de tecnologia e boas práticas operacionais, o varejo pode reduzir perdas e aumentar a eficiência, mesmo em cenários econômicos desafiadores.
E como exemplo de ferramentas que podem ajudar o varejo destacam a Profit Shield, uma plataforma que coleta dados de ERP, avalia quebras e estoques, e direciona ações para reduzir perdas. “É um método que reduz entre 20% a 40% as perdas, pois engaja os responsáveis a tomar decisões direcionadas”, resumem.
“Por fim, ter o time de prevenção e segurança em loja treinado e capacitado para a reação correta caso se identifique algum evento, bem como acionamento tempestivo dos órgãos de segurança”, finalizam.