Exibição que vende: como destacar frutas e vegetais no ponto de venda

Apresentar frutas e vegetais de forma criativa e inovadora pode ser decisivo para impulsionar o desempenho da seção de hortifrúti. De acordo com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o segmento de frutas, legumes e verduras representa, em média, 10% do faturamento total de um supermercado. Nesse cenário competitivo, investir em exibições diferenciadas é uma estratégia eficaz para atrair a atenção do consumidor.
Para Jonna Parker, líder de equipe do Fresh Foods Group da Circana, o uso de designs que se destacam no concorrido espaço de merchandising ajuda os varejistas a se diferenciarem da concorrência e a valorizarem seu sortimento. “O marketing de produtos frescos precisa, antes de tudo, atuar no nível visual”, afirma Parker. “Uma falha comum entre muitos varejistas é manter expositores idênticos aos dos concorrentes — sejam eles de alto padrão, tradicionais ou de baixo custo.”
Para ela, as lojas devem apostar na criatividade, investindo, por exemplo, em displays com produtos exclusivos ou seleções rotativas que destaquem itens sazonais logo na entrada da seção. Esses elementos, diz Parker, incentivam o consumidor a explorar mais o espaço.
“Um ‘corredor de ação’ pode ser convidativo e instigante, incluindo sinalizações e imagens atraentes que contem a história dos produtores e também dos colaboradores da loja”, sugere. “É uma oportunidade perdida usar a área mais valorizada da seção apenas para empilhar produtos à venda.”
Embora exibições mais tradicionais ainda sejam importantes — especialmente para itens como batatas, voltadas a consumidores mais velhos e habituados a uma apresentação clássica —, Parker defende que a área frontal esteja sempre renovada e interessante a cada semana.
Como exemplo, ela propõe a criação de experiências digitais: códigos QR que, ao serem escaneados pelo celular, fornecem informações sobre produtos diferenciados, como pitaia ou abacaxi rosa. Vídeos curtos também podem instruir sobre como preparar os itens ou sugerir receitas.
No entanto, convencer os operadores dos departamentos a adotar novas ideias pode ser desafiador. “Isso exige uma mudança cultural, já que muitas estratégias e conceitos não evoluíram nos últimos 25 anos”, aponta Parker. “Mas continuar fazendo o que sempre foi feito não atrai novos clientes. É hora de agir diferente, especialmente com o avanço da concorrência de canais como lojas de 1 dólar e o varejo online.”
Segundo ela, conquistar consumidores mais jovens torna ainda mais urgente a experimentação de novos conceitos, especialmente diante da base cada vez menor de clientes fiéis acima dos 55 anos, no caso dos EUA. “Este é o momento ideal para testar algo novo, principalmente em regiões com população mais jovem”, recomenda. Displays com produtos que estão em alta nas redes sociais, como pepinos, podem ser um bom ponto de partida.
A sinalização também pode destacar atributos pouco conhecidos dos produtos, como seu teor de fibras ou nutrientes específicos. “Os varejistas precisam comunicar não só os benefícios nutricionais, mas também o sabor e a funcionalidade das frutas”, conclui Parker.