Crescimento do PIB com baixa inflação é forte indicativo de retomada econômica, diz Haddad

Ministro da Fazenda defendeu argumento sobre ser possível crescer o PIB com inflação baixa. Declaração agitou o mercado interno

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, na última terça-feira (4), que o resultado do PIB do primeiro trimestre subiu 0,8% em relação ao mesmo período anterior, sendo uma forte demonstração de que a economia brasileira pode crescer com baixa inflação de maneira sustentável.

“No ano passado, crescemos com a inflação caindo e, neste ano, continuamos crescendo com a inflação caindo. Esse deve ser o objetivo da política econômica. Não estamos descuidando de uma coisa ou de outra. Estamos gerando emprego e de olho na inflação”, disse Haddad em Roma, onde participará de uma conferência sobre a crise de débito dos países do sul global, promovida pelo Vaticano e pelo Think Tank Initiative for Policy Dialogue, da Universidade de Columbia.

Haddad ainda afirmou que o crescimento do PIB cumpre as expectativas criadas pelas análises da Fazenda. E reforçou que o Banco Central possui apenas a meta da inflação. O ministro defendeu a projeção de crescimento em 2,5%, acima dos 2,2% previstos inicialmente, mas pontuou sobre possível interferência devido ao impacto das enchentes no Rio Grande do Sul.

“A avaliação está em curso, com o fechamento do mês de maio, e vamos divulgar ao longo do mês, para tentar isolar o problema e saber como vai impactar a economia nacional. A economia gaúcha representa 7%”, afirmou. Na terça-feira, Haddad se encontrou com o ministro espanhol de economia, Carlos Cuerpo, e trocaram sobre a ideia de criar um imposto universal mínimo para as grandes fortunas.

A ideia, que é desenvolvida por Haddad, prevê cobrar 2% sobre o patrimônio de cerca de 3.000 bilionários ao redor do mundo e busca financiar ações de combate à fome, à crise climática e fomentar o desenvolvimento econômico e social, e a cooperação entre os países.