A importância dos cuidados durante a distribuição e armazenamento dos alimentos
O comércio e indústria alimentícia são responsáveis por fornecer alimentos seguros, saudáveis e saborosos para os consumidores. Para isso, é preciso seguir uma série de normas e boas práticas que garantam a qualidade e a integridade dos produtos em todas as etapas da cadeia alimentar, desde a produção até o consumo final.
Um dos aspectos mais importantes é a escolha da embalagem adequada para cada tipo de alimento, levando em conta as características físicas, químicas, biológicas e sensoriais do produto, bem como as condições de transporte e armazenamento. A embalagem deve proteger o alimento de possíveis contaminações por agentes externos, como luz, umidade, microrganismos e insetos. Além de preservar as propriedades nutricionais e funcionais do produto.
O consultor de alimento seguro da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), Flávio Graça, ressalta a importância da indústria e do comércio seguirem à risca normas e processos que visam oferecer produtos com segurança aos consumidores. “O Artigo 6 do Código de Defesa do Consumidor, cita que os consumidores têm direito à proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos. Em outras palavras, os responsáveis pela produção jamais devem entregar alimentos estragados ou fora do prazo de validade. Oferecidos dessa forma, eles podem causar infecções e uma série de outras complicações à saúde dos consumidores”, afirma o consultor.
Primeiro fator a ser considerado na distribuição de alimentos, as embalagens existem em diferentes tipos e são classificadas em cinco níveis, de acordo com a sua função e o seu nível de contato com o alimento. Flávio Graça instrui quais são e como funcionam as subdivisões de acondicionamento.
“A embalagem primária é a que entra em contato direto com o alimento, como o plástico que envolve a carne. A embalagem secundária é a que agrupa as embalagens primárias, como a bandeja ou o filme plástico. A embalagem terciária é a que facilita o transporte e o armazenamento das embalagens secundárias, como as caixas de papelão. A embalagem quaternária é a que organiza as embalagens terciárias em unidades padronizadas, como os paletes. A embalagem quinária é a que envolve as embalagens quaternárias para o transporte em longas distâncias, como os contêineres”, explica o consultor de alimento seguro da ASSERJ.
Transporte e armazenamento são peças fundamentais
A garantia de um alimento seguro também depende do bom desempenho do transporte. Ele é o elo que conecta todas as etapas da cadeia alimentar, desde a produção primária até o consumo final. O transporte deve ser feito em veículos adequados, limpos, higienizados e climatizados, de acordo com o tipo de alimento. O armazenamento é um outro fator muito importante, o local deve ser higienizado periodicamente e refrigerado. Os alimentos perecíveis devem ser armazenados em temperatura de refrigeração visando manter as propriedades e características do alimento. O transporte de alimentos refrigerados, é necessário assegurar que a circulação de ar não atinja temperaturas inferiores a -1 ºC.
“A temperatura do ar deve ser o mais constante possível, já que a flutuação pode acelerar a perda de água e a permitir a formação de gelo dentro da embalagem de alimentos excessivamente congelados”, ressalta Flávio Graça.
No caso de alimentos refrigerados, a temperatura deve ser a mais baixa possível, ou seja, entre 0 e 5 °C, acima do ponto de congelação. para alimentos, por exemplo, crus em que a temperatura de congelação é entre -1 e -2 ºC, o grau ideal de transporte é de -1 ºC. Na prática, não é possível manter uma temperatura constante. Ao regular o controlador, deve-se ter em consideração a sua exatidão e precisão de modo a evitar que a temperatura de congelação seja atingida.
Alimentos congelados, entretanto, a qualidade é mantida de forma mais adequada quando a temperatura é tão baixa e constante quanto praticável. Em armazéns de congelação, a temperatura é, muitas vezes, de -28 ºC; no transporte, fica normalmente entre -18 e -25 ºC e nos pontos de venda deve estar entre -12 e -18°C. Para o controle da temperatura recomenda-se a utilização termômetros digitais a laser com o preenchimento de planilhas. Desta forma é possível detectar e corrigir precocemente possíveis irregularidades.