Após Americanas, Tok Stok é assombrada com pedido de falência
Empresa de tecnologia afirma que não recebeu R$ 3,8 milhões da rede de móveis
A consultoria em tecnologia Domus Aurea abriu pedido de falência para a Tok Stok após alegar ter uma dívida não paga de R$ 3,8 milhões referente à conclusão antecipada de um projeto. O contrato previa a prestação de serviços de gestão e desenvolvimento de tecnologia, que já teriam sido entregues. Segundo a empresa, três parcelas ainda não foram pagas.
O fato acontece durante momento de crise da varejista, que lidou com ação de desejo de um galpão em Minas Gerais por falta de pagamento do aluguel, além de fechamento de lojas em vários Estados. Além disso, no início deste ano, a Tok Stok contratou a consultoria Alvarez & Marsal para fazer uma reorganização financeira de uma dívida que chega a R$ 600 milhões.
Ela já está há mais de 40 anos no mercado e já chegou a ter 67 lojas no país. Porém, deve chegar ao final de 2023 com apenas 50.
Crise no varejo
Episódio parecido aconteceu no ano passado com a rede Etna, que chegou a ter 18 lojas em seu auge, mas fechou as portas devido à diminuição nas vendas e à concorrência com a internet. A Americanas, por outro lado, entrou com pedido de recuperação judicial, cujas dívidas somam R$ 43 bilhões.
O mesmo acontece com redes varejistas de todo o mundo. A Bed Bath & Beyond, rede gigantesca de Nova York, que vende utensílios domésticos desde 1970, pediu recuperação judicial nos Estados Unidos no final de abril. Com uma dívida de US$ 5,2 bilhões, a empresa fechou parte das suas 500 lojas e sofre com demissões.
Os setores que mais tiveram dificuldades durante este cenário foram as lojas de departamento e de móveis, que viram um crescimento repentino nas vendas na pandemia, mas depois viram seu estoque parado.
Além do cenário passageiro, os clientes passaram a comprar mais pela internet, o que fez os custos operacionais de manter uma loja física inviável. Além disso, a crise na Americanas fez com que os investidores passassem a ter mais desconfiança e criar empecilhos para dar novos empréstimos.