Setor supermercadista do Rio desacelera em março, mas sustenta alta no início do ano

Após dois meses de alta, a receita real dos supermercados fluminenses recuou 2,9% em março de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo análise da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, dia 15 de maio. O dado, já descontada a inflação, representa a maior variação negativa para o mês desde 2022, quando o setor havia registrado retração de 9,4%.

Apesar do recuo, o desempenho precisa ser analisado com cautela, já que março de 2024 teve uma base de comparação muito elevada, com crescimento expressivo de 9,7%, de acordo com William Figueiredo, consultor econômico da ASSERJ. “O resultado de março surpreende negativamente, mas é importante considerar que ele ocorreu sobre uma base bastante alta. O desafio do setor esse ano é crescer acima da inflação”, explica.

No cenário nacional, o recuo foi mais brando, de 1,2%, com oito das doze unidades da federação pesquisadas pelo IBGE apresentando queda na receita do setor. O Rio de Janeiro teve o quarto pior desempenho entre os estados, a frente apenas da Bahia (-8,6%), Distrito Federal (-6,2%) e Mato Grosso do Sul (-4,3%).

No entanto, no acumulado do primeiro trimestre de 2025, os supermercados fluminenses conseguiram manter um saldo positivo. O setor cresceu 1,1% em relação ao mesmo período de 2024, mesmo tendo como base um crescimento robusto no ano anterior, de 7,7%.

“O setor supermercadista segue mostrando resiliência. Mesmo com a desaceleração pontual em março, os dados do trimestre indicam uma performance do setor melhor que a média brasileira e melhor que as demais atividades do varejo fluminense, continuando assim a contribuir para a geração de emprego, renda e arrecadação para o estado”, avalia Figueiredo.