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Como o varejo supermercadista pode vender mais com o TikTok?

15/08/2025 • Última actualización 3 Meses

Atualidades
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A força das redes sociais — especialmente dos vídeos curtos — na construção de uma nova jornada de consumo foi o tema da palestra “Vendas | Do entretenimento à compra: O consumidor em movimento nas plataformas digitais”, realizada no palco do Conecta Varejo, no último dia do Rio Innovation Week. O encontro reuniu Monique Lima, CEO e cofundadora da Mimo Live Sales; Silvia Belluzzo, diretora de marketing SMB América Latina do TikTok; em um bate-papo mediado por Daniela Graciar, CEO da Aladas.

O ponto central da conversa foi: unir entretenimento, conexão e conversão, uma das estratégias mais poderosas para engajar clientes e impulsionar vendas. E, o varejo supermercadista tem muito espaço para explorar esse potencial. Afinal, um levantamento da FGV, em parceria com a Hotmart, apontou que a criação de conteúdo digital cresceu 30%, em 2024.

TikTok como ecossistema de vendas

Silvia Belluzzo destacou que o TikTok deixou de ser apenas uma plataforma de entretenimento para se tornar um verdadeiro ecossistema de negócios. Segundo a executiva, na plataforma, a jornada do consumidor poderá ocorrer de ponta a ponta dentro do aplicativo: da descoberta do produto à entrega na casa do cliente, incluindo pagamento, logística e suporte. “O formato de vídeo curto é único para cada usuário, o que garante uma experiência personalizada. Essa segmentação refinada é um diferencial para transformar atenção em conversão”, disse Silvia.

Por que o brasileiro ama comprar ao vivo?

Segundo Monique Lima, o Brasil já é o segundo maior mercado de live commerce do mundo, atrás apenas da China. Mais de 90% dos brasileiros compram online e metade prefere ter contato com vídeos antes de fechar uma compra. “Não basta foto bonita e descrição técnica. O consumidor quer ver o produto no uso real, na casa de alguém, com luz natural. Ele quer interação e autenticidade”, explica Monique.

Silvia complementa: “O brasileiro não entra na live apenas para comprar. Ele quer conversar, ser chamado pelo nome, dar dicas e fazer parte da experiência. É um comportamento que humaniza a relação no digital”.

Lições para o varejo supermercadista

O formato já está consolidado em segmentos como moda, beleza e tecnologia, mas os supermercados também podem usar a força dos creators e das lives para aumentar vendas. Produtos frescos, lançamentos de marcas, receitas ao vivo e demonstrações de preparo podem gerar desejo imediato e facilitar a conversão. De acordo com ambas as palestrantes, "a chave está em vender como as pessoas querem comprar: de forma visual, interativa e integrada ao ambiente digital que elas já frequentam."

O papel dos influenciadores

Silvia reforçou que trabalhar com creators — de grandes nomes a microinfluenciadores — amplia alcance e credibilidade. “O importante é deixar o criador se conectar com sua comunidade do jeito dele. Essa autenticidade é o que gera confiança e venda”, afirma.

Um exemplo, segundo Monique é a marca de luxo Loewe, que permitiu que criadores contassem sua história de forma livre, gerando conteúdos criativos e engajamento espontâneo. Portanto, no varejo supermercadista, a mesma lógica pode ser aplicada: dar liberdade para influenciadores apresentarem produtos de forma verdadeira, sem roteiro engessado.

O futuro é vender enquanto entretém

Para o varejo supermercadista, o recado é claro: não basta apenas expor produtos; é preciso contar histórias e criar conexões. Lives, vídeos curtos e integração com plataformas de compra direta podem transformar a experiência de consumo e até aumentar o ticket médio. "Na China, existem locais de venda onde as lives acontecem 24 horas por dia", exemplifica Silvia Belluzzo. "Vamos chegar nesse ponto, mas já podemos explorar o que temos, como gravar diretamente na loja, mesmo que com áudio ambiente. Feito é melhor que perfeito", acrescenta Monique Lima.

Como já apontamos na edição de junho da Revista Super Negócios (https://asserj.com.br/portfolio-items/edicao-71a-edicao-junho-2025/), o consumidor de hoje busca conveniência, informação e emoção na mesma experiência — e quem souber entregar tudo isso estará um passo à frente.