Saudabilidade: supermercados querem atender, cada vez mais, consumidores com restrições alimentares
Mix de produtos e exposição nas gôndolas são fundamentais para atrair e fidelizar esse público
Em uma ida ao supermercado é possível perceber a transformação que as gôndolas estão passando. Cada vez mais, produtos saudáveis vêm conquistando espaços e abrindo caminho para um nicho de consumidores que podem impulsionar as vendas da loja. A saudabilidade é um tema importante para o varejo supermercadista.
O levantamento da NielsenIQ aponta que 83% dos consumidores procuram adotar pelo menos um método saudável em sua rotina de compra, e aceitam até 20% de aumento de custo para cumprir esse desejo. “Algumas pessoas precisam desses produtos por conta da restrição alimentar, e outras por questão de saúde mesmo. Aqui nós estamos prontos para atender a todos”, afirma Carlos Roberto, gerente do Supermarket Mandala.
A loja é um dos modelos da rede que aposta em um público saudável. Desde o inicio da expansão do grupo associado, Barra Oeste, os produtos saudáveis integram um elemento fundamental do mix das lojas. Desde a loja na Barra da Tijuca até a recém-inaugurada no Gardênia, geladeiras de produtos especiais para consumidores com limitações alimentares podem ser encontradas.
“Oferecemos um mix diferenciado, pensando em todos os clientes e encontrando soluções positivas para o consumidor, para que ele sempre saia feliz e satisfeito com suas compras em nossas lojas”, afirmou Roberto “Beto” Gonçalves, sócio-diretor do Barra Oeste Supermarket.
O mix desses produtos contempla desde queijos e manteigas sem lactose, com produtos de origem vegetal, até a catalogação diferenciada de iogurtes sem origem animal. Existe também uma forte estratégia em incentivar o consumo de grãos in natura com a chegada da categoria de empório às lojas do grupo.
Como os supermercados podem agir
Segundo dados da Fenacelbra (Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil), cerca de 1% da população nacional é portadora da doença celíaca, a que restringe o consumo de glúten em sua dieta. E de acordo com um levantamento realizado pela Genera, cerca de 51% da população brasileira tem pré-disposição a ser intolerante à lactose.
Os números representam um dado muito importante para a composição do mix de supermercados. Principalmente, para que as redes consigam oferecer o melhor produto para todos os consumidores. “Embora no Rio de Janeiro e no Brasil ainda não exista uma certificação oficial específica para alimentos sem glúten, é fundamental que os produtos destinados ao público celíaco e com restrições alimentares tenham uma rotulagem precisa e de fácil identificação”, afirmou Noadia Lobão, nutricionista e consultora técnica da Acelbra RJ (Associação de Celícos do Brasil) com indicações da Fenacelbra
Ela pontua que a criação de áreas dedicadas a produtos sem glúten pode maximizar o contato desses consumidores com uma dieta mais saudável, além de facilitar a busca por esses itens. Os supermercados também podem negociar com fornecedores especializados nesses alimentos, uma oferta maior no mix de produtos.
A ASSERJ destaca algumas dicas práticas para explorar a categoria de saudabilidade
- Faça a análise do que a concorrência está fazendo e veja como o seu negócio pode apresentar um diferencial competitivo e nítido aos olhos do consumidor.
- Analise seu público-alvo e trace o seu perfil. Isso ajudará nas estratégias para uma comunicação mais adequada e direcionada.
- Faça a segmentação dos alimentos e bebidas saudáveis de forma clara e atrativa, ajudando os shoppers a encontrarem com facilidade outros produtos da mesma categoria.
- Defina um mix de produtos que atenda aos consumidores em mais de uma categoria. Lembrando que muitos deles compram produtos saudáveis por questão de restrições alimentares, não somente por opção. Mesmo que os consumidores tenham a saudabilidade como um ponto comum, os atributos que buscam nos produtos podem variar bastante.
- Promova a degustação dos produtos e disponibilize uma equipe especializada e treinada para passar informações aos clientes. Consumidores mais tradicionais tendem a associar a alimentação saudável com sabor ruim, por isso, promover experimentação ajuda a quebrar algumas objeções.