Ruptura: 5 práticas de especialista pra você aplicar no seu negócio!

Este é um dos maiores desafios enfrentados pelos supermercados. De acordo com a Neogrid, empresa especializada em inteligência da cadeia de suprimentos, a taxa média de ruptura no varejo brasileiro gira em torno de 11%. Esse índice afeta diretamente as vendas, compromete a experiência do consumidor e pode até prejudicar a fidelização à marca.

Para o fundador da InsightQuote, Will Schneider, o controle da ruptura exige uma atuação coordenada entre tecnologia, planejamento e gestão de fornecedores. “O consumidor não perdoa quando procura um produto básico e não encontra. Ele pode migrar para outro supermercado na próxima compra. Por isso, controlar o estoque com precisão e agir de forma preventiva é essencial”, afirma.

Um dos primeiros passos nesse processo, segundo o especialista, é acompanhar os níveis de estoque em tempo real. Softwares de gestão conectados ao ponto de venda e integrados a leitores de código de barras permitem rastrear a saída dos produtos, gerar alertas quando os estoques estão baixos e automatizar processos de reposição. Segundo estimativas do setor, o mercado global de sistemas de controle de estoque deve atingir US$ 6 bilhões até 2032, refletindo a crescente digitalização do varejo.

Mas acompanhar o que está nas prateleiras não é suficiente. Schneider ressalta que também é preciso antecipar o que o consumidor vai procurar. Por isso, investir em previsão de demanda é uma prática estratégica. “A análise de dados históricos de vendas, sazonalidade e comportamento do consumidor permite manter estoques equilibrados e evitar tanto a falta quanto o excesso de produtos. Entender quais produtos giram mais e quando é o primeiro passo para não errar na compra ou reposição”, explica Will Schneider.

Outro ponto fundamental é estabelecer parcerias com fornecedores confiáveis. Atrasos frequentes, dificuldades de comunicação e problemas na devolução de produtos são algumas das causas mais comuns de ruptura ligadas a falhas na cadeia de suprimentos. “Trabalhar com fornecedores comprometidos e preparados para atender à demanda máxima é tão importante quanto ter uma boa previsão de vendas”, pontua Will Schneider.

“Ainda assim, mesmo com planejamento e bons parceiros, imprevistos acontecem. Por isso, é fundamental que os supermercados tenham um plano de contingência. Ter fornecedores alternativos mapeados e processos internos prontos para reagir a situações como greves, desastres naturais ou mudanças regulatórias ajuda a reduzir o impacto de eventos que fogem ao controle. A estruturação desse plano deve considerar critérios como qualidade, capacidade produtiva, reputação e prazos de entrega dos parceiros substitutos”, afirma o especialista.

Por fim, Schneider frisa que a otimização dos processos internos também tem papel decisivo na prevenção de rupturas. Automatizar tarefas operacionais, manter o inventário sempre atualizado, controlar faturas com fornecedores e garantir que a movimentação de mercadorias entre centros de distribuição e lojas aconteça sem falhas são medidas que ajudam a manter as gôndolas abastecidas. “Não adianta ter um estoque cheio no depósito e gôndolas vazias por falta de reposição interna. A ruptura também nasce de falhas operacionais e pode ser contida com treinamento e automação”, reforça Schneider.

Ao adotar essas cinco práticas — controle em tempo real, previsão de demanda, parcerias confiáveis, plano de contingência e eficiência interna — o supermercado consegue reduzir perdas, melhorar a experiência do cliente e fortalecer sua posição competitiva no mercado. Afinal, evitar a ruptura não é apenas uma questão logística: é também uma estratégia de negócio.